Enquanto cinco deputados bolsonaristas e negacionistas da gravidade da pandemia do Covid no Espírito Santo defendem o Projeto de Lei (PL) 720/2021, que desobriga o uso de máscara de proteção contra a Covid-19 em locais abertos no Espírito Santo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus fez um pronunciamento aos jornalistas nesta última quinta-feira (4), em Genebra, e informou que 56 países, de todas as regiões, registraram na última semana um aumento de mais de 10% das mortes por Covid-19.Tedros Adhanom Ghebreyesus foi claro ao afirmar que isso não deveria estar acontecendo. Segundo ele, o mundo tem todas as ferramentas para prevenir a transmissão do coronavírus e salvar vidas.
A falta de informações cientifica dos deputados bolsonaristas do Espírito Santo permite aos demais bolsonaristas e negacionisatas do Estado a não serem “coagidos a sofrer sanções ou ser expostos a qualquer situação vexatória ou discriminatória por se valer do direito de não usar a proteção. A matéria, lida na sessão ordinária desta quarta-feira (3), vai tramitar nas comissões de Justiça, Saúde e Finanças. Em votação nominal, o requerimento de urgência apresentado pelo autor, o deputado bolsonarista-raiz Lucinio Castelo de Assumção; que se autodomina capitão Assumção (Patriotas). foi rejeitado por 18 x 4.
Deputados negacionistas ao vírus
O projeto negacionista ao coronavirus acabou conseguindo tramitar em regime de urgência com o apoio dos também deputados bolsonaristas Torino Marques (PSL), Carlos Von (Avante), Danilo Bahiense (sem partido) e Theodorico Ferraço (DEM). A irresponsabilidade desses parlamentares bolsonaristas chegou ao ponto de estabelecer, caso o projeto se torne lei, que o descumprimento da norma por qualquer agente público acarretará em sanções administrativas, penais e cíveis.
No mesmo dia que os bolsonastas fazem a farra na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), o chefe da OMS alertou que todos os países da Europa e da Ásia Central estão enfrentando a ameaça de uma nova onda de Covid-19. Segundo a OMS, as regiões estão no epicentro da pandemia. Os casos de Covid-19 estão atingindo níveis recorde em vários países, com a variante Delta dominando as transmissões. Na última semana, foram registrados 1,8 milhão de novos casos na região e 24 mil mortes.
Alerta da OMS
Segundo a OMS, houve 55% de aumento dos novos casos de Covid-19 na Europa no último mês. Entre as vítimas, adultos com 65 anos ou mais representam 75% das fatalidades. A agência da ONU também fez um alerta: se a trajetória continuar, é possível que mais meio milhão de pessoas morram pelo coronavírus até fevereiro na Europa e Ásia Central. A explicação pela alta de novos casos e de mortes está em dois fatores: apenas oito países europeus têm mais de 70% da população totalmente vacinada, como Portugal, que já imunizou mais de 86% dos habitantes.
Relaxamento de restrições
Outro problema está no relaxamento das medidas de proteção social. A OMS reforça que ter 9% de uso universal de máscaras na Europa e Ásia Central pode salvar 188 mil vidas nos próximos meses.
A agência recomenda que as pessoas façam o teste, que continuem fazendo o distanciamento social e lembra a importância da ventilação em espaços fechados. A situação é diferente nas Américas, onde casos e fatalidades continuam diminuindo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, os países da região registraram na última semana 745 mil novos casos e 18 mil mortes.
Negação da ciência
Demonstrando não ter nenhum conhecimento cientifico, o deputado Lucinio Assumção disse, segundo release da Ales, que “o Espírito Santo já apresenta números positivos no controle da pandemia que permitem a desobrigação do uso de máscara em locais abertos. Ele cita dados do portal do governo capixaba, entre os dias 20 e 27 de outubro, que demonstram constante queda no número de mortes (- 18,06%) e de casos (- 41,34%)”.
O mesmo deputado bolsonarista-completa: “esses dados evidenciam um ambiente de segurança para novas flexibilizações, muitas delas já anunciadas pelo próprio governo do Estado. Entre elas, cita a possibilidade da realização de festas, shows e eventos em geral, com protocolo de segurança menos rigoroso”.