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PMs matam em Ecoporanga e promovem violência policial em Cariacica, neste último final de semana

A falta de punição aos assassinatos e violência policial motivou audiência na Assembleia há 11 dias atrás | Foto: Arquivo/PMV

Neste último final de semana mais dois crimes praticados por policiais da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES). Um assassinato praticado por um PM em Ecoporanga (322 quilômetros ao Norte de Vitória) na madrugada deste domingo (24) durante uma festa e o uso da violência policial contra três casais na porta da casa de shows Matrix Music Hall, em Cariacica. O despreparo, os constantes assassinatos da PMES motivaram na semana retrasada, no dia 14 deste mês, a realização pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) da audiência pública “Aumento da violência policial e a escalada do fascismo no Brasil”.

O problema coincide com a politização dentro da corporação sob a inspiração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e da falta de punição. Nas redes sociais é comum perfis de PMs repercutindo Fake News difundidos pelo presidente. A punição existe dentro da PMES apenas para os policiais que defendem a democracia e a legalidade, como é o caso do capitão PM Vinícius Sousa, que foi notificado pela Corregedoria da PMES sobre a existência de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) de Rito Sumário, apenas por ser um policial honesto e preocupado com a legalidade democrática do Brasil.

POLICIAIS ANTIFACISMO SÃO REPRIMIDOS PELA PMES

O capitão integra o movimento “Policiais Antifascismo” e por isso incomodou ao comando da corporação. Já os que pregam a violência nas mesmas redes sociais são ignorados. O capitão Sousa participou de atos a favor da legalidade e contra Bolsonaro e isso foi a causa que motivou o inquérito. Os PMs que participam de atos em apoio a Bolsonaro não são punidos. Na Ales, a audiência pública foi solicitada pela deputada estadual Iriny Lopes (PT) e ocorreu como parte das atividades da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Legislativo estadual.

No caso do assassinato de Ecoporanga, o criminoso é um policial militar do 7º Batalhão de Cariacica e foi àquela cidade do Norte visitar parentes. Apesar de estar a mais de 300 quilômetros do batalhão em que atua, quis entrar em um cerimonial localizado no Bairro Vila Nova com uma arma na cintura, o que foi impedido pelo segurança. O assassino, que não estava a serviço, reagiu à determinação de não entrar armado dentro de uma festa atirando para matar. A vítima morreu quando recebia os primeiros socorros.

Violência policial

Na noite de sexta-feira passada, dia 22, foi a vez a costumeira violência policial e com a característica falta de treinamento adequado para lidar com os contribuintes que pagam os salários, além de palavrões e de racismo. De acordo com as vítimas, assim que os casais desembarcaram na frente da casa de shows em Cariacica foram abordados pelos PMs com frases que caracterizam o despreparo na formação de policial: “Filhos da puta”, “Negão’, “Mão na cabeça”, “Cala a boca”, para em seguida desferir chutes.

O caso mais recente de violência da PMES que ganhou repercussão nacional foi a atuação de três despreparados PMs de Guarapari que agrediram com espancamento violento uma mulher em surto psicótico. Na ocasião a OAB-ES emitiu nota oficial cobrando punição. Esse caso de violência que ocorreu em 28 de setembro, um mês depois já caiu no esquecimento e não foi anunciada nenhuma demissão dos PMs agressores dos quadros da corporação.