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Para Organização Meteorológica Mundial, 2021 foi marcado por temperaturas extremas

Cheias recordes no Rio Negro, em Manaus, seca na América do Sul e enchentes na Europa foram alguns dos exemplos; temperaturas recordes no Vale da Morte, nos Estados Unidos, e na Europa são sinais dos padrões da mudança climática; agência quer mais sistemas de alerta em países em desenvolvimento

Geleira intensa no mar do vizinho Uruguai e ao mesmo tempo calor de quase 50 graus no Canadá | Foto: Diego Ferrer/OMM

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), afirma que os últimos sete anos devem ser registrados como os sete mais quentes da história. Um resfriamento do fenômeno La Niña, logo no início de 2021, influenciou as temperaturas globais, de forma suave e curta, mas não reverteu as concentrações de gás de efeito estufa provocadas por atividades humanas.

O ano foi marcado por ondas recordes de calor, chuvas, inundações e incêndios que devastaram áreas extensas. Os meteorologistas contaram com tecnologia de satélite para melhor prever e monitorar eventos extremos e as mudanças do clima em todo o globo. Mas o impacto econômico e humano dos desastres naturais ultrapassa o calendário anual e deve seguir por 2022.  Nesses eventos, milhares de vidas são perdidas.

No momento, os monitores da OMM acompanham o super tufão Rai ou Odete, que atravessou as Filipinas em 16 de dezembro na categoria 5. Centenas de pessoas ficaram feridas ou morreram num país que é constantemente atingido por desastres naturais. Mas, em muitas partes do mundo, a situação tem se atenuado devido a sistemas de alertas que ajudam a reduzir bastante as taxas de mortalidade. Mesmo assim, nos países menos desenvolvidos e pequenos Estados-ilhas ainda existem lacunas que precisam ser cuidadas.

Mudança climática

Para a Organização Meteorológica Mundial, os orçamentos nacionais devem investir mais no monitoramento dos gases de efeito estufa.  Muitos eventos climáticos extremos são causados pela pegada da mudança climática. Uma onda de calor no Canadá e em partes vizinhas do noroeste dos Estados Unidos elevou as temperaturas a quase 50°C em junho, na British Columbia, causando centenas de mortes e incêndios arrasadores. E a mesma região foi alvo de chuvas fortes e cheias em novembro.

Um outro exemplo foi o Vale da Morte, na Califórnia, onde os termômetros chegaram a 54.4 °C durante várias ondas de calor extremo no sudoeste dos Estados Unidos, em julho. O mesmo ocorreu em partes do Mediterrâneo em agosto. Na Itália, a região da Sicília marcou 48.8 °C. E alguns incêndios florestais foram registrados na Argélia, no sul da Turquia e na Grécia. Outros eventos climáticos em 2021 ocorreram na China com enchentes na província de Henan, um recorde na região. Em meados de julho, Alemanha e Bélgica receberam muita chuva com deslizamentos de terra, enchentes e mais de 200 mortes.

Em Manaus, no Brasil, o Rio Negro atingiu seu ponto máximo com enchentes que começaram no norte da América do Sul. Uma estiagem no sul do Brasil, no Paraguai, Uruguai e no norte da Argentina preocupou as autoridades e afetou plantações e colheitas. Já outro lado do mundo, no Chifre da África, a seca agravou a crise humanitária incluindo na Somália e no sul de Madagáscar. Para a OMM, os países precisam investir em infraestrutura hídrica e de gerenciamento de desastres naturais com urgência.

Para o próximo ano, a agência espera continuar atuando com países-membros e parceiros para fortalecer sistemas de alerta de desastres e ajudar a fechar as lacunas de temperatura e de redes de observação hidrológica em países em desenvolvimento para assim salvar vidas e subsistências.