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Pilotos e comissários de voo decretam greve nacional a partir da próxima segunda-feira (29)

Os pilotos e comissários dizem que tiveram uma perda média 40% nos salários desde que foi iniciada a pandemia do Covid-19, por causa de ações empreendidas pelas empresas aéreas sob alegação de garantia na manutenção dos empregos, quando ocorreu a queda no volume de passageiros. Mas, que agora a situação voltou apresentar lucros exorbitantes para os empresários , com aviões voando lotados e as empresas anunciando resultados financeiros positivos e lucratividade elevada

A exemplo dos demais empresários, os donos das companhias aéreas não querem pagar as perdas saláriais

Em assembleia com presença massiva da categoria, realizada nesta última quarta-feira (24), pilotos e comissários de voo deliberaram por aprovar a deflagração de greve a partir das 0h desta próxima segunda-feira, dia 29 de novembro, em todo o país e por tempo indeterminado, De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a categoria decretou o movimento grevista contra a intransigência das companhias aéreas nas negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. Os trabalhadores do setor aéreo reivindicam um reajuste de 40% para recuperar o poder de compra de dois anos atrás, que foram corroídos.

As empresas aéreas que compõem a entidade patronal, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, se recusam a sinalizar diálogo para a reposição salarial exigida e querem apenas garantir o atual valor dos salários, com reajuste zero. Os patrões aceitam apenas em elevar, de forma escalonada, a inflação acumulada dos últimos 12 meses para benefícios, que ainda existem no governo Bolsonaro, como o vale-alimentação. O Sindicato patronal compreende as empresas como Azul, Gol, Itapemirim, Latam, Latam Cargo, Voepass.

“Em respeito à sociedade e aos usuários do sistema de transporte aéreo, os aeronautas farão a paralisação de 50% dos tripulantes por dia, enquanto os outros 50% permanecerão em serviço. A categoria reivindica unicamente reajuste salarial que contemple a reposição das perdas inflacionárias nos últimos dois anos — INPC do período de 1º de dezembro de 2019 a 30 de novembro de 2021”, dizem os aeronautas através da nota do SNA.

Empresários negam recompor perdas salariais

“Além de apresentar proposta muito aquém de recompor as perdas salariais, já rejeitada pela categoria, o sindicato patronal ainda negou a ultratividade da atual CCT, ou seja, não garantiu a manutenção das cláusulas atuais da convenção em caso de um novo acordo não ter sido fechado até a data-base (1º de dezembro). Desde o início da pandemia a categoria nunca parou de trabalhar, tendo enfrentado graves riscos de contaminação por Covid-19, e deu sua contribuição no combate à doença transportando vacinas, insumos e equipamentos”, prossegue o SNA.

Além disso, pilotos e comissários alegam que deram colaboração importante para a recuperação das empresas aéreas ao aceitar, de maneira correta, reduções salariais e remuneratórias que perduram até hoje. “Porém é importante destacar que as próprias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como também demonstram notícias publicadas na imprensa, que o setor aéreo não só vem se recuperando aceleradamente como projeta para o futuro próximo um crescimento que não condiz com a intransigência de impor um achatamento salarial de toda uma categoria”, prossegue a entidade sindical.

Atrasos e cancelamentos de voos

“Os pilotos e comissários de voo do Brasil contam com a compreensão da sociedade e com o bom senso das companhias aéreas para evitar transtornos”, concluem o documento. É dado o avido de quem está com voo agendado para a semana que vem, que deverá estar ciente e se preparar para atrasos no embarque e desembarque e cancelamentos. As empresas funcionarão com metade de seus pilotos e comissários de bordo, de acordo com a decisão da categoria na decretação da greve por tempo indeterminado.

“Em cada dia de greve serão mantidos 50% dos aeronautas em serviço. Metade dos tripulantes estará disponível em um dia; a outra não. Os indisponíveis no primeiro dia serão os mais antigos em termos de senioridade. No dia seguinte, estarão indisponíveis os mais novos”, disse à imprensa o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), comandante Ondino Dutra.