Com lema “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”, 1º de maio sintetiza reivindicações essenciais e urgentes para a classe trabalhadora brasileira
O tradicional dia dos trabalhadores e das trabalhadoras, celebrado em primeiro de maio, contará neste ano com uma programação unificada das centrais sindicais em Vitória. A partir das 9h, na Praça Costa Pereira, no Centro Histórico de Vitória (ES), será iniciado um ato político e cultural com participação de trabalhadores organizados de várias categorias e intervenções artísticas.
“A proposta é fazer um ato no qual a gente consiga discutir com a sociedade os problemas que enfrentamos hoje, nossas reivindicações e necessidades como trabalhadores, além de uma perspectiva de organização e luta coletiva para superar essa conjuntura adversa”, afirma Carlos Pereira de Araújo, o Carlão, diretor do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários-ES).
Programação
A programação contará com a participação de bandas de congo, do Bloco Afrokizomba e do Coral Serenata. Também haverá pula-pula para crianças e distribuição gratuita de pipoca e picolé.
“Bancárias, bancários e demais trabalhadores podem convidar toda a família para participar”, chama Carlão, que lembra que o primeiro de maio integra o calendário de lutas da categoria bancária, que já se prepara para a Campanha Nacional.
Emprego e direitos entre os eixos de reivindicação
O lema do primeiro de maio deste ano, “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”, sintetiza reivindicações consideradas essenciais e urgentes para a classe trabalhadora brasileira.
“No governo Bolsonaro, a vida ficou muito mais difícil e a carestia ganhou lugar. Enfrentamos um momento grave de alta no preço de alimentos e de itens básicos de consumo. É um período de aumento da precariedade das condições de trabalho e de ofensiva patronal, representada pelo governo Bolsonaro, sobre os direitos trabalhistas e sociais”, explica Carlão.
Carlão pontua, como exemplo dessa ofensiva, a retirada de direitos previdenciários, o ataque à saúde pública, ao meio ambiente e o enfraquecimento das políticas públicas de modo geral. Fala ainda da perda de garantias individuais e da perseguição a pessoas LGBTQIA+; do desinvestimento nas políticas de combate à violência contra a mulher e do aumento da violência contra pessoas negras e periféricas, “que seguem morrendo seja pelo desemprego, seja pelas mãos do Estado”.
Construção unitária
A unidade das centrais Intersindical, CUT, CTB e CPS-Conlutas na construção deste primeiro de maio é uma das estratégias de resistência da classe trabalhadora. “O momento requer nossa unidade. O setor patronal sempre esteve unificado e bem representado pela classe política para retirar nossos direitos. Nós também precisamos no unir em torno de uma pauta que favoreça uma vida digna para o povo, sem a exploração do trabalho, com saúde, educação, acesso à cultura, respeito à natureza etc. Por isso a participação nesse ato é tão importante e urgente”, conclui Carlão.
Marco na luta pelo Fora Bolsonaro
No 1º de Maio deste ano, as centrais CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, e Pública se uniram para propor reflexão, luta e para reivindicar emprego decente e desenvolvimento sustentável com justiça social, entre outras pautas fundamentais para o país voltar ao rumo do crescimento.
Nada disso é possível com Jair Bolsonaro (PL) no poder, com ele, “a classe trabalhadora não tem futuro”, diz o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, que acrescenta: “Derrotar Bolsonaro e tudo o que ele representa é nossa grande tarefa”.
Para Sérgio Nobre, essa é prioridade no Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, que este ano volta a ser presencial, e em todos os outros dias do ano até 2 de outubro, quando os brasileiros irão às urnas escolher o próximo presidente da República.
“Este ano, 2022, é um ano histórico em que teremos as eleições das nossas vidas. É em outubro que vamos ter a oportunidade de mudar os rumos nefastos em que o Brasil se encontra. Vamos ter a oportunidade decidir o que o Brasil será nos próximos 20 anos”, reforça Sérgio Nobre.
Mas não basta tirar Bolsonaro e eleger um presidente com compromisso com os direitos sociais e trabalhistas, é preciso eleger deputados e senadores que tenham o mesmo compromisso, alerta o dirigente.
“Além de tirar o Bolsonaro de vez da presidência, temos de eleger candidatos que representem os interesses da classe trabalhadora, que saibam conduzir o país, que saibam o que o povo precisa. E defendemos a candidatura de Lula como a solução para salvar o Brasil e também a eleição de um Congresso Nacional que ajude na aprovação das pautas de interesse da classe trabalhadora”, destaca o presidente nacional da CUT.
O dia da classe trabalhadora
Este ano, o 1° de Maio traz como tema a “defesa do emprego, direitos, democracia e pela vida”, temas que dialogam diretamente com o que mais impacta na vida dos brasileiros, atualmente. Desde 2020, por causa das necessárias medidas de isolamento para conter o avanço da pandemia do coronavírus, a data vinha sido celebrada de forma virtual, porém com a mesma característica de denúncia e luta dos eventos presenciais.
A cultura sempre esteve presente nas celebrações da data. Para as centrais, o Dia Internacional do Trabalhador é uma grande oportunidade de dialogar com a população sobre os problemas do país não somente por discursos políticos, mas também por meio da arte e da cultura, setores muito atacados pelo Bolsonaro.