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ONU pede redução rápida de combustíveis fósseis para salvar a ‘Mãe Terra’


No Brasil, o pedido surge em um momento em que o Governo Federal quer ampliar a extração de petróleo e vem encontrando resistência do Ibama, que ainda não deu sinal verde para a realização de pesquisa para exploração de combustíveis fósseis na foz do Rio Amazonas


ONU pede redução rápida de combustíveis fósseis para salvar a Mãe Terra | Foto: Agência Senado federal

Enquanto o Brasil presencia uma queda de braço entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Governo Federal na disputa pelo aumento na exploração de petróleo Brasil, com  retirada do combustível fóssil na foz do Rio Amazonas, o secretário-geral da ONU, António Guterres pede ao mundo uma redução rápida na exploração e consumo desses combustíveis ultrapassados  “para salvar a Mãe Terra.” Guterres pede por mais avanço nas energias renováveis, que são mais baratas, saudáveis e seguras e lemb rou que “2025 é considerado ano crucial, quando todos os países devem apresentar novos planos nacionais de ação climática.”

A principal preocupação apresentada pelo Ibama não é com a destruição do planeta, que tem no uso indiscriminado de combustíveis fósseis uma de suas maiores causas. Mas, é que a exploração de petróleo no mesmo modelo do final do Século XIX e no Século XX provoca “ potenciais impactos ambientais e à população indígena, além de questões de segurança e logísticas.”

ONU cita as consequências maléficas na insistência no uso do petróleo

O dirigente da ONU afirmou que essa é a cura para a doença causada pela queima de combustíveis fósseis, que “deixa a Mãe Terra com febre” e traz como sintomas incêndios florestais arrasadores, inundações e calor, além de vidas perdidas e meios de subsistência destruídos.

Guterres fez um apelo por mais avanço nas energias renováveis, que, segundo ele, são mais baratas, saudáveis e seguras.E ainda destacou que “este ano é crucial”, pois todos os países devem criar novos planos nacionais de ação climática alinhados com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5°C, com o objetivo de evitar o pior da catástrofe climática.

Para o líder da ONU, esta é uma “oportunidade vital” para aproveitar os benefícios da energia limpa. Ele disse esperar que o bloco das 20 maiores economias globais, o G20, “lidere o caminho”. O secretário-geral enfatizou ainda a necessidade por medidas para combater a poluição, frear a perda de biodiversidade e fornecer o financiamento necessário para proteger o planeta.

10 milhões e hectares de florestas perdidos todo ano

Segundo ele, essas ações, tomadas em conjunto, podem fazer com que 2025 seja o ano em que a saúde da Mãe Terra comece a ser restaurada. Dados da ONU indicam que o planeta está perdendo 10 milhões de hectares de florestas todos os anos, uma área maior que a Islândia.

Estima-se que atualmente cerca de um milhão de espécies animais e vegetais estejam ameaçadas de extinção. No Estado, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), há 1.874 espécies avaliadas em alguma categoria de ameaça de extinção (criticamente em perigo, em perigo ou vulnerável), com 444 espécies ameaçadas da fauna e 1.430 da flora. A atualização das listas de espécies ameaçadas da fauna e da flora em solo capixaba chegou a ser  publicada oficialmente por meio de decretos do Governo do Espírito Santo, no Diário Oficial de 28 de de novembro de 2022, como anunciou o Iema naquela ocasião.

Quais os pontos de vista do Ibama para ser contra exploração de petróleo

Razões para a posição do Ibama para ainda não ter aprovado pesquisas:

Impactos Ambientais:

A região é rica em biodiversidade e abriga populações indígenas e ribeirinhas que dependem da saúde do ecossistema para sobreviver. A exploração de petróleo pode causar derramamentos de óleo, poluição de águas e solo, e degradação de habitats.

Impactos Sociais:

A exploração pode afetar diretamente as comunidades indígenas e ribeirinhas, prejudicando seus meios de vida e territórios. A atividade também pode gerar conflitos e tensões sociais na região.

Questões de Segurança e Logística:

A região é remota e pouco explorada, com pouca infraestrutura portuária, o que pode dificultar o transporte e a gestão de resíduos.

Estudos de Impacto:

O Ibama tem solicitado estudos mais aprofundados sobre os possíveis impactos da exploração na região, incluindo a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) e a avaliação dos impactos em populações indígenas.

Em resumo: A posição do Ibama é baseada em uma preocupação com a preservação da biodiversidade, a proteção das populações indígenas e ribeirinhas, e a garantia de segurança ambiental e social na exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.  O Ibama alegou “inconsistências técnicas” na proposta inicial da Petrobras, incluindo falhas no Plano de Proteção à Fauna.

O que diz o Governo sobre exploração de petróleo na foz do Amazonas

De acordo com nota do Palácio do Planalto, O presidente Lula ressaltou a confiança na capacidade técnica e de cuidado ambiental da Petrobras e a importância estratégica que a riqueza poderia significar para o país. “Vamos cumprir todos os ritos necessários para que a gente não cause estrago na natureza. Até porque é dessa riqueza que a gente vai ter dinheiro para construir a sonhada transição energética”, ressaltou o presidente, em referência aos diversos investimentos feitos no país em torno de energias renováveis.

Em viagem feita ao Amapá em fevereiro deste ano, o presidente declarou: “Ninguém pode proibir que a gente deixe o Amapá pobre se tiver petróleo aqui”, disse Lula. Ao seu lado nessa viagem estava o reeleito o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que mandou recado a quem critica o interesse de o Brasil continuar ampliando a exploração de recursos fósseis: “Não venha o mundo cantar de galo em relação à nossa capacidade de preservar. O mundo não pode impor ao Amapá nada na relação da preservação e manutenção do meio ambiente”, disse o senador.