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ONU contraria subsecretária de Estado americana e diz que não tem conhecimento de arma biológica na Ucrânia

ONU contradiz afirmações da subsecretária de Estado americana, que afirma existir laboratórios para produção de armas biológicas na Ucránia. A afirmação foi feita em depoimento no Senado americano | Foto: Freddie Everett/Departamento de Estado

Engajada no conflito entre a Rússia e a Ucrãnia a favor dos ucranianos, a Organização das Nações Unidas (ONU) contrariou afirmação feita pela subsecretária de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, de que a Ucrãnia possui laboratórios para a produção de armas biológicas. Em nome da ONU, a chefe dos Assuntos de Desarmamento da Organização, Izumi Nakamitsu minimizou e disse que “as Nações Unidas não estão cientes de quaisquer iniciativas desse gênero”.

Na última terça-feira (8), durante depoimento aos senadores americanos, sobre o conflito entre Ucrânia e a Rússia, a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, Victoria Nuland, fez afirmação contrária ao que disse a ONU. “A Ucrânia tem instalações de pesquisa biológica com as quais, na verdade, estamos bastante preocupados, pela possível tentativa das forças russas de obter seu controle”.

“Estamos trabalhando com os ucranianos sobre como eles podem evitar que qualquer um desses materiais de pesquisa caia nas mãos das forças russas, caso eles se aproximem”, prosseguiu a depoente para os senadores dos Estados Unidos.

Este vídeo está censurado pelo Google, YouTube e redes sociais americanas. Nele, a subsecretária de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, confirma a existência de laboratórios para produção de armas biológicas na Ucrânia | Vídeo: Reprodução

Subsecretário de Estado americana diz o contrário

“A Ucrânia tem instalações de pesquisa biológica, das quais, na verdade, estamos bastante preocupados que as forças russas possam estar tentando obter o controle”, admitiu Nuland em depoimento aos senadores dos Estados Unidos, onde foi falar sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. “Estamos trabalhando com os ucranianos sobre como eles podem evitar que qualquer um desses materiais de pesquisa caia nas mãos das forças russas, caso eles se aproximem”, reforçou.

A funcionária da ONU ainda lembrou da Convenção de Armas Biológicas de 1972, onde “o tratado proíbe o desenvolvimento, a produção, a aquisição, a transferência, o armazenamento e o uso do tipo de armamento”. Foram 183 países que aderiram. A representante da ONU ainda disse que a “lógica do diálogo e da diplomacia deve prevalecer sobre a lógica da guerra”.

Através de sua agência de notícias, a ONU News, a entidade internacional diz não ter conhecimento de arma biológica na Ucrânia

Há 30 laboratórios de biologias militares na Ucrãnia, diz Rússia

Em reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU nesta última sexta-feira (11), a pedido da Rússia, para discutir atividades militares dos Estados Unidos com armas químicas e biológicas na Ucrânia.a embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, que há 30 laboratórios biológicos experimentais perigosos na Ucrânia. Os centros de pesquisa, segundo ela, são voltados para criar patógenos como a cólera e a leptospirose e que são financiados pelo Ministério da Defesa dos Estados Unidos, com apoio do Ministério da Saúde americano.

De acordo com Nebenzya, a Rússia possui documentação que prova os estudos para criar bactérias a partir de aves com letalidade e que possuem letalidade deaté 50% em seres humanos. Ela acrescentou que os estudos ucranianos usam ainda parasitas e pulgas e que os americanos não impedem e muito menos controlam o desenvolvimento dessas doenças.

O que são armas biológicas?

 Armas biológicas são armas que transportam micro-organismos patogênicos capazes de provocar doenças e morte em seres humanos, outros animais e plantas. Além de provocar doença e mortes, as armas biológicas são usadas com o objetivo de causar medo em uma população, disseminando insegurança e pânico, o que pode gerar grande prejuízo às pessoas que vivem em uma determinada área, impactando negativamente até mesmo na sua economia.

As armas biológicas são extremamente perigosas, e, apesar de não destruírem a estrutura física de uma região, como as bombas atômicas, as doenças liberadas por elas podem provocar epidemias e até mesmo pandemias, atingindo diferentes regiões geográficas.

Além disso, por não provocarem grandes explosões, como mísseis e bombas, as armas biológicas são um perigo silencioso, pois são liberadas no ambiente sem que as pessoas percebam. Isso faz com que uma grande quantidade de pessoas seja contaminada antes mesmo da ameaça ter sido identificada. Portanto, é importante que os sistemas de saúde estejam sempre preparados para lidar com essas situações, respondendo rapidamente a surtos de doenças já conhecidas e também a agentes novos.

Diferentes agentes podem ser utilizados na fabricação de armas biológicas, tais como bactérias, vírus e fungos. Teoricamente qualquer agente biológico pode ser usado como uma arma biológica, entretanto, esses micro-organismos devem contar com uma série de características importantes, como serem capazes de resistir à manipulação e ao armazenamento, serem passíveis de produção em larga escala, e serem capazes de se disseminar em condições adversas para que possam ser utilizados, por exemplo, como armas em guerras.

Três categorias de armas biológicas

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) classifica os agentes biológicos em três categorias: Categoria A, Categoria B e Categoria C. A Categoria A é composta por agentes de alta prioridade, que incluem organismos que apresentam grande risco à segurança nacional devido ao fato de serem disseminados facilmente ou serem transmitidos de uma pessoa para outra, possuírem altas taxas de mortalidade, causarem pânico e perturbação social, e requererem ação especial para a preparação da saúde pública. Nessa categoria incluem-se os agentes causadores de varíola, tularemia, peste, botulismo e antraz, por exemplo.

Na Categoria B estão os agentes de segunda prioridade, os quais se destacam por serem moderadamente fáceis de se disseminar, possuírem taxas moderadas de morbidades e baixas taxas de mortalidade, e requererem aperfeiçoamento na capacidade de diagnóstico e vigilância epidemiológica. Nesse grupo, incluem-se organismos causadores da febre do tifo, encefalite viral, brucelose e que ameaçam a segurança da água, como o Vibrio cholerae, agente causador da cólera.

Na Categoria C, estão os patógenos emergentes que poderiam ser projetados para disseminação em massa no futuro devido à facilidade de serem obtidos e disseminados e ao potencial que apresentam para altas taxas de mortalidade e morbidade, o que causaria grande impacto na saúde. Nesse caso, incluem-se agentes causadores de doenças infecciosas emergentes, como o vírus Nipah e hantavírus.