fbpx
Início > Passageiros do Transcol continuam proibidos de pagar passagem em dinheiro, mesmo com volta de trocadores

Passageiros do Transcol continuam proibidos de pagar passagem em dinheiro, mesmo com volta de trocadores

Por decisão judicial, os trocadores voltam ao trabalho, mas o governo do Estado e empresários impuseram que a categoria somente irá fazer recarga do Cartão GV. O pagamento em dinheiro nos coletivos continua suspenso mesmo com a volta dos trocadores. A medida faz parte do plano do governo estadual de mostrar ao usuário uma suposta falta de importância da categoria

Com a proibição de os trocadores receber dinheiro dentro dos ônibus, governo quer mostrar “insignificância” da categoria | Foto: Ceturb

Após derrotada no Judiciário, a Ceturb e os empresários do sistema Transcol, estão anunciando a volta ao trabalho de 1.200 trocadores de ônibus, cuja demissão foi preparada conjuntamente pelos empresários e pelo governo do Estado, como forma de reduzir as despesas e elevar o lucro dos donos de ônibus. No entanto, a mesma Ceturb está avisando que os ônibus vão continuar sem aceitar o recebimento das passagens, o que dificulta o acesso à turistas e aos moradores do interior em trânsito pelos municípios atendidos pelo Transcol.

De acordo com o secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno., “os cobradores vão atuar somente nos coletivos sem ar-condicionado, de segunda a sexta-feira, nos horários de pico”. Os ônibus com ar condicionado fazem parte do projeto de eliminação dos trocadores na folha de pagamento das empresas de ônibus e, nesta quarta onda do Covid, vem sendo criticados pelos usuários por terem janelas lacradas e somente circularem com superlotação.

2 anos de proibição de receber dinheiro nos ônibus

A proibição decretada pelo governador Renato Casagrande (PSB) de os ônibus do sistema Transcol não aceitar dinheiro entrou em vigor no dia 17 de maio de 2020, sob a alegação de que era para evitar a difusão do vírus do Covid. A justificativa, na época, foi duramente criticada pela população, porque as cabines da Rodosol, que cobram pedágio dentro da Região Metropolitana de Vitória nunca interromperam o recebimento da moeda nacional. A retirada do dinheiro foi uma justirficava para promover a demissão em massa de trocadores, cujo intuito do atual governo foi derrotado na Justiça.

A Ceturb diz em sua nota que durante o período em que permaneceram afastados, os cobradores receberam os salários e benefícios integralmente e em dia. A demissão em massa, como era desejada pelos empresários e pelo governo do Estado, não foi concretizada devido às ações na Justiça que foram impetradas pelo sindicato da categoria. Uma parte desses profissionais foi reaproveitada em outras funções dentro das próprias empresas ou aderiu ao Plano de Demissão “Voluntária‘ (PDV).

A empresa do governo que representa os interesses dos donos de ônibus disse que “os cobradores que integravam o Sistema Transcol em 2019, mais da metade (60%) foi contemplada pelo acordo que prevê a requalificação, assumindo novas funções no próprio sistema”. Foi dito na nota que “além das requalificações promovidas pelo Sistema Transcol e do PDV, a categoria teve a oportunidade de participar do Programa CNH Requalifica, lançado em 2021, pelo Governo do Estado, por meio da Semobi e do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran|ES)”.

O projeto de eliminação dos cobradores prevê “que esses profissionais obtenham a habilitação (Categoria A, B ou AB), a fim de aproveitarem novas oportunidades de requalificação dentro ou fora do Sistema. A previsão é de que sejam concedidas 1.500 CNHs até o fim de 2022”.