Apontando perdas salariais de 114% em 10 anos e uma contraposta de recomposição salarial de aproximadamente 0,7%, os professores dos quatro campis universitários da Ufes, no Espírito Santo, participaram nesta última quarta-feira (30) de uma paralisação nacional. Foi o Dia Nacional de Mobilização pela Campanha Salarial 2024. No Estado, o ato foi aprovado em assembleia organizada pela Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes).
Nesta última quarta-feira professoras/es da Ufes paralisaram as aulas e deram início a uma mobilização. “Com reivindicação de reajuste salarial justo e repudiando a proposta apresentada de menos de 1%. O Governo já tentou chantagear as categorias, subordinando a apresentação de qualquer proposta de reajuste salarial à aprovação do Arcabouço Fiscal”, disseram em nota publicada nas redes sociais da Adufes.
O percentual, de acordo com a Adufes, vem divulgação feita pelo Executivo federal, que destacou ter reservado R$ 1,5 bilhão para o reajuste. “O montante não representa nem 1% (seria aproximadamente 0,7%) de recomposição. Portanto, um índice concreto e justo sequer foi apresentado pelo governo”, afirmou a entidade sindical.
“Afronta”, diz a Adufes
“Depois de adiamentos unilaterais e de descumprimento da promessa de apresentar um índice de reajuste em meados de agosto, convocou a bancada sindical para a quarta reunião. E nesta (ùltima) terça-feira (29), apresentou uma proposta de reajuste salarial de menos de 1% para 2024. As categorias consideraram uma afronta e traição, este sim um verdadeiro escárnio, pois há acúmulos de perdas salariais que superam os 27% nos últimos 4 anos e 114% nos últimos 10 anos. Negocia, governo”, expressaram no Facebook da Adufes.
A categoria ainda diz que o movimento luta pela revogação e articulação urgente, por parte do Governo Federal, das medidas de Bolsonaro e Temer contra o serviço público e as/os servidoras/es, incluindo o Novo Ensino Médio, a restrição do direito de greve e a Reforma Administrativa que legalizará as rachadinhas.
“Fizemos o L também pra lutar por essas revogações e estamos esperando; equiparação do auxílio das/os servidoras/es do executivo com os do legislativo e judiciário; mesas específicas de negociação para as carreiras; e denúncia do Arcabouço Fiscal e qualquer outra medida de austeridade que restrinja os recursos para as universidades e outros serviços públicos, assim como já está acontecendo com a nagativa de uma recomposição salarial mínima”, prosseguiram.