Para defender o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da investigação que apura corrupção na compra da vacina Covaxin, contra o Covid-19, o senador bolsonarista eleito pelo Espírito Santo, Marcos Ribeiro do Val (Podemos-ES) quis agredir fisicamente um dos depoentes da CPI da Pandemia, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF). Do Val chegou empurrar o parlamentar com a barriga, uma forma de chamar o depoente para a briga. Isso ocorreu nesta última sexta-feira (25) dentro do recinto da CPI, onde o bolsonarista é um dos sete suplentes da CPI.
Ao invés de usar o argumento para realizar o seu desejo de defender Bolsonaro de uma possível corrupção na compra superfaturada da vacina indiana, que é a ferramenta de qualquer parlamentar, o bolsonarista preferiu partir para as vias de fato durante um intervalo da sessão da CPI. A sessãofoi destinada para ouvir o deputado federal Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde. Enquanto chamava para a briga, Marcos do Val iniciou uma discussão, enquanto se encostava no depoente de barriga e sem respeitar o distanciamento social durante a pademia.
Turma do deixa disso
Para evitar que Do Val agredisse com tapas e socos, foi preciso a intervenção dos senadores Humberto Costa (PT-PE), Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para separar o agressor Marcos do Val do depoente. O trio de senadores separam a dupla. O vídeo não tem o áudio das ameaças feitas por Marcos do Val. Quando a sessão foi reiniciada, o bolsonarista inverteu a agressão que ele tinha feito e gravada em vídeo para relatar que “o deputado federal chegou e fez uma ameaça à minha pessoa”.
Em 2018 Do Val foi eleito senador pelo Espírito Santo com 863.359 votos pelo então PPS, que mudou a sua denominação para Cidadania e, em agosto de 2019, se desligou do Cidadania e se filiou ao Podemos. Do Val é um empresário da área de segurança, que no início dos anos 1990, fundou a CATI, empresa de segurança voltada ao treinamento avançado de policiais. Por meio dessa empresa, ele ministrou cursos cursos e palestras que visam a difusão de diversas técnicas e doutrinas inerentes à atuação policial. Do Val gosta de dizer que foi “instrutor” da polícia de elite dos Estados Unidos, a Special Weapons And Tactics, a Swat americana, o que é desmentido.