A universidade está comemorando as quatro décadas do programa “Promoção de Cuidados Primários de Saúde em uma Comunidade”
O programa de extensão mais antigo na Ufes completa 40 anos de existência nesta quinta-feira, 19. Denominado Promoção de Cuidados Primários de Saúde em uma Comunidade e atualmente coordenado pelo médico e professor do Departamento de Medicina Social Ipojucan José de Almeida, o programa desenvolve projetos vinculados às áreas de saúde da mulher, da criança, do adolescente e do adulto, e é o braço extensionista do Centro de Estudos de Promoção em Alternativas de Saúde (Cepas/Ufes).
Com sede no município de Serra, o Cepas atende a famílias locais desde 1984, em uma trajetória marcada pela assistência à comunidade e pela superação de desafios com ajuda mútua. Inicialmente, o centro exercia suas atividades no Morro da Caixa d’Água, em João Neiva. Em 1987, mudou seu local de atuação para o distrito Cristal, na mesma cidade, e, em 1990, para o loteamento Laranjeiras, em Jacaraípe, onde se mantém até os dias atuais.
De acordo com o sociólogo e professor aposentado do Departamento de Medicina Social Pedro Fortes, coordenador do Cepas, o Centro tem 1.327 famílias cadastradas, que foram atendidas em algum momento pelas equipes de universitários. O intuito do projeto é capacitar profissionais em formação. “Nosso trabalho é orientar”, afirma.
Prevenção
O centro oferece serviços envolvendo os cuidados primários de saúde – trabalho semelhante ao que os postos de saúde oferecem –, conciliando prevenção e orientações, de forma mais próxima ao dia a dia das famílias da comunidade de Jacaraípe.
O professor ressalta que a atenção primária é uma forma muito eficaz de resolver problemas de saúde evitando os casos mais graves, que necessitam de cuidados de média ou alta complexidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que muitas doenças presentes na nossa sociedade podem ser resolvidas com prevenção e vacinação – o sarampo, por exemplo, tem uma diminuição de 75% dos diagnósticos após a imunização e cuidados para evitar o contágio.
O trabalho com as famílias envolve visitas domiciliares – nas quais os integrantes da casa são orientados em relação aos cuidados com a saúde, higiene e alimentação – e encontros na sede, além de integrações nas escolas com as crianças e adolescentes.
Atendimento multidisciplinar
Apesar de ter sido pensado inicialmente para fortalecer a formação de estudantes de Medicina, discentes de vários outros cursos também participam, o que enriquece a possibilidade de fornecer um atendimento multidisciplinar, que envolve o bem-estar físico e mental das pessoas. “Saúde não é ausência de doença, saúde é também ter qualidade nas atividades do cotidiano”, diz Fortes.
Esse entendimento reforça as conclusões da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em 1978, que apontam que, para se ter saúde, é preciso que haja o bem-estar completo entre o físico, o mental e o social, indicando que para uma pessoa ser saudável, não basta a ausência de doenças.
Texto: Pablo Rocha (bolsista)