Promoção da educação e popularização dos conhecimentos científicos como forma de justiça social e empoderamento dos menos favorecidos. Este é o principal objetivo do programa de extensão Ubuntu: educação científica para a transformação social, que desde 2018 atua em municípios da Grande Vitória e em cidades do interior do estado, promovendo os usos sociais da ciência e da tecnologia para ampliar a possibilidade de combate à desigualdade social por meio da popularização dessas áreas.
Para atingir o objetivo, a equipe do programa, coordenada por Viviana Corte, professora do Departamento de Ciências Biológicas (DCBio/Ufes), realiza atividades educativas e desenvolve metodologias, técnicas e materiais didáticos inovadores. Entre as ações desenvolvidas, estão produção de cursos de formação inicial e continuada para professores; atividades voltadas ao estímulo da curiosidade científica de alunos da educação básica com necessidades especiais; ações abrangentes de divulgação e socialização de conhecimentos científicos; estímulo à livre circulação e apropriação do conhecimento, especialmente das camadas mais vulneráveis da sociedade; e organização de debates sobre o papel da mulher na ciência e o interesse de meninas na área, contribuindo para a participação da mulher em áreas científicas.
Segundo Corte, estas estratégias visam contribuir para a disseminação e popularização de soluções para problemas cotidianos que impactam a vida da maioria da população brasileira. “Dessa forma, buscamos construir um caminho robusto para reduzir a distância entre o conhecimento produzido na academia e sua aplicação para melhoria da qualidade de vida das pessoas”, explica.
Ubuntu
De origem africana, o termo Ubuntu apresenta significados humanísticos como a solidariedade, a cooperação, o respeito, o acolhimento e a generosidade, explica Corte. “É nessa perspectiva que as ações do programa visam promover os usos sociais da ciência e da tecnologia, permitindo ampliar a possibilidade de combater a desigualdade social”, analisa.
Assim, o programa de extensão se baseia no ensino investigativo, na experimentação e na vivência dos conceitos científicos com a participação ativa do público. “Para isso, as diversas ações partem de um ‘problema’ para o início da construção do conhecimento e o participante é estimulado a raciocinar e construir seu conhecimento, ao contrário do ensino expositivo em que toda a linha de raciocínio está com o professor”, avalia Corte.
As ações e produções do Ubuntu se dão por meio dos projetos Experimentoteca e Mostra de Biologia, que são realizados no Laboratório de Ensino de Ciências e Biologia (LEB) e nos laboratórios parceiros do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) e Centro de Ciências Exatas (CCE).