Parlamentares federais capixabas, entre os que foram eleitos e reeleitos nas últimas eleições, tem algum grau de envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF). Na relação de 50 nomes envolvidos com o financiamento dos atos, que são chamados pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de terrorismo, que foi divulgado pela célula Eter Sec, do grupo brasileiro de hackers Anonymous, está o senador eleito pelo Espírito Santo, Magno Malta (PL).
Já o portal The Intercept que fez a relação de 46 deputados federais que defenderam ou minimizaram o terrorismo em Brasília, estão dois do Espírito Santo. O vereador de Vitória (ES) com mandato e deputado federal eleito Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da federal (PL), que foi denominado pelo The Intercept de “disfarçado”. Este, segundo o portal de notícias, fez parte de um grupo de 24 parlamentares federais que ”passaram pano para atos terroristas e culpam ‘infiltrados’”. A íntegra da reportagem do The Intercept pode ser lida clicando neste link.
Deputado capixaba quer apurar responsabilidade da vítima dos atentados
O segundo parlamentar citado pelo The Intercept é o deputado federal reeleito Evair de Melo (PP), que chegou a protocolar um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar responsabilidade pelos atos de destruição das vítimas. Evair de Melo quer que o ministro da Justiça, Flávio Dino, tenha apurada sobre si a responsabilidade pela destruição das sedes dos Três Poderes.
Por sua vez, o senador em meio de mandato pelo Espírito Santo, Marcos do Val (Podemos) foi flagrado pelo portal de notícias Metrópoles, fazendo visita aos bolsonaristas presos pelo atentado à democracia e à destruição dos bens patrimoniais e históricos dos Três Poderes. Na visita, feita no mesmo dia em que ocorreu as prisões, Marcos do Val deu a seguinte declaração ao Metrópoles:
“A Polícia Federal está tratando bem os detidos. Não tem mais crianças aqui. Há serviço médico à disposição das pessoas e uma sala com membros da Ordem dos Advogados do Brasil para atendimento jurídico”, declarou o senador ao portal de notícias. O senador capixaba foi ver in locum as condições em que se encontravam os prisioneiros.
Dez parlamentares apoiaram os atos terroristas
Na reportagem do The Intercept, redigida pela jornalista Nayara Felizardo, ela conta que em um levantamento feito pelo Intercept foram identificados 46 deputados federais eleitos em 2022 que defenderam, incentivaram ou ao menos tentaram justificar de alguma forma os ataques terroristas do último domingo. Dez deles apoiaram abertamente os golpistas, como se eles se manifestassem por causas legítimas; 24 procuraram disfarçar o apoio, minimizando os protestos, desviando o foco das acusações ou culpando “infiltrados de esquerda”; e outros 12 foram contrários às prisões dos terroristas, chegando a alegar a ocorrência de violações – não comprovadas – de direitos humanos.
A lista poderia ser bem maior, pois vários parlamentares endossaram um tuíte de Jair Bolsonaro relativizando os atos. Destacamos, no entanto, apenas os casos mais expressivos, como os deputados que, mesmo tendo repudiado os atos oficialmente, divulgaram mensagens que colocam em dúvida se o repúdio foi genuíno, informa a jornalista no seu texto publicado pelo portal de notícias. Dos 46 parlamentares, 33 são do PL, 5 do PP, dois do MDB e um de cada do Avante, Novo, Podemos, PSDB, Republicanos e União Brasil.