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Para brasileiros, saúde pública, redução de impostos e controle da inflação deve ser prioridade


A constatação do que deve ser prioridade para o cidadão brasileiro foi apurada em recente pesquisa  pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil)


Para brasileiros, saúde pública, redução de impostos e controle da inflação deve ser prioridade | Foto: Freepik

Passado um ano da posse do presidente da República, a população brasileira segue dividida em relação às ações do governo federal. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, revela que 37% dos entrevistados estão otimistas ou muito otimistas em relação à adoção de medidas do governo para que incentive o desenvolvimento econômico do país. Enquanto 31% estão pessimistas ou muito pessimistas e 27% não está otimista nem pessimista.

O levantamento mostra ainda que 36% dos entrevistados acreditam que as condições da economia do país em 2023 melhoraram frente a 2022. Para 31% pioraram e outros 31% concordam que não melhoraram nem pioraram. Avaliando a própria situação financeira, 36% acreditam que melhorou em 2023 quando comparado a 2022, enquanto 34% afirmam que não melhorou nem piorou e 29% que piorou.

Entre os motivos apontados pelos que afirmaram que a situação financeira pessoal teve melhora, 42% conseguiram organizar seu orçamento, 28% conseguiram fazer ou aumentar sua reserva financeira, 25% disseram que mais pessoas da família estão trabalhando e 23% estão fazendo trabalhos extras.

Já para os que tiveram uma piora nas finanças pessoais, 49% destacaram o aumento de preços, 35% tiveram redução da renda familiar, 32% ficaram endividados, 30% tiveram imprevistos financeiros. 86% não conseguiram realizar algum projeto que tinham planejado para 2023, principalmente juntar dinheiro (26%) e comprar ou reformar a casa (24%).

Em relação às expectativas do governo, entre as prioridades para a retomada do desenvolvimento do país em 2024, estão a saúde pública (28%), a redução de impostos (27%), a inflação (25%), violência / criminalidade (25%) e o desemprego (25%). Chama atenção o combate a corrupção, que em 2022 ocupava a primeira posição no ranking e caiu para o sétimo em 2023.

Prioridades da população para a retomada do desenvolvimento neste ano

Maioria está otimista em relação ao cenário econômico para 2024

Apesar do governo não ser uma unanimidade, a maioria dos brasileiros está otimista em relação ao cenário econômico do país em 2024. Seis em cada dez entrevistados (61%) afirmam que esperam um cenário melhor, 15% aguardam um cenário igual e 12% pior.

Entre os que esperam um cenário melhor, 60% são otimistas e sempre acham que a situação pode melhorar, 49% esperam que haja crescimento econômico e 24% acreditam que o governo conseguirá realizar as reformas que o país precisa.

Enquanto os que esperam um cenário pior, 76% acreditam que o governo não realizará as reformas que o país necessita, para 50% a polarização política vai aumentar e isso prejudicará o crescimento econômico e 47% pensam que a economia vai piorar ou ficará estagnada.

Na mesma direção, 68% esperam que sua vida financeira em 2024 seja melhor que em 2023, 18% que será igual e 6% que será pior. Entre os que esperam melhora na vida financeira, 58% acreditam que vão conseguir manter o pagamento das contas em dia, 50% que conseguirão economizar e guardar dinheiro, 46% realizar algum sonho de consumo e 38% pagar as dívidas em atraso.

Entre os que esperam piora na vida financeira, 48% terão dificuldade para manter o pagamento das contas em dia, 40% acreditam que terão que reduzir as compras, 40% que terão dificuldades em fazer uma reserva financeira e 39% vão trocar a marca de alguns produtos que compram por outras mais baratas.

Para 46% a economia está crescendo, seja de forma acelerada (6%) ou lenta (39%). Para 30%, a economia está estagnada, e 20% acreditam que a economia esteja piorando. O brasileiro se mostra atento à questão financeira, uma vez que 95% possuem algum projeto que envolve planejamento financeiro para este ano, sendo que 37% planejam juntar dinheiro, 28% comprar/reformar a casa, 27% fazer uma viagem e outros 27% sair do vermelho.

Entre aqueles que esperam realizar projetos que envolvam planejamento financeiro em 2024, 62% têm esperança de que as coisas vão melhorar, 50% dizem estar se organizando financeiramente para isso e 18% o cenário político e econômico está mostrando sinais de melhora.

Apesar do otimismo, 92% dos entrevistados possuem algum temor quanto a vida financeira em 2024, sendo os principais: não conseguir pagar as contas (43%), não constituir reserva financeira (37%), não aumentar a renda (33%), deixar de consumir coisas que gosta (26%) e não limpar o nome (19%).

São 51% insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o padrão de vida atual

Considerando situações vivenciadas no âmbito financeiro em 2023, 38% dos entrevistados conseguiram pagar as contas em dia e 22% conseguiram comprar mais coisas que queriam. Por outro lado, 33% tiveram que renunciar a produtos ou serviços que compravam, 26% tiveram que utilizar suas reservas financeiras, 24% ficaram muitos meses com as contas no vermelho (queda de 6 p.p. comparado a 2022), e 18% ficaram com o nome sujo.

A pesquisa apontou ainda que 74% fizeram cortes ou ajustes no orçamento em 2023. Entre estes, 46% redirecionaram o dinheiro para o pagamento de contas do dia a dia, 38% para pagar contas em atraso e 31% para economizar e guardar dinheiro.

Entre os itens cortados e/ou ajustados no orçamento, os entrevistados destacaram: refeições fora de casa e/ou delivery (52%), compra de roupas, calçados e acessórios (48%), viagens (43%), ida a cinema e teatro (35%) e os itens supérfluos de supermercado (34%).

Como meio de sustento atual, 32% trabalham de forma autônoma ou são profissionais liberais, 31% trabalham com carteira assinada e 22% fazem trabalhos temporários, freelancer ou “bicos”.

A pesquisa mostra que o brasileiro tem buscado alternativas para aumentar sua renda mensal, 85% afirmam que possuem alguma iniciativa para manter ou aumentar o padrão de vida, sendo as principais: bicos (36%), uso do cartão de crédito (33%), estudando ou se profissionalizando para ganhar melhor (23%).

“Metade dos entrevistados estão insatisfeitos com o padrão de vida atual. Isso pode ser reflexo da queda na renda do brasileiro nos últimos anos. Apesar de termos uma diminuição no número de desempregados, a renda da população ainda é baixa, impactando diretamente no poder de compra. Por isso também vemos um grande número de pessoas buscando outras formas de renda para completar o orçamento mensal”, afirma Costa.

Entre os que realizaram “bicos” para manter/aumentar o padrão de vida, 25% revenderam produtos, 21% fizeram serviços de informática, 15% serviços gerais de manutenção e 13% trabalharam como diarista e/ou lavando roupa.

A pesquisa apurou que os mais ricos, que compõem as classes A e B estão mais otimistas com o cenário econômico do que os mais pobres, que compõem as classes C, D e E

Para 32% da população, a desigualdade social ficará como está

Perguntados sobre a melhora, redução ou neutralidade quanto algumas áreas ligadas as ações no governo do país, 46% acreditam que a inflação irá aumentar. Em contraponto, 42% confiam que serão abertas oportunidades de emprego. No mesmo sentido, 41% acreditam que as ações para a preservação do meio ambiente, renda do brasileiro (41%) e da concessão de crédito (39%) também irão aumentar. Já a segurança (44%) e os investimentos na saúde pública (40%) e a desigualdade social (32%) ficarão como está.

Após um ano do governo federal, em todas as áreas investigadas, a maioria dos entrevistados, avaliam como “ruim ou péssima” a atuação sobre os impostos (64%), combate a corrupção (62%), taxas de juros (58%), combate à inflação (54%), saúde (54%) e combate à fome e à pobreza (49%).

Questionados sobre o impacto das medidas econômicas do governo durante o ano de 2024, a maioria dos entrevistados acredita que irá aumentar o custo de vida (52%), a taxa dos juros (47%) e aumento do consumo (38%). Quanto ao desemprego as opiniões são divididas entre aumento e redução com 35% das respostas respectivamente.