Em um trabalho publicado nesta semana na revista científica PeerJ, os pesquisadores Richard Buchmann e Taissa Rodrigues, do Laboratório de Paleontologia da Ufes, descreveram como era a postura em vida do pescoço de três diferentes pterossauros, um grupo de répteis voadores aparentados aos dinossauros e que viveram durante a Era Mesozóica. Como os últimos pterossauros foram extintos no mesmo evento que dizimou os dinossauros não avianos, sua aparência e comportamento enquanto vivos são pouco conhecidos.
Os braços dos pterossauros formavam asas, o que permitiu que eles tenham sido os primeiros vertebrados capazes de voar ativamente. Por não terem os dedos das mãos livres, esses animais precisavam utilizar o bico para capturar possíveis presas. Para isso, um pescoço longo e flexível era fundamental, pois permitia que usassem a cabeça para acessar alimento em diversos locais. Porém, poucos cientistas haviam até então estudado os movimentos realizados pelo pescoço de pterossauros.
Os pesquisadores da Ufes analisaram fósseis muito bem preservados de três pterossauros predadores, chamados Anhanguera, Azhdarcho e Rhamphorhynchus, estudando como as suas vértebras se encaixavam, e fizeram a reconstituição de como eram suas articulações enquanto vivos. Ao comparar essas características com as de pescoços de aves e jacarés atuais, eles descobriram que as articulações dos pterossauros possuíam finas camadas de cartilagens, e não discos, como são presentes em mamíferos como os seres humanos. Além disso, constataram que esses pterossauros possuíam o pescoço levemente sinuoso, embora bem menos do que o de aves como garças.
O formato do pescoço variava entre os três pterossauros estudados: Azhdarcho, que tinha maior capacidade de caminhar em terra, mantinha a cabeça em uma posição bem mais alta do que o corpo, enquanto Rhamphorhynchus e Anhanguera, que eram animais que se alimentavam principalmente de peixes e outros animais aquáticos, possuíam ligamentos no pescoço que permitiam que abaixassem a cabeça para pescar e que a levantassem rapidamente logo depois de capturar uma presa.
Texto: Assessoria de Imprensa da Ufes, com informações divulgada pelos pesquisadores
Serviço:
O trabalho dos pesquisadores pode ser lido, no idioma inglês, clicando neste link.