A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), realizou, nesta quinta-feira (3), uma operação de combate à propaganda enganosa na venda de consórcios. A ação cumpriu mandado de busca e apreensão em uma empresa que induzia o consumidor a erro, publicando anúncios de venda de veículos em site de venda e rede social, prometendo entrega em sete dias, sem efetivamente entregar o bem.
Durante entrevista coletiva à imprensa, realizada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), o delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Eduardo Passamani, deu detalhes de como a empresa agia para enganar os consumidores. A empresa, cujo nome não foi revelado mas que nos vídeos divulgados pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) aparece o nome de Alpha Bank, utiliza as redes sociais como se fosse uma pessoa física para anunciar a venda de carros, motos e imóveis.
“Conversa para enganar”
“Eles não publicam em nome da financeira. Colocam só vendo. Quando você liga eles dizem, ‘nós somos uma loja, o bem está aqui, vem ver’. Quando chega, dizem que o bem está em outro lugar e você vai ver. Aí começam com uma conversa para enganar. Dizem que se for em um financiamento, o juro é muito alto e dizem que vai ser feito um contrato com a empresa, que pode fazer um juro mais baixio”, iniciou o delegado para revelar como funciona o esquema de fraude.
Dentro do processo de indução, chegam a dizer que estão comprando a dívida para o consumidor, prossegue o delegado. Vai ser feito um “parcelamento” com a empresa. “Na verdade, o que eles vendem é um consórcio. Eles nãio dizem que é um consórcio. Falam em financiamento”, disse o titular da Decon. E, o mais grave, é que o consórcio não existe.
A quadrilha usava dentro do escritório um quadro na parede, com os nomes dos veículos que tem mais procura. “Os vendedores entravam na internet e pegam a imagem de um carro qualquer, publicava, como se fosse deles. Quando o consumidor chegava, eles diziam, aqui você vai fazer um contrato com a empresa. Eles induziam a pessoa para assinar um ‘contrato de consultoria financeira para a transferência de direitos e obrigações’ para pleno financiamento de bem móvel ou imóvel. O que é isso? É contrato para transferência de nada”, prosseguiu o delegado Passamani.