Os pinguins-de-magalhães, que chegam ao Espírito Santo nesta época do ano, são originários na Patagônia, no extremo Sul da Argentina. Geralmente quando chegam estão desnutridos e magros. Com isso perdem a grossa camada de gordura, sob a pele e acabam não conseguindo mais se proteger do frio da água. Assim, saem na busca por calor e acabam encalhando
O período entre fim de julho e início de agosto marca a chegada dos pinguins no litoral capixabas. Até o momento, apenas um pinguim encalhou no litoral de Vila Velha (ES), e se encontra em tratamento no Posto de Vigilância Epidemiológica do no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), localizado em Jardim América (Cariacica). A instituição é quem operacionaliza o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
O animal encalhou no último dia 11 e foi resgatado pelo grupo Salvamar/Guarda-Vidas da Prefeitura Municipal de Vila Velha e transportado pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Petrobras (PMP-BC/ES) até o Posto do Ipram, espaço criado em função da gripe aviária. “Não sabemos quantos mais podem encalhar. Nos últimos anos, temos registrado poucos indivíduos nessa época, felizmente”, explicou o diretor-presidente do Ipram, Luis Felipe Mayorga.
O pinguim está em quarentena e, se suas condições clínicas permitirem, reabilitação. “O que torna este ano diferente de todos os outros é a presença do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) circulando nas populações de aves aquáticas e silvestres, e a orientação é que a população não toque em aves de vida livre debilitadas e, ao encontrar uma, limite-se a acionar o recolhimento por instituições especializadas”, reforça Luís Felipe.
Além disso, o Iema está realizando frequentemente ações de monitoramento marinho. “O Iema segue realizando monitoramentos ao longo da orla, para identificar animais com sintomas de gripe aviária, especialmente as aves. Nossa equipe está rodando de barco no litoral, principalmente da Grande Vitória e do Sul do Estado, onde estão sendo encontradas aves contaminadas”, explica a servidora do Iema, Joseany Trabarch.
Confira as orientações caso encontre algum pinguim encalhado na praia:
- 1 – Acionar imediatamente o PMP-BC/ES no telefone 0800-039-5005. Caso tenha dificuldades em usar esse número, ligue para o IPRAM no (27) 99865-6975, que também é WhatsApp;
- 2 – Devido à possibilidade de contaminação pelo vírus da IAAP, se possível, não toque no animal;
- 3 – Caso julgue ser necessário manuseá-lo (seja para remover de um lugar perigoso, do acesso de crianças ou salvá-lo do ataque de cachorros, por exemplo), utilize luvas de látex (ou borracha) e máscara facial. Você poderá adquirir essa proteção na farmácia mais próxima;
- 4 – Caso tenha capturado o pinguim, acomode-o rapidamente dentro de uma caixa qualquer, em um local seco e se possível, aquecido;
- 5 – Descarte suas luvas e máscara dentro de uma sacola plástica e não toque mais no animal. Aguarde pela chegada da equipe de resgate. Entregue a luva e máscara utilizadas para a equipe de resgate, que trará ao IPRAM para o descarte adequado. Lave suas mãos com água e sabão ou detergente, ou na impossibilidade disso, passe álcool nas mãos, braços e partes do corpo que encostaram na ave;
- 6 – Caso tenha manuseado o pinguim ou qualquer outra ave marinha, ligue para o telefone (27) 99849-1613 e informe esse fato para o CIEVS – Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde, da Secretaria da Saúde.