Conclusão consta de estudo desenvolvido no âmbito da Amazônia por pesquisadores da UFMG e da Universidade de Bonn, que acaba de ser publicado na Revista Communications Earth & Environment
A associação da conservação da natureza com a saúde da população não é algo incomum de se ouvir. Ecossistemas saudáveis prestam serviços que melhoram a qualidade do clima e proporcionam bem-estar, a exemplo do processo de regulação das chuvas feito pela Floresta Amazônica.
Nova evidência da relação entre preservação ambiental e saúde pública foi encontrada por estudo publicado na revista Communications Earth & Environment, ) neste mês, por pesquisadores da UFMG e da Universidade de Bonn, na Alemanha. Eles testaram a hipótese de que o controle do desmatamento beneficia a saúde da população local por meio da redução das fumaças de incêndios florestais. O grupo analisou uma base de dados exclusiva, em escala municipal, referente aos anos de 2003 a 2017.
Os resultados mostram que as políticas específicas para a Amazônia Legal, como a restrição de crédito aos desmatadores e a moratória da soja (acordo em que as empresas signatárias se comprometeram a não comprar soja de fazendas com lavouras resultantes de desmatamentos após 22 de julho de 2008), culminaram na diminuição dos incêndios em 20%, com consequente redução da concentração de partículas de cinzas no ar.
Muito além da questão ambiental
A redução da poluição causada pelos incêndios foi associada a menores taxas de hospitalização e de mortalidade por doenças respiratórias. Houve redução, por ano, de cerca de 18 mil internações, relacionadas ao fogo e à fumaça, e 680 mortes anuais foram evitadas em uma subamostra populacional de 4,12 milhões de pessoas.
Segundo um dos autores do estudo, professor Britaldo Soares Filho, pesquisador voluntário no Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG, “esse trabalho deixa explícito que a conservação da Amazônia vai muito além da questão ambiental e deve ser pensada em termos de política pública com impactos em setores-chave para todas as esferas de governo, como a saúde”.
Texto: Com informações da Assessoria de Comunicação do Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG