A prisão ocorreu na manhã deste sábado (14), em sua residência, no Rio de Janeiro (RJ), onde a PF ainda fez busca e apreensão. A prisão foi por ordem do STF
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã deste sábado (14), o general de Exército da reserva, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa derrotada do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto. Segundo a PF, o mandado judicial de prisão foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela sua atuação na tentativa de Golpe de Estado, que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Braga Neto foi preso no em sua residência, no Bairro Copacabana, no Rio de Janeiro. A PF contou com o apoio do Exército Brasileiro, para efetuar a prisão. A decisão de encarcerar o general de Exército aposentado foi porque ele estaria atrapalhando as investigações, que são necessárias para a produção de provas nesta fase de instrução do processo penal. O preso tem 67 anos.
Planos de assassinar Lula, Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes
Segundo a Agência Brasil, Braga Netto é um dos 37 indiciados na última quinta-feira (21) pela Polícia Federal no inquérito sobre “associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado”. A PF apurou que uma das reuniões para tratar de suposto plano golpista para impedir a posse e matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes (STF) teria sido realizada na casa de Braga Netto em novembro de 2022.
Além da prisão, a PF cumpriu uma ordem de busca e apreensão no endereço residencial do general Braga Neto. A busca, denominada nas redes sociais de baculejo, servirão para colher provas de seus crimes contra o Estado Democrático de Direito, com o intuito de implantar uma ditadura militar no Brasil. Por ser militar, Braga Netto não ficará preso em uma penitenciária comum, mas sim detido no Comando Militar do Leste, no Rio, à disposição da Justiça.
Íntegra da nota do STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou neste sábado (14) a prisão do general de Exército da reserva Walter Souza Braga Netto a pedido da Polícia Federal após parecer favorável da Procuradoria Geral da República. O ministro também autorizou busca e apreensão em relação a ele e ao coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general.
Ambos são suspeitos de envolvimento em tentativa de golpe de Estado e de obstrução de Justiça por tentar atrapalhar as investigações sobre o episódio.
A Polícia Federal apontou “fortes e robustos elementos de prova” que demonstram a participação ativa do general Braga Netto na tentativa de pressão aos comandantes das Forças Armadas para aderirem à tentativa de golpe. Segundo a PF, o general também teria atuado para obter informações sobre a delação premiada de Mauro Cid e na obtenção e entrega de recursos financeiros para execução de monitoramento de alvos e planejamento de sequestros e, possivelmente, homicídios de autoridades.
Ao analisar pedido da PF, o ministro apontou que as investigações da operação Contragolpe e depoimentos do colaborador Mauro Cid “revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto nos fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demostrar relevantes indícios de que o representado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações”.
Em relação aos dois investigados, o ministro determinou ainda a proibição de contato com outros investigados e ordenou a retirada do sigilo da decisão, da representação da Polícia Federal e do parecer da Procuradoria Geral da República.
Serviço:
1) Confira a decisão que autorizou a prisão e a busca e apreensão.
2) Confira a decisão que retirou o sigilo dos autos.
3) Confira a representação da Polícia Federal.
4) Confira o parecer da Procuradoria-Geral da República.
Nota oficial da Polícia Federal
“A Polícia Federal cumpre, na manhã deste sábado (14/12), mandados judiciais expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em face de investigados no inquérito que apurou a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito em 2022.
Estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal.
As medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas.”