Com a deflagração da Operação Kapnós, a Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal deu um duro golpe no grupo criminoso especializado em contrabando de cigarros no Espírito Santo. Nesta última quarta-feira (21), mais de 50 policiais federais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em residências e empresas associadas ao grupo criminoso, como distribuidora de bebidas, comércio de alimentos e de veículos, nos municípios de Vila Velha, Cariacica, Viana, Guarapari e Colatina. Quatro pessoas foram presas.
A maior parte da apreensão era de cigarros da marca Gift, o mais vendido no Brasil, mesmo sendo ilegal e sem aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Alguns dessa marca entram de contrabando no País, procedente do Paraguai. Outros já e a falsificação da marca Gift e são produzidos ilegalmente no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo.
De acordo com o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), de cada 100 maços de cigarros vendidos em 2021, 48 são comercializados na ilegalidade, contrabandeados r do Paraguai. O cálculo da FBNCP é que o mercado formal de cigarros contribui com uma pagamento de R$15,1 bilhões com IPI, PIS/Cofins e ICMS, mas esse valor poderia alcançar R$ 25,3 bilhões, caso não houvesse a ilegalidade.
Operação Kapnós
De acordo com a Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo, a Operação Kapnós teve início em setembro de 2021 a partir da prisão em flagrante de motoristas transportando farta quantidade de cigarros contrabandeados em caminhões, em Guarapari (ES). As investigações policiais revelaram a conexão do grupo criminoso investigado com o comércio de cigarros de origem ilícita, sendo essa a principal atividade econômica dos envolvidos.
O objetivo das buscas feitas nesta última quarta-feira foi o de vincular os investigados a outros eventos criminosos de apreensões de cigarros contrabandeados, descapitalizar o grupo criminoso com a apreensão e sequestro de bens, apurar a lavagem de dinheiro obtido com o comércio ilícito, além de retirar de circulação comercial mercadorias de consumo sem a devida autorização da Anvisa.
Bloqueio de bens dos acusados
Em cumprimento a uma ordem judicial, foi realizado ainda o sequestro de bens e bloqueio de valores na ordem de R$ 1,7 milhão que estavam registrados em nome de investigados. Entre os presos foi encontrada a posse de armas de fogo não registradas, além do contrabando de cigarros contrabandeados. Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 18 anos de reclusão.