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Professora da Ufes integra grupo consultivo da OMS sobre combate à hanseníase

Paciente com hanseníase e a professora do professora do Departamento de Medicina Social da Ufes, Patricia Deps | Fotos: Divulgação/Ufes

Patrícia Deps, professora do Departamento de Medicina Social, passou a integrar o Grupo Técnico Consultivo para Hanseníase da Organização Mundial de Saúde (WHO TAG-Leprosy, sigla em inglês). O trabalho, cujo mandato vai até 2025, consiste em aconselhar a diretoria-geral da OMS sobre a implementação da Estratégia Global de Hanseníase 2021- 2030, que busca eliminar a doença.

A primeira reunião presencial do grupo será realizada nos dias 17 e 18 de novembro, no Escritório do Programa Mundial da Hanseníase da OMS, em Nova Délhi, na Índia.

“A preocupação com a hanseníase se mantém, somada aos casos não diagnosticados em 2020 e 2021, por causa da pandemia de covid-19. A Estratégia Global aponta 11 desafios, dentre os quais estão a busca pelos casos, para evitar os diagnósticos tardios – ou seja, quando a pessoa já apresentou alguma incapacidade. Para isso, também é necessário combater o estigma e a discriminação em torno da doença, para que as pessoas busquem esse diagnóstico”, detalha Deps, ressaltando que o tratamento é gratuito em todo o mundo, uma vez que a OMS recebe a doação dos remédios e os distribui para os países-membros, dentre os quais está o Brasil.

A professora (foto) lembra que, em 2000 e em 2005, houve a expectativa mundial de se chegar à eliminação da doença, o que não aconteceu. Por isso, é importante mobilizar a atenção de especialistas. “É necessário ampliar o número de profissionais e pesquisadores, para melhorar as tecnologias de diagnóstico e tratamento no mundo”, afirma a pesquisadora, que estuda a doença há mais de 20 anos, em parceria com instituições do Brasil e de outros países. Um dos principais desafios são em relação ao tratamento, uma vez que o agente etiológico, o Mycobacterium leprae, tem se tornado resistente aos componentes da poliquimioterapia, que são os mesmos desde 1980.

O grupo consultivo tem 15 integrantes e alguns foram selecionados por meio de um edital público. Parte desses integrantes vem de países que são endêmicos em relação à hanseníase, como o Brasil, a Índia, a Indonésia e o Nepal.