Do outro lado, o Estado do Espírito Santo, age como se fosse uma ilha de exceção e permite que ônibus com ar condicionado e janelas lacradas circulem superlotados e impôs o retorno às aulas presenciais
Enquanto o Estado do Espírito Santo age como se fosse uma ilha de exceção em um cenário de pandemia internacional, o Conselho de Ministros de Portugal anunciou nesta quarta-feira (1º) um lockdown parcial na área metropolitana de Lisboa e em outros 45 municipios. Portugal está com a vacinação adiantada, em relação ao Brasil, e na próxima segunda-feira (4) será iniciada a vacinação da população com idade entre 18 e 29 anos. Mas, mesmo assim, a grande Lisboa detém 54% das novas infecções pelo Covid-19 em todo o país, enquanto que o Norte superou 500 casos em apenas 24 horas.
No Espírito Santo, apesar dos alertas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de chegada de uma terceira onda mais contagiante e mortal do Covid-19 (que no Estado, o secretário da Saúde, Nésio Fernandes, opta em chamar de quarta onda), o Governo estadual mantém em circulação os ônibus com ar condicionado e superlotados. Os ônibus nessa situação visam apenas garantir os interesses dos empresários do transporte coletivo, que vão acabar com os trocadores e demitir a categoria, e não visam a garantia de um suposto conforto ao usuário.
Já em Portugal a preocupação é com a sociedade e não com o lucro dos empresários de ônibus urbanos. “Constatamos nas últimas duas semanas que a situação [sanitária] novamente piorou”, declarou a ministra de Estado e da Presidência portuguesa, Mariana Vieira da Silva, durante um comunicado à imprensa. “A situação em que estamos não se compara com muitos momentos difíceis que o país viveu no último ano e meio, mas é uma situação grave”, afirmou. “O importante é a clareza de se perceber que Portugal está numa situação mais difícil do que estava, não parou de piorar e precisamos todos tomar medidas nessa matéria”, completou.
Variante Delta (indiana)
Portugal ultrapassou nesta semana a marca de dois mil novos casos em apenas 24 horas, de acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde (DSG). É o nível mais alto de contágio no país desde fevereiro, quando o país entrou em lockdown. Segundo a DSG, a variante Delta já é predominante no país de 10 milhões de habitantes, e é responsável pelo aumento de casos durante esse verão europeu.
Lisboa está entre as cidades classificadas como de risco muito elevado, com mais de 240 casos por 100 mil habitantes. Assim como Cascais, Sintra e outros dezesseis municípios. Outras 26 cidades, como Porto e Santarém, estão em estado de alerta, com aumento de casos nas últimas duas semanas. Nesses locais, o toque de recolher começa às 23h e vai até as 5h da manhã.
Além disso, restaurantes e cafés deverão fechar suas portas às 22h30 durante a semana e às 15h30 aos finais de semana. O governo também determinou limitação para o número de pessoas dentro dos estabelecimentos, que não poderão acolher mais de quatro clientes por mesa.
A ministra anunciou também que haverá aceleração da campanha de vacinação no país. Até o momento, apenas 32% da população tomou as duas doses do imunizante contra o Covid. Pouco mais da metade recebeu a primeira dose, o que não garante proteção contra a variante Delta. Desde o início da pandemia, Portugal registrou 882 mil casos de pessoas infectadas e 17,1 mil mortos em decorrência da infecção pelo coronavírus.