O padre Anderson Gomes usou o altar da Igreja Católica para chamar o ex-presidente Lula de ladrão e fazer insinuação para que o eleitor deva votar no seu oponente de extrema-direita. De acordo com o TSE, a Zona Eleitoral 32, onde está a Praia da Costa, é a mais bolsonarista do Estado. Ali, Bolsonaro teve 56,48¨% dos votos , Lula ficou com 33,80% seguido de Simone Tebet (4,87%), Ciro (3.44%)
Além de pastores evangélicos bolsonaristas, há padre no Espírito Santo que usa o seu sucesso nas redes sociais para fazer acusações infundadas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e insinuar que o extremista de direita Jair Bolsonaro é a melhor opção para o segundo turno. Esse é o caso do padre bolsonarista Anderson Gomes da Silva, pároco da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada na Rua 15 de novembro s/n, Praia da Costa, Vila Velha (ES), o bairro mais bolsonarista desse município da Região Metropolitana de Vitória. Neste último domingo (9) ele próprio utilizou a sua pregação política, feita dentro da Igreja, para difundir através do Instagram.
Não satisfeito em usar o altar da Igreja Católica e os paramentos de sacerdote para, de forma velada e disfarçada, pedir votos para o atual presidente armamentista, genocida e anticristão, o padre bolsonarista ainda ousou publicar o seu ato político na sua conta pessoal no Instagram, para ter ampla difusão na internet. Foi o suficiente para Anderson Gomes, 47 anos, passar a ter telhado de vidro e virar alvo de pedradas, como todo e qualquer político. Ao optar em deixar de lado a Bíblia e os ensinamentos de amor a Cristo, para fazer elogio ao denominado anticristo (Bolsonaro), o Instagram do padre bolsonarista passou a sofrer seguidos ataques de repulsa por parte dos fies.
Nos comentários, alguns usuários do Instagram chamaram ele de padre da elite, que falta à Igreja Católica o retirar da Praia da Costa e colocar em um bairro bem humilde, para aprender os ensinamentos de Cristo e o amor a pobreza.
Antes de ser o pároco de Praia da Costa, já esteve na Praia do Suá (Vitória) e em Itaquari (Cariacica)
Personalista e ao contrário dos demais padres católicos, Anderson Gomes gosta de ostentação e de holofotes. Criou o seu site personalizado, para ganhar fama e prestígio, além de pedir doação em dinheiro. É o site https://padreandersongomes.com.br/. De acordo com a Arquidiocese de Vitória, ele foi ordenado padre na Catedral Metropolitana de Vitória (ES), em 29 de janeiro de 2005. Antes de ser padre no bairro mais bolsonarista de Vila Velha, segundo o portal oficial do Convento da Penha, Anderson Gomes é mineiro de Coronel Fabriciano (MG) e foi vigário na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Itaquari (Cariacica), e pároco na Paróquia São Pedro (Praia do Suá, Vitória).
Ele se notabilizou em usar a internet para o processo de evangelização. Ao contrário da maioria dos pastores evangélicos bolsonaristas, que mal tem o ensino fundamental, Anderson Gomes tem, segundo a Arquidiocese de Vitória, tem instrução de nível superior: “Graduação em “Administração de Empresa” – Faculdade de Ciências Humanas / Pós-Graduação em “Comunicação Social” – Universidade São Francisco – São Paulo / Mestre em “Teologia Patrística e História da Teologia” Universidade Gregoriana/Roma. E usou o seu conhecimento refinado em comunicação para pedir votos para Bolsolnaro usando a sua expertise, ou a “conversinha mole de padre”.
Ele adotou a estratégia de iniciar o seu pedido de votos para Bolsonaro de forma mansa: “Muitos padres, pastores, bispos, se posicionaram publicamente por A ou por B. Muitos nos pressionam e falam que estamos em cima do muro e não tomar partido. De A ou de B. As pautas estão aí e muitos estão levando para o mundo religioso. Acho que nunca na História brasileira política, a religião e a política está sendo tão misturada e adentrada. Quero passar para vocês a rápida reflexão em que cheguei. Antes de mais nada, para que os brasileiros possam votar bem, precisamos perdoar. Precisamos de perdão. Se eu não perdoar, eu vou votar na emoção”, iniciou ele.
Padre bolsonarista chama Lula de ladrão
Sem nenhum pudor, o padre bolsonarista começou a explicar a sua fala inicial. “Ou você perdoa um ladrão, que não cumpriu a sua pena e que está solto injustamente”, iniciou os ataques a Lula. “Perdoar um presidente, que na pandemia errou muito. Perdoar um outro que roubou muito. Quando eu saio desse nível e perdoou, eu entro em outra instância, que para mim é o mais importante. Nunca, na História brasileira democrática, tivemos uma polarização tamanha. Por que? Nós nunca tivemos um governo de direita, sempre fomos esquerda, centro e centro-esquerda. Por isso que peço a vocês para ponderar quando for escolher o seu candidato”, prosseguiu.
O padre esquece da miséria e da fome e alega que o governo Lula é mais político e vai “aumentar a máquina (pública)” e que o “outro” (para se referir a Bolsonaro) é “mais técnico”. Veja como se se refere a esse tema: “O que está em jogo não é o gostar. O que está em jogo é dois projetos distintos. Um me mais Estado, precisa mais aumentar a máquina. O outro é menos Estado. Um é mais político e gosta de mexer com mais político e vai indicar mais político em todas as instâncias. O outro é mais técnico, procura os que entendem do assunto”
No altar, padre ataca Lula dizendo que permite aborto, drogas e LGBTQIA+
Em pleno altar da Igreja Católica, o padre prosseguiu nos ataques a Lula, disse em referência ao ex-presidente que: “Um tem uma moral libertadora, que permite muita coisa em todo o sentido. Ideologia de gênero, as drogas, aborto. O outro é uma moral mais conservadora. Um tem relação com o externo, com outros países totalitários. Outro com países mais aberto”. E na sequência, apesar o padre bolsonarista chega afirmar, apesar de a Arquidiocese de Vitória dizer que a formação superior dele ocorreu no Vaticano, chega afirmar que “não consegue enxergar ameaça a democracia” por Bolsonaro. E quanto conclui, ainda usou a frase religiosa “amém”.