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PF desarticula organização criminosa que agia em garimpos ilegais no MA

PF deflagrou a Operação Curimã e investiga os responsáveis pelo desmatamento ilegal de mais de 60 mil hectares de áreas para abertura de garimpos de ouro, sem qualquer autorização dos órgãos competentes, em municípios maranhenses da região de Centro Novo (MA)

Além de desmatar terras indígenas para roubar ouro, os criminosos degradam o solo | Foto: Agência Polícia Federal de Notícias

Participaram das ações 130 policiais federais. Eles deram cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão, além de 5 mandados de prisão preventiva, nos Estados do Maranhão e do Pará, expedidos pela 8ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Maranhão, em decorrência de representação da Polícia Federal. A ação ocorreu nesta última quarta-feira (15). As informações são da Agência Polícia Federal de Notícias.

Entre os presos está o prefeito de Centro Novo (MA) Joedson Almeida dos Santos, vulgo Junior Garimpeiro (PP), que declarou ao TSE ter a profissão de “agricultor” e não a sua verdadeira profissão de “garimpeiro clandestino”, mas que foi preso por atuar como garimpeiro clandestino e ilegal em terras indígenas. A quadrilha formou uma associação clandestina, que permitia qualquer um se instalar no local com o pagamento de 10% do ouro encontrado. A quadrilha derrubou extensa área de floresta e revirou todo o solo, deixando grandes lagoas de rejeitos, inclusive com a presença de mercúrio e de cianeto, que depois escorre para os rios que abastecem os reservatórios dos índios poluindo e atentando contra a vida dos indigenas.

Entre os criminosos presos está o garimpeiro Joedson Almeida dos Santos, que se elegeu no ano passado como prefeito de Centro Novo (MA) pelo PP, com o apelido de Junior Garimpeiro. Mas para o TSE declarou que é “agricultor”. Na mesma cidade até o vereador Francisco da Silva Moraes (MDB) foi flagrado roubando ouro das terras indígenas na sua verdadeira profissão de garimpeiro.

O uso desses produtos proibidos matou os peixes e os poucos que restaram estão contaminados. No local há presença de vereadores, que atuam como garimpeiros clandestinos, como é o caso do vereador Francisco da Silva Moraes (PMDB). O Governo do Maranhão, em nota, não disse que vai punir a quadrilha, mas apenas se limitará a “conversar”.

Organização criminosa

Durante as investigações foi apurado que se trata de uma organização criminosa armada com grande poderio econômico e político e com atuação na região de Centro Novo/MA há pelo menos três anos. Os investigados foram os responsáveis pelo desmatamento ilegal de mais de 60 mil hectares de áreas para abertura de garimpos de ouro, sem qualquer autorização dos órgãos competentes.

Ademais, foi verificado que esses garimpos utilizam cianeto de forma massiva para extração do ouro, além do uso de mercúrio, situação que tem causado grande poluição ambiental, inclusive, do Rio Maracaçumé.

Sob este aspecto, sabe-se que o cianeto pode atacar o cérebro e provocar tremores, delírios e alucinações. Também pode provocar parada cardíaca. A vítima desse tipo de envenenamento pode morrer por asfixia ou por falência múltipla de órgãos, assim há grande perigo para população local exposta a este tipo de substância.

Os investigados poderão responder pelos crimes previstos no Art. 2º, da Lei 8.176/91 (usurpação de bens da União), no art. 54, §2º, V (poluição), c/c art. 55 (mineração ilegal), ambos da Lei nº 9.605/98, art. 14, da Lei 10.826/2003 (porte ilegal de arma de fogo), bem como o art. 2º, §2º, da Lei nº 13.850/2013 (integrar organização criminosa), cujas penas máximas somadas ultrapassam mais de 20 anos.