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Polícia Federal prende, em acampamento de ciganos de João Neiva (ES), líder de fraudadores contra o INSS


A fraude gerou um prejuízo estimado de quase R$ 5 milhões aos cofres públicos. A PF foi à João Neiva em um comboio de viaturas levando 95 policiais e quatro servidores federais


Agente da PF em acampamento ciganos em João Neiva (ES) | Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF), em investigação conjunta com a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista e com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, deflagrou nesta quinta-feira (7/4) a Operação Loki, com o objetivo desarticular um grupo criminoso dedicado a fraudar valores decorrentes de Benefício de Prestação Continuada (BPC), do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial. A ação ocorreu em um acampamento de ciganos, às margens da BR 101 Norte,, em João Neiva.

Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão, sendo um na Serra e 21 em João Neiva, além do sequestro de bens dos investigados. Em razão da peculiaridade das buscas e da necessidade de garantir a segurança e a integridade dos envolvidos, a ação contou com a participação de aproximadamente 95 policiais federais e rodoviários federais, além de quatro servidores da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Ministério do Trabalho e Previdência.

Entre as apreensões feitas pela PF no acampamento cigado estavam joias em ouro | Foto: Divulgação/PF

Investigação levou à deflagração da Operação Loki

As primeiras ações relativas à Operação Loki ocorreram ainda no ano de 2020, após a prisão em flagrante de três pessoas, que tentaram sacar benefício do INSS de forma fraudulenta. A partir de então, iniciou-se uma investigação, que culminou com a descoberta de uma estrutura criminosa dedicada a este tipo de fraude.

Segundo a PF, foi possível concluir até o presente momento que, além do líder do grupo, ao menos outras 38 pessoas utilizaram documentos falsos em nome de 114 pessoas fictícias e participaram de fraudes ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), ao Bolsa Família e ao Auxílio Emergencial.

No acampamento havia um cofre que tinha até recibos em bitcoins | Foto: Divulgação/PF

Prejuízo de quase R$ 5 milhões

De acordo com levantamento realizado ao longo dos trabalhos, a fraude gerou um prejuízo estimado de quase R$ 5 milhões. Com a ação da PF e do INSS, foram evitados prejuízos da ordem de mais de R$ 14 milhões. Esses valores podem ser ainda maiores, visto que os cálculos não abrangem as fraudes ao Bolsa Família e ao Auxílio Emergencial.

Os investigados responderão pelos crimes de estelionato (art. 171 do Código Penal) e de lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº 9.613/1998) que, com suas penas somadas, podem chegar a mais de 23 (vinte e três) anos de condenação.

O nome da operação é uma alusão ao Loki, um dos deuses da mitologia nórdica. Ele é o deus da trapaça, da travessura, do fogo e também está ligado à magia, podendo assumir a forma que quiser. Ele é frequentemente considerado traiçoeiro e de pouca confiança, mas, muito embora suas artimanhas causem problemas aos deuses, estes frequentemente se beneficiam de suas ações.