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Prejuízo que bolsonaristas promoveram no sítio histórico da Prainha, em Vila Velha (ES), será conhecido nesta semana


A Prefeitura de Vila Velha está atendendo a determinação do Ministério Público Estadual e entrega, ainda nesta semana, o valor do prejuízo em área histórica praticado por bolsonaristas, que usaram o local por mais de 60 dias para promover atos antidemocráticos


O sítio histórico da Prainha virou terra arrasada, após ser vandalizado pelos bolsonaristas, com muito lixo acumulado e destruição da grama e de equipamentos públicos. No detalhe, pedaços de pallets | Foto: -Divulgação/PMVV

Encerra nesta semana o prazo de cinco dias dado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para que a Prefeitura de Vila Velha (PMVV) produza um relatório detalhando apontando os estragos sofridos pelo sítio histórico da Prainha, feitos por bolsonaristas em atos antidemocráticos. A destruição ficou visível para a municipalidade e para os moradores do entorno, com muito lixo acumulado, destruição do gramado e de equipamentos públicos. O MPES quer saber qual é o valor do prejuízo, para que o espaço possa vir a ser recuperado e devolvido à sociedade.

O MPES não tornou público o que pretende fazer após ter em mãos o total do prejuízo. A municipalidade alega que quer ser ressarcida. Os bolsonaristas, segundo a PMVV, chegaram a remover parte do gramado para fazer valas. A área possuía seis mil metros quadrados de grama, de acordo com a PMVV. Os empresários que apoiavam os atos antidemocráticos, entre esses os proprietários de uma rede de supermercados, cederam pallets para servir de base para os acampamentos.

Ao desacampar, os manifestantes de extrema-direita chegaram a oferecer gratuitamente, em suas redes sociais, os pallets. Mas, muitos deles ficaram jogados no sitio histórico. Além do lixo e da destruição, o local estava sendo utilizado por ambulantes irregulares, de acordo com a Prefeitura. Ainda ficou um resquício de baderneiros bolsonaristas na região, que migraram do sítio histórico para um terreno do Exército, que continua dando “segurança” aos autores de atos antidemocráticos.

O local representa a origem da História do Espírito Santo pela ótica dos colonizadores europeus. Foi na Prainha que chegou o primeiro donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, que aportou no dia 23 de maio de 1535 com a sua nau Glória. Juntamente com ele e seus familiares estava uma tripulação de 60 portugueses, que deram início à colonização portuguesa do Espírito Santo. Entre os que desembarcaram nesse dia estava o seu amigo Duarte Lemos, que foi presenteado com a Ilha de Vitória, que viria a ser a sua fazenda.

Bolsonaristas que agrediram os jornalistas na Prainha, em Vila Velha ES | Imagens: Reprodução/TV Tribuna

Agressões de bolsonaristas à jornalistas

Nesta última terça-feira (3), duas equipes de jornalistas da imprensa capixaba, que foram à Prainha para registrar os prejuízos trazidos ao local, foram agredidos por manifestantes bolsonaristas sob a presença de membros da Guarda Municipal de Vila Velha. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (Sindijornalistas-ES) emitiram Nota de Repúdio à Guarda Municipal, que foi acusada de omissão.

Leia a íntegra da Nota de Repudio da Fenaj e Sindijornalistas-ES

Nota de Repúdio à GMVV e solidariedade aos jornalistas capixabas

O Sindicato dos Jornalistas no Estado do Espírito Santo e a Federação Nacional dos Jornalistas repudiam a atitude omissa da Guarda Municipal de Vila Velha que não agiu para evitar agressões de bolsonaristas contra jornalistas da TV Tribuna e do portal ES 360 que faziam a cobertura da retirada do acampamento na Prainha de Vila Velha na tarde desta terça-feira. Classificamos tal ação como cumplicidade com golpistas e crime contra a democracia uma vez que os agentes públicos não agiram no sentido garantir a ordem e o respeito infringindo, desta forma, preceitos constitucionais e a legislação vigente que garantem o exercício do trabalho jornalístico.

Cobramos da parte do governo municipal de Vila Velha o cumprimento das verdadeiras atribuições da Guarda Municipal e refutamos, mais uma vez, agressões do bolsonarismo e de seus defensores contra o jornalismo e contra a sociedade brasileira.

É hora de dar um basta à violência dos golpistas contra a democracia e contra a imprensa de forma geral e, em nome da IRRESTRITA defesa da liberdade de imprensa e da ética jornalística e pelo Estado Democrático de Direito, cobramos das autoridades públicas capixabas o devido rigor da lei na identificação e punição aos envolvidos neste episódio.

Nossa solidariedade e respeito aos profissionais que trabalham para levar a verdadeira informação à sociedade.

Vitória, 03 de janeiro de 2023