A pesquisa é da Confederação Sindical Internacional. Foram analisados 148 países no mundo e o Brasil se iguala às ditaduras homofóbicas de Belarus e Mianmar, além de outros países onde a democracia é questionável, como a Turquia ou o Egito e as Filipinas
O Índice de Direitos Global (em inglês Global Rights Index, da Confederação Sindical Internacional (International Trade Union Confederation – ITUC), que classifica os diferentes países em função de como protegem os direitos dos trabalhadores, como os direitos a liberdade de associação, de negociação coletiva e o direito à greve, entre outros, voltou a incluir o Brasil como um dos 10 piores países do mundo para se trabalhar. É o quarto ano consecutivo que o Brasil é incluído nessa lista desfavorável, compreendendo o último ano do governo Temer e o período do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Brasil se igual a Bangladesh, Belarus, Reino de Eswatini (antiga Suazilândia, na África), Mianmar, Filipinas, Turquia, Guatemala, Egito e Colômbia. Segundo a publicação, a situação dos trabalhadores no Brasil piorou em 2022, sendo a reforma trabalhista, aprovada pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a principal causa da deterioração dos direitos trabalhistas no país. A CSI é uma confederação sindical mundial, com 308 organizações filiadas em 153 países e territórios nos cinco continentes, congregando 175 milhões de trabalhadores.
Multinacionais que exploram os trabalhadores
São citadas nominalmente três multinacionais que ajudam ao Brasil se enquadrar entre os priores do mundo para se trabalhar: Banco Santander, General Motors e a Nestllé. As violações trabalhistas praticadas por esses grupos estrangeiros são citadas no documento, que cita corte nos salários dos dirigentes sindicais que trabalham no Banco Santander; a declaração de ilegalidade da greve dos metalúrgicos da General Motors, em São Bernardo do Campo; e a redução de benefícios e cortes de postos de trabalho na Nestlé. Leia a íntegra do relatório da pesquisa (em inglês), em arquivo PDF:
2022-ITUC-Rights-Index-Exec-Summ-EN_2022-07-06-063804O secretário-geral da Confederação Sindical Internacional, Sharan Burrow, disse: “Os governos e os empregadores têm de enfrentar a realidade e reconhecer o estado do mercado de trabalho quando 60 por cento das pessoas estão em trabalho informal sem direitos, nenhum estado de Direito e pouca ou nenhuma proteção social. Presente a exclusão vai além dos países em desenvolvimento e inclui trabalhadores em empresas de plataforma, big tech e spinoffs de tecnologia”.
E completou: “Mesmo para os 40 por cento das pessoas com alguma forma de contrato de trabalho, mais de um terço tem empregos precários ou inseguros, incluindo aqueles submetidos para desumanizar a exploração em muitos de nossas cadeias de suprimentos globais, nas quais os lucros maciços de as corporações dependem”.