Com as festas de final de ano, o consumidor tem que estar atendo ao abastecer o seu veículo. Através de controle remoto e de equipamento eletrônico, donos de postos estão aplicando o golpe da bomba baixa, onde apresenta no visor do equipamento a quantidade paga de combustível, mas na verdade abastece com muito menos
Donos de postos de revenda de combustíveis inescrupulosos estão aplicando um novo golpe contra o consumidor. É o golpe da bomba baixa, onde oferecem a isca de um preço muito abaixo do mercado, mas ao abastecer o empresário manipula o equipamento para apresentar no visor a quantidade supostamente “correta” de combustível. Mas, na verdade, a quantidade em litros é bem menor. No Brasil, o esquema golpista foi iniciado pelo Posto América, localizado em Jardim América, Cariacica (ES).
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES), foi quem realizou a operação, no início deste mês, com o intuito de combater fraudes no comércio de combustíveis. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) orienta aos motoristas que suspeitarem dessa prática, para que exijam do posto a conferência no balde aferidor de 20 litros.
Todo e qualquer posto é obrigado a ter esse balde aferidor e apresentar ao cliente, quando este exigir, para fazer o teste. O balde tem que apresentar o aferimento pelo Inmetro. O cliente pede para encher até marcar 20 litros na bomba de combustível do posto. Após marcar os 20 litros, o cliente deve verificar se está dentro da marcação do balde aferidor. ”Consumir, exija os seus direitos”, diz a ANP em um vídeo institucional que está no YouTube.
Posto América
Durante a ação, o Posto América, localizado na esquina da Avenida América com a Avenida Engenheiro José Sertã, no bairro Jardim América, em Cariacica (ES), foi interditado, e o proprietário e um frentista foram presos. A operação flagrou dispositivos controlados por controle remoto instalados em três bombas de combustível, usados para enganar consumidores, entregando menos combustível do que o registrado no visor. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil.
A operação conjunta da Polícia Civil e do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES) encontrou dispositivos sofisticados, que eram acionados através de controle remoto em três bombas, fazendo com que o motorista visualizasse na bomba uma quantidade de combustível, mas na realidade o posto estava entregando bem menos do que era registrado na bomba. O golpe da bomba adulterada utiliza instalação de dispositivos eletrônicos ocultos, como chips ou placas controladas remotamente.
O dispositivo de acionamento da fraude contra a economia popular utiliza controle remoto, sendo que esse é disfarçado como chaveiro, permitindo que o gerente de seu escritório ou até mesmo o frentista o ative e desative, do jeito que desejar. Esse golpe é de difícil de ser detectado pelo cliente e até mesmo pelas autoridades da fiscalização.
A facilidade de manuseio do sistema de controle remoto dá oportunidade ao dono do posto, através de seu gerente ou até mesmo do frentista, de executar o golpe de forma seletiva. Ou seja, ativa o dispositivo apenas em oportunidades estratégicas, como em veículos mais caros e nos horários de maior movimento, quando dificilmente o motorista fica atento para o que o frentista está segurando nas mãos.
Evitar postos com preço muito abaixo do que o mercado pratica
Os especialistas alertam que uma das estratégias comumente utilizada pelos postos que praticam esse crime está na oferta tentadora de preços muito abaixo do que é praticado pelo mercado, exigindo que o pagamento seja à vista. Ou por dinheiro em espécie ou pelo método débito do cartão bancário.
No caso do Posto América, flagrado pela operação da Polícia Civil , através da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES), oferecia um dos menores preços para a gasolina comum, álcool e óleo diesel. O preço muito baixo era uma forma de atrair o cliente para ser vítima do golpe, já que ao comprar 20 litros, na verdade levada no tanque do veículo muito menos.