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Redução de delegacias policiais e a falta de investimentos no setor traz preocupação à Comissão de Segurança da Ales


O desinteresse do governo na segurança pública no Espírito Santo levou vários bairros da Grande Vitória perderem a delegacia policial que possuíam, como é o caso do Centro de Vitória, de Jardim América e Serra-sede. No interior é pior ainda, onde é citado o exemplo do delegado de Santa Teresa, que responde pelo seu distrito policial e pelas delegacias de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Itarana, Itaguaçu e São Roque do Canaã


Falta de investimentos na segurança, lava 11 bairros da Grande Vitória ficarem sem delegacia de Polícia, enquanto no interior a ausência de distritos policiais leva delegado acumular seis delegacias | Foto: Reprodução/internet

O atual governo do Estado do Espírito Santo não vem permitindo que 11 delegacias de Polícia da Grande Vitória estejam fechadas há anos e não se moveu para instalar distritos policiais em regiões com mais de 100 mil habitantes, como é o caso da Grande Terra Vermelha. A falta de interesse do Estado na segurança pública foi o tema da reunião ordinária da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa do Estado (Ales), nesta última segunda-feira (29).

Nesse encontro foram citados vários bairros sem delegacia há anos, como é o caso do Centro Histórico de Vitoria, Maruípe e São Pedro, na Capital do Espírito Santo. Ainda foram apontados desinteresse do atual governo estadual em reconstruir as delegacias de Polícia de Jardim América e de Porto Santana, em Cariacica. O distrito policial de Jardim América ficou relegado a uma sala contígua da Delegacia de Campo Grande, em um velho e abandonado prédio onde funcionou a antiga Prefeitura de Cariacica, às margens da antiga BR 262.

Já na Serra, o descaso com a segurança pública foi citado em três bairros, como Novo Horizonte, André Carloni e Serra-sede, que não tem delegacia de Polícia. “Só temos uma em Jacaraípe, uma distrital, para atender a mais de 500 mil habitantes”, disse um deputado estadual integrante da comissão legislativa. Em Vila Velha, o governo estadual vem deixando sem delegacia os bairros de São Torquato e Vila Velha, que em governos anteriores teve distrito policial, mas o atual governo acabou.

No caso de Vila Velha, os parlamentares dessa comissão, alertaram para a não inauguração da Delegacia de Parque das Gaivotas, que havia sido programada para ser construída e cujo projeto foi abandonado. E o mais grave, de acordo com os integrantes desse colegiado, é o caso da Grande Terra Vermelha, que mesmo tendo mais de 100 mil habitantes e registros de ser uma das regiões mais violentas do município, não houve interesse de que fosse construída uma unidade da Policia Civil.

Comissão de Segurança se reuniu na manhã desta última segunda-feira (29) | Foto: Lucas S. Costa/Ales

No interior é pior ainda, devido à falta de investimentos

Durante os debates da Comissão de Segurança do legislativo estadual, a falta de investimentos levou a uma situação de sobrecarga das delegacias. “No interior do estado a situação ainda é pior, nós temos um delegado respondendo por cinco, seis unidades, como é o caso do delegado de Iúna. Além de Iúna, ele responde por Ibatiba, Irupi, Ibitirama e outras cidades”, disse um dos parlamentares integrantes do colegiado.

“O delegado de Santa Teresa responde por Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Itarana, Itaguaçu e São Roque do Canaã”, complementou. Mas o desinteresse na segurança pública não ficou restrito ao fechamento de delegacias policiais, segundo o que foi relatado pelos membros da comissão legislativa. Falta contingente (funcionários) na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), é um outro exemplo que foi citado. “Nós já fizemos indicações ao governo para ampliar essa delegacia para os demais municípios da Grande Vitória. Essa delegacia tem apenas oito policiais de rua, dois por município”, disseram desalentados os deputados.

O alto número de ocorrências de violências contra crianças e adolescentes, que alcançou 3,5 mil atentados contra esse segmento da sociedade nos últimos dois anos, não sensibilizou os atuais governantes para atender ás solicitações de ampliação da DPCA. E os números citados foram detalhados. No ano passado foram 1.077 estupros de vulneráveis, 299 partos de crianças de 10 a 14 anos, sendo todas vítimas de estupro, além de mais de 100 homicídios de crianças e adolescentes.