Ignorando que o Espírito Santo tem 9.682 mortos pelo Covid-19 e os alertas de infectologistas estão afirmando que ainda neste mês o Brasil será atingido pela terceira onda mais contagiante e mortífera do novo coronavírus, o prefeito de Vitória (ES), Lorenzo Pazolini (Republicanos) anunciou em suas redes sociais a imposição da volta às aulas presenciais. Segundo ele, as aulas se iniciam nesta próxima segunda-feira (10). O prefeito ignora e menospreza o fato de que a maioria absoluta dos professores ainda não recebeu a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus.
Pazolini tem em seu currículo a invasão ao Hospítal Dório Silva no dia 12 de junho do ano passado, em atendimento a um pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), feito na véspera, e onde mandou os seus apoiadores desrespeitar a intimidade dos pacientes e fotografar e filmar. O fruto dessa invasão era expor as vítimas do Covid-19 nas redes sociais. Pazolini, então deputado estadual, invadiu o hospital acompanhado dos também deputados bolsonaristas Carlos Von (Avante), Dabino Bahise (PSL), Vandinho Leite (PSDB) e Torino Marques (PSL).
Vídeo
Nesta última terça-feira (4) ele anunciou a volta às aulas de forma impositiva, sem abrir um debate com os professores e funcionários das escolas públicas municipais. Ao seu lado e que participam do vídeo estão cidadãos alheios aos funcionários das escolas. Eram representantes do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), entidade que está preocupada com a queda do lucro das escolas particulares, da Sociedade Brasileira de Pediatria e representantes bolsonaristas da Assembleia Legislativa.
Sem se referir à perda da receita, o representante do Sinepe-ES optou em dizer no vídeo: “A criança precisa de um relacionamento, ela precisa de ter contato com outra criança. Essa convivência socioemocional é importante para o desenvolvimento de uma criança”. Já o prefeito optou em dizer: “É chegado o momento do retorno. Estamos perdendo toda uma geração, não dá mais para aceitar essa condição. Temos de respeitar a ciência, ouvir os especialistas, mas também os pais, mães aflitos que estão em suas residências”.