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PSTU, único partido de esquerda a disputar o Governo do ES, lança a jornalista Soraia Chiabai como candidata a vice-governadora


“Nossas candidaturas se propõem a representar uma alternativa classista e socialista nessas eleições. Nada de aliança com os patrões. São candidaturas independentes e combativas, para defender nossos interesses, em detrimento dos interesses dos ricos”, diz o PSTU na sua conta do Facebook


A jornalista Soraia Chiabai é lançada candidata à vice-governadora do Espírito Santo pelo PSTU | Foto: Divulgação

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) deverá confirmar neste sábado (30), às 16 horas, durante a sua convenção partidária a ser realizada no Bairro Goiabeiras, em Vitória (ES) os nomes que vão disputar as eleições 2022. Na lista de pré-candidatos está o capitão PM Vinicius Sousa para governador do Espírito Santo, a jornalista Soraia Chiabai para vice-governadora, o técnico administrativo da Ufes e professor da rede municipal de Vila Velha, Filipe Skiter para senador, além de candidatos a deputado estadual e federal.

Além de boa parte da base petista no Espírito Santo, o PSTU deverá contar com o apoio e votos dos demais filiados e simpatizantes das demais agremiações políticas da esquerda capixaba. Por ser o único partido a disputar o governo estadual e ser, juntamente com o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) os dois únicos partidos de esquerda a terem candidatos ao Senado. Filipe Skiter pelo PSTU e Gilbertinho Campos pelo PSOL são as opções que a esquerda tem para senador.

O ato de lançamento do candidato a governador, o capitão PM Vinicius Sousa, em 14 de maio deste ano, contou com a presença da presidenta nacional do PSTU, Vera Lucia Salgado, que concorre à Presidência. Naquela oportunidade houve a s participações do Movimento Policiais Antifascismo, do PCB e da vereadora de Vitória pelo PSOL, Camila Valadão. Na sua saudação, Camila disse ter certeza de que a candidatura de Vinicius viria a ser a única candidatura de esquerda nas eleições do Espírito Santo, fato esse consumado, e declarou seu apoio à Vinicius Sousa.

Perfil do candidato do PSTU ao governo do ES

Vinícius Sousa é capitão da PM, bacharel em Direito e membro do Movimento Policiais Antifascismo. Tem sofrido um processo de perseguição política por suas críticas ao sistema político, ao imperialismo e à absurda exploração imposta à classe trabalhadora, mas não abre mão de tomar posição na luta, que é o maior direito e também o maior dever do cidadão brasileiro.

Ele é natural de Belo Horizonte e se mudou para o Espírito Santo para trabalhar, como muitos mineiros. No solo capixaba constituiu família. É morador do município de Castelo, casado com Marcelle Sillis Bilo e pai de três crianças, Maria Emília, Dandara e Simão Bolivar. Seus pais, avós e irmãs são da classe trabalhadora, por isso sempre teve consciência de sua posição social.

Sua mãe, Neusa (filha de uma honrada lavadeira que a criou sozinha com dificuldade e sacrifício), é professora aposentada e trabalhou em três turnos saindo de casa às 06h e retornando às 23h. Seu pai, Simão (filho de um casal camponês que migrou para a capital mineira para trabalhar na construção civil), trabalhou desde criança como engraxate, pedreiro, taqueador, varredor e calceteiro.

Com especial esforço concluiu os estudos e formou-se professor, vindo posteriormente a atuar na vigilância sanitária onde se aposentou. O avô paterno do Capitão Vinícius Sousa era ainda camponês quando foi convocado para servir na 2ª Guerra Mundial, e sua vivência como “pracinha” ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) exerceu influência direta na formação do neto.

Na juventude, Vinícius foi trabalhador informal. Como “office boy” entrou para o curso de Direito e fez estágios em diversas funções para custear a faculdade. Atuou nas Procuradorias Municipais de Belo Horizonte-MG e Vitória-ES e na Secretaria de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano de Cariacica.

Em 2008, ingressou na Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) aprovado na primeira colocação do concurso para Soldados e precisou abandonar o curso de Direito. Trabalhou em diversos municípios e, em 2012, foi aprovado no concurso para Oficiais da PM, formando-se em 2014. Somente então pode retomar o curso e formar-se em Direito. Atualmente é Capitão da PM, atuando em funções de comando e gestão em Cachoeiro de Itapemirim, Castelo e outros municípios do Sul do Estado.

Socialista e militante pela Revolução Brasileira, Capitão Vinícius Sousa é um trabalhador que a todo tempo estudou, apoiou e atuou nas lutas da classe trabalhadora e das comunidades. É um lutador do povo. Mais que isso: se propõe a vocalizar um projeto coletivo, pois acredita que somente os trabalhadores e trabalhadoras, a juventude e o povo organizados podem mudar radicalmente essa dura realidade que vivemos.

Perfil da candidata a vice-governadora pelo PSTU

Soraia Chiabai nasceu em Vitória (ES) em abril de 1960. É filha de pai comerciante e mãe dona de casa. Formada em jornalismo pela Ufes em 1987, exerceu as mais diversas atividades nesta profissão tendo se dedicado principalmente aos veículos impressos passando pelas redações dos jornais A Tribuna, A Gazeta e Gazeta Mercantil. Também atuou em televisão, rádio e revistas e foi assessora de comunicação empresarial e política. Hoje, aposentada no jornalismo, Soraia voltou a estudar e cursa Ciências Sociais na Ufes.

Como jornalista atuou no Sindicado dos Jornalistas Profissionais do Espírito Santo na década de 1980 sendo membro de uma diretoria. Era simpatizante da CUT e do PT. Mas, segundo o que afirma, “os rumos do partido que já no final da década de 1990 deixa de representar os trabalhadores e trabalhadoras e passa a se associar a burguesia nacional com a proposta política econômica neoliberal, a afastam da vida política”. Soraia passa a se dedicar exclusivamente à sua carreira e a seu único filho, David.

Já aposentada e na Ciências Sociais conhece o PSTU e se identifica com a proposta revolucionária do partido. Assim retorna a atuar como militante por ter a convicção de que o PSTU é o único partido nacional que representa a classe trabalhadora.

Perfil do candidato do PSTU ao Senado

Filipe Skiter é nascido em Vila Velha (ES), trabalhador, negro e socialista. Tem 37 anos e é um militante histórico do movimento social capixaba. Começou sua militância aos 15 anos no grêmio Rui Barbosa no IFES (na época, CEFETES). A pauta em defesa da educação pública sempre fez parte de sua atuação política. Nesse período participou também das primeiras manifestações contra o aumento das passagens de ônibus. Em final de 2000, Skiter começou a se organizar no PSTU.

Em 2004, entrou na Ufes como estudante de Educação Física. Participou das lutas do Movimento Estudantil (ME) universitário, foi membro do DA 26 de julho do CEFD e do DCE da Ufes (por 2 gestões), assim como foi representante estudantil no Conselho Universitário e no CEPE da Ufes. Nesse período, participou das principais lutas do ME, como as manifestações contra o aumento da passagem em 2005 e a ocupação da reitoria da Ufes em 2007. Em 2006, Skiter foi candidato a deputado estadual pela primeira vez, obtendo mais de 800 votos.

Em 2007, Skiter trocou de curso para Letras Português colando grau em 2011. Participou do Diretório Acadêmico de Letras e das atividades políticas, artísticas e culturais do curso. Entre 2006 e 2010, Skiter fundou e construiu o Movimento Passe Livre no ES, junto com diversos outros ativistas que se reuniam para lutar por um transporte público de qualidade e pela gratuidade para os estudantes e trabalhadores desempregados.

Filipe Skiter já trabalhou como agente socioeducativo (em Vitória), professor de informática, caixa de padaria, garçom (em festas e eventos), vendedor de Shopping (Digital Tiger), assistente em administração (Conviva), agente de pesquisa (IPCA/IBGE), Agente de Suporte Educacional (SEDU) e professor de português para concursos. Em 2011, ao se formar em Letras Português foi aprovado no concurso da Ufes para Secretário Executivo, cargo que exerce até hoje (do qual está atualmente licenciado). Em 2015, Skiter concluiu o Mestrado em Estudos Linguísticos na Ufes, e atualmente é estudante do Doutorado em Linguística no PPGEL/Ufes. Entre 2015 e 2016, Skiter ainda atuou como professor de português no ensino fundamental (PMVV).

Em 2013, Skiter participou ativamente das manifestações contra o aumento da passagem e por melhores condições de vida, e que resultaram na suspensão do pedágio da 3ª ponte por meses, e a sua redução de valor a menos de 1 real (valor que não foi superado até hoje). Skiter é divorciado desde 2015 e tem um filho de 13 anos, Miguel. Atualmente Skiter é companheiro de Lara Gobira, também trabalhadora da Ufes e militante do PSTU.

Quando entrou na Ufes como trabalhador técnico-administrativo em educação, Skiter passou a atuar no movimento sindical da Ufes, na base do Sintufes, tendo atuado em todas as greves e mobilizações da categoria e em defesa da Ufes. Em 2014, foi novamente candidato a deputado estadual pelo PSTU e obteve mais de 1500 votos. Desde 2015, Skiter passou também a construir a Central Sindical e Popular Conlutas, da qual é membro licenciado da Secretaria Executiva Estadual. Nesse período, também ajudou a organizar o núcleo capixaba do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, como organização do movimento negro de caráter classita. A partir da CSP Conlutas, Skiter passou a atuar nas principais lutas sociais do ES, desde às pequenas mobilizações das diversas categorias, até os grandes atos unificados e as greves gerais que ocorreram nos últimos anos no estado.

Entre 2016 e 2019, Skiter foi representante dos Técnicos-Administrativos em Educação no Conselho Universitário da Ufes e entre 2019 e 2022, foi representante dos TAEs no CEPE da Ufes. Atualmente, Skiter é diretor licenciado do Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes). Em 2019, por exemplo, Skiter foi uma das principais lideranças do Tsunami da Educação que reuniu mais de 15 mil pessoas em Vitória contra os cortes da educação, bem como a mostra Balbúrdia Universitária. Assim como a greve geral de 14 de junho de 2019.

Ele participou das manifestações em defesa da vida durante a pandemia e em memória às vítimas da Covid, por meio do Fórum Capixaba em Defesa da Vida, assim como participou ativamente do Movimento em Defesa dos Serviços Públicos e de Direitos que organizou a resistência à PEC 32 – Reforma Administrativa. Em 2021, Skiter estava na organização dos atos massivos pelo Fora Bolsonaro que tomaram as ruas de Vitória.

O histórico do camarada é longo. São mais de 20 anos de militância em defesa da educação pública, do direito à cidade, à mobilidade urbana, em defesa da saúde pública, em defesa dos povos indígenas, quilombolas e do povo negro. Skiter sempre foi militante da causa socialista e revolucionária. Nunca se vendeu aos interesses dos patrões e dos governantes. E por isso possui uma trajetória política de dar orgulho. Skiter é um grande militante marxista capixaba.