A categoria sofre de um achatamento salarial no governo Bolsonaro, onde os salários já estão defasados. Em três anos a perda do poder de compra reduziu 19,99% e em cinco anos já chega a 50%. O atual governo estabeleceu norma onde só será debatido reajuste em 2024, quando completar sete anos sem reajuste
A Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) realiza uma Assembleia Geral nesta próxima quarta-feira (20), às 15h, na sede do sindicato (campus Goiabeiras/Ufes), em Vitória. A categoria tem uma perca do poder de compra dos salários nos últimos três anos é de 19,99% e chega para 50% em cinco anos. A categoria docente da Ufes, assim como demais servidoras e servidores federais estão em campanha unificada pela recomposição emergencial dos salários e organizam a greve nacional dos servidores públicos federais (SPF).
A reivindicação é reajuste de 19,99%, referente à inflação acumulada durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA/IBGE). No entanto, as trabalhadoras e trabalhadores estão sem reajuste desde 2017 e acumulam perdas salariais desde 2011, o que gera uma defasagem de, no mínimo, 49,28% nos salários. A pauta unificada dos SPF inclui também a revogação da Emenda Constitucional 95 e a derrubada da Proposta de Emenda à Constituição 32.
Para aquecer o clima para as lutas que ainda virão neste mês de abril, o Comando Nacional de Mobilização e Construção da Greve defende a intensificação das atividades junto às bases, visando fortalecer a organização das diversas categorias dos Serviços Públicos. A Adufes já está em mobilização desde a terça-feira da semana passada, dia 12.
Governo Bolsonaro quer servidores sem aumento durante 7 anos
No último dia 8 deste mês, o Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes) emitiu comunicado à categoria com o seguinte título: Você aceita ter reajuste somente em 2024 e chegar a 7 anos sem aumento? “Se não lutar, é isso que vai acontecer. Por isso, o Sintufes vai intensificar as ações da campanha salarial de 2022”, responde a própria entidade sindical de representação dos funcionários da Ufes. O Sintudes anunciaria por esses dias a realização de uma assembleia dos funcionários.
“O governo Bolsonaro não vai negociar reajuste nem reposição de perdas salariais com a classe trabalhadora do Executivo Federal. É isso que está posto nas negociações do governo com a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil ) e outras entidades que representam os servidores públicos federais (SPF’s), em Brasília”, afirma o Sindicato.
“Ou seja, sem lutar, não teremos reajuste para 2022, nem para 2023. Se houver alguma conquista nesse sentido no ano que vem, o reajuste salarial pode aparecer só em 2024. Portanto, serão sete anos sem aumento no salário, já que o último foi em 2017!. Como sabemos, a melhor forma de lutar é por meio da greve, que tem de ser forte e unificada (toda a Educação e/ou junto aos demais SPFs). O Sintufes, seguindo decisão de assembleia da categoria, está se mobilizando e intensificando as atividades da campanha salarial de 2022, que reivindica 19,99% de reposição emergencial das perdas somente durante o desgoverno Bolsonaro”, conclui.