O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca neste domingo (26) para a China para a maior visita de Estado do início de seu terceiro mandato, juntamente com uma comitiva com centenas de empresários, além de governadores, senadores, deputados e ministros. A programação inclui visitas, conversas bilaterais, eventos oficiais e assinaturas de diversos acordos. O embarque que iria ocorrer neste sábado (25) foi adiado por um dia após exames no Hospital Sírio Libanês, feito na última quinta-feira (23) terem atestado que o presidente está com pneumonia leve.
O primeiro compromisso de Lula na China seria um encontro com empresários e agentes públicos sobre desenvolvimento sustentável, nesta segunda-feira (27), em Pequim. Já os principais eventos diplomáticos da viagem estão previstos para terça-feira (28), quando Lula terá reuniões com o presidente da China, Xi Jinping, com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji.
Posse de Dilma no Brics
Na quarta-feira (29), o dia será dedicado a um evento empresarial promovido pela Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível e pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com a participação de mais de 240 empresários brasileiros. Na quinta-feira (30), o presidente Lula irá a Xangai, onde visitará a sede do Novo Banco de Desenvolvimento, entidade criada pelos Brics (grupo formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul). Na ocasião, a ex-presidenta Dilma Rousseff tomará posse no comando do banco.
Será a primeira viagem de Lula a um país asiático após assumir seu terceiro mandato. Mas a viagem à China é a terceira internacional de Lula depois da posse no cargo: o presidente já foi à Argentina e aos Estados Unidos. A previsão do Ministério das Relações Exteriores é que pelo menos 20 acordos comerciais serão assinados durante a visita.
Relançamento das relações bilaterais
A visita, segundo a Agência Brasil, faz parte da reconstrução das relações internacionais do novo governo brasileiro, que inclui as viagens já feitas à Argentina, onde também ocorreu a reunião da Celac, ao Uruguai e aos Estados Unidos, além as reuniões com líderes europeus que vieram para a posse em janeiro. Será também a primeira visita fora do hemisfério ocidental.
O presidente Lula também será o primeiro chefe de Estado a ser recebido pelo presidente chinês Xi Jinping desde que ele foi novamente reeleito para o cargo pela Assembleia Popular Nacional, o parlamento do país, em março deste ano. Esta será a terceira visita oficial do presidente brasileiro à China. A relação entre os dois países se estreitou – e a balança comercial passou a crescer de forma contínua e sustentada – desde 2004, com a primeira visita do presidente Lula a Pequim. A segunda vez foi em 2009.
Parceiros comerciais
O ano de 2023 é o cinquentenário do início das relações comerciais entre Brasil e China. A primeira venda entre os dois países aconteceu em 1973. No ano seguinte, foram formalizadas as relações diplomáticas sino-brasileiras. Em 2022, o produto brasileiro mais vendido para o mercado chinês foi a soja, com 36% do total exportado, seguido pelo minério de ferro com 20% e o petróleo com 18%. O perfil da exportação mudou um pouco em janeiro e fevereiro de 2023, com o petróleo na liderança com 23%, seguido pela soja (22%) e o minério de ferro (21%).
O comércio com a China foi alavancado nos dois primeiros mandatos do presidente Lula. Em 2003, seu primeiro ano na presidência, as exportações para o mercado chinês somavam apenas US$ 4,5 bilhões e as importações, US$ 2,1 bilhões, um volume comercial de US$ 6,6 bilhões. No último ano do segundo mandato, em 2010, as exportações tinham crescido 582%, para US$ 30,7 bilhões, as importações foram para US$ 25,6 (aumento de 1.100%), para um volume comercial de US$ 56,3 bilhões (crescimento de 753%).