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OMS defende meta de aumento da sobrevivência de crianças com câncer


A agência da ONU alerta para graves lacunas de diagnóstico e tratamento; apenas 20% das crianças em países de renda baixa e média sobrevivem à doença


Leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central são os tipos de câncer mais comuns em crianças | Foto: David Spitz/OPAS

No Dia Internacional do Câncer Infantil, que ocorreu na última quinta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS), lançou um alerta sobre a necessidade de detecção precoce e cuidado adequado para as crianças em todo o mundo. A agência lembrou que, globalmente, mais de mil crianças recebem o diagnóstico de câncer todos os dias.

Enquanto avanços médicos recentes têm proporcionado boas chances de sobrevivência em países de alta renda, onde mais de 80% das crianças diagnosticadas com câncer têm perspectivas positivas, a realidade é considerada alarmante em nações de baixa e média rendas.

Acesso desigual ao tratamento

Apenas cerca de 20% das crianças diagnosticadas com câncer nesses países têm acesso ao tratamento e sobrevivem, revelando uma desigualdade no acesso à saúde.

Para a OMS, ninguém está mais preparado para investir no bem-estar de seus filhos do que os próprios pais. Conhecer os primeiros sinais e sintomas de certos tipos de câncer infantil e estar atento a eles pode ser a diferença entre a vida e a morte para uma criança.

As estimativas mais recentes mostram que, na Região do Mediterrâneo Oriental da OMS, mais de 70% de todas as crianças com diagnóstico de câncer morreram em 2022. A leucemia foi o tipo de câncer mais comum entre crianças e adolescentes de zero a 19 anos naquele ano.

Desafios do câncer infantil

Ao contrário do câncer na idade adulta, os fatores subjacentes que contribuem para a doença na infância são pouco compreendidos, e apenas uma pequena fração dos casos nessa faixa pode ser prevenida.

Isso significa que a recuperação dessas crianças depende em grande parte da capacidade dos sistemas de saúde de garantir o diagnóstico oportuno, o encaminhamento precoce e o tratamento adequado.

Dentro os tipos mais frequentes da doença em menores está o retinoblastoma, um tumor do olho, que caso não seja detectado em seus estágios iniciais pode causar cegueira.

Os tumores cerebrais também são bastante comuns em crianças. Os sinais e sintomas a serem observados incluem dores de cabeça, atrasos no desenvolvimento e aumento da circunferência da cabeça em bebês.

60% de sobrevivência até 2030

A OMS afirma que isso é desafiador melhorar o diagnóstico e o tratamento em muitos países da Região do Mediterrâneo Oriental, que enfrentam emergências humanitárias, desastres naturais e instabilidade política.

Em 2018, a agência lançou a Iniciativa Global para o Câncer Infantil com o objetivo de reduzir a lacuna de sobrevivência até 2030, garantindo que pelo menos 60% das crianças com câncer em todo o mundo sobrevivam ao diagnóstico.

O esforço envolve a OMS em escala global, regional e específica de cada país, em parceria com o St. Jude Children’s Research Hospital.

O Dia Internacional do Câncer Infantil foi criado para aumentar a conscientização e expressar apoio às crianças e adolescentes com câncer, aos sobreviventes e às suas famílias. A data também é um chamado para que cada um de nós desempenhe um papel na luta contra o câncer infantil.

O termo “câncer infantil” refere-se a uma ampla gama de tipos de câncer que se desenvolvem principalmente em pessoas com menos de 20 anos. Leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central são os tipos mais comuns em crianças.