O Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), residente no Rio de Janeiro, usava as facilidades da legislação que ainda continua em vigor, comprava armas e munições legalmente e revendia para criminosos do Espírito Santo, Os CACs, grupo paramilitar, foi estimulado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro
Na manhã desta quarta-feira (4), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (FICCO/ES), com apoio da Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro, cumpriu um mandado de prisão temporária e um mandado de busca e apreensão, expedidos pela 10ª Vara Criminal de Vitória/ES, para combate ao tráfico de armas.
Por ocasião do cumprimento do mandado de busca, foram apreendidas 8 pistolas (de calibres diversos – 9mm, .380 e .40), 2 revólveres (calibre .38), 2 fuzis (calibre 556), 31 carregadores de diversos tipos e calibres, mais de 1000(mil) munições, também de calibres distintos (556, 9mm, .380 e .40), além, de aparelhos celulares, dentre outros itens.
CAC criminoso
As medidas cumpridas nesta quarta-feira, no município de Niterói/RJ, decorrem da Operação Opportunitas, deflagrada em 23 de agosto último, oportunidade na qual já haviam sido cumpridos 6 mandados de prisão e 6 mandados de busca e apreensão no complexo da Penha, Vitória (ES). Na ocasião, o alvo principal era o CAC, que atuava criminosamente na compra de armas e munições e a revenda das mesmas para grupos criminosos.
Durante a primeira fase da investigação, foi descoberto que as lideranças de uma facção criminosa que atua no Bairro da Penha, em Vitória (ES), mantinham conexões além dos limites da região, incluindo um Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), residente no Rio de Janeiro, que era responsável pelo envio de munições ao Espírito Santo.
O aprofundamento das investigações revelou que esse CAC adquiria munições legalmente, aproveitando-se das facilidades proporcionadas pela legislação então vigente e as revendia para a facção criminosa. O uso criminoso do título de CAC ocorre em todo o Brasil, mas mesmo assim as autoridades não extinguiram essa titulação de CAC.
Segundo nota da Polícia Federal, as investigações continuarão para identificar todos os compradores de munição, tendo em vista que a alta quantidade adquirida (mais de 62 mil munições no período de 2 anos) não era destinada à utilização como atirador ou caçador.
FICCO/ES
As ações policiais desencadeadas na FICCO são produto de cooperação interagências, com foco na inteligência de segurança pública.
A FICCO/ES é composta atualmente pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Guardas Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana.