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Operação policial integrada acaba com esquema de CAC que fornecia armas a bandidos do ES


O aumento do número de CACs a partir do estimulo do ex-presidente Bolsonaro, com a flexibilização da compra de armas, fez disparar o número de crimes cometidos por essas milícias armadas, como a transferência de armas e munições para traficantes e criminosos


Operação policial integrada acaba esquema de CAC que fornecia armas a bandidos do ES | Vídeo: Divulgação/PF/YouTube

Resquício do Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que estimulou a formação de milícias armadas legalmente, sob a denominação de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC), levou a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (FICCO-ES) a deflagrar nesta manhã de sexta-feira (223) a Operação Especial de Polícia Judiciária na Grande Vitória. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e uma medida cautelar alternativa à prisão.

Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Criminal de Vitória (ES). A FICCO-ES é composta atualmente pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Guardas Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana. A operação recebeu o nome de “Opportunitas”, que significa “oportunidade” em latim. O nome reflete o momento decisivo durante a investigação em que surgiram condições favoráveis para a deflagração da operação policial.

CAC fornecia armas e munições para criminosos

Segundo informações divulgadas pela Polícia Federal, foi identificado um CAC, sediado no Rio de Janeiro (RJ), responsável por abastecer as lideranças de facções criminosas do Espírito Santo com munições adquiridas por meio de sua classificação de atirador. Apenas com registros oficiais do Exército Brasileiro, esse CAC adquiriu em dois anos mais de 60 mil munições de vários calibres.

As investigações, conduzidas com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP), revelaram organização criminosa que atua no tráfico de drogas e armas no complexo da Penha, em Vitória (ES).

Bolsonaro estimulou a formação desse grupo paramilitar

O aumento do número de CACs a partir do estimulo do ex-presidente Bolsonaro, com a flexibilização da compra de armas, fez disparar o número de crimes cometidos por essas milícias armadas, como a transferência de armas e munições para traficantes e criminosos. Somente no Distrito Federal a ocorrência de crimes cometidos por CACs aumentou 745% durante os quatro anos do governo Bolsonaro[.

Também ocorreu uma expressiva alta do registo de crimes contra a mulher. No Brasil os crimes cometidos por CACs aumentaram 78% em 2022, incluindo tentativa de homicídio, comércio ilegal de armas de fogo, feminicídio e terrorismo. Esses grupos paramilitares ainda não foram extintos. No Governo Lula apenas foi criado mais rigor e controle nos armamentos, mas os CACs continuam existido e contribuído para elevar a criminalidade no Brasil.

Na tentativa de criar a milícia armada, a política de flexibilização da compra de armas pelo governo Bolsonaro tornou até 65% mais barato a aquisição de armamento pelo crime organizado. Pelo menos 25 CACs foram acusados ou condenados pela Justiça por integrarem milícias e grupos de extermínio, atuarem como armeiros para facções do tráfico ou fornecerem armas e munições para assaltos e sequestros. Além dos CACs, os clubes de tiro também têm atuado para fornecer armas e munições aos criminosos, como é o caso dos traficantes e criminosos do Bairro da Penha, em Vitória.

Bairro da Penha, em Vitória

Para executar os mandados no Bairro da Penha, a equipe da FICCO-ES contou com o suporte do Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar do Espírito Santo (BME/ES), unidade experiente em incursões na região.

Os investigados serão responsabilizados penalmente como incursos nas penas previstas para os crimes estipulados no art. 2º da Lei 12.850/13 (Lei de ORCRIM), art. 33 da lei 11.343/06 (Lei de Drogas) e art. 16 da Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento).