Em entrevista concedida ao programa Ciência Ufes, da Rádio Universitária, nesta sexta-feira, 17, o reitor Paulo Vargas fez um balanço do que foi o ano de 2021 para a Universidade e falou sobre suas perspectivas para o ano de 2022. Para o reitor, a principal meta é retomar o funcionamento pleno da instituição.
“Para 2022 pretendemos dizer que vencemos a pandemia Covid 19 e retomar o funcionamento pleno da nossa universidade, de forma presencial com todas as atividades, e ver nossos campi frequentados por todos os nossos alunos e servidores, técnicos e docentes. Com o anúncio feito pelo nosso Comitê Operativo de Emergência para o Coronavírus, o COE, da possibilidade de avanço para a Fase 4, temos expectativas de que, se o cenário da pandemia se mantiver em declínio, a gente possa ofertar as disciplinas de forma mais plena e ampliada, em modo presencial”, afirmou.
Durante a entrevista, o reitor abordou diversos assuntos, como ensino, pesquisa, extensão, assistência estudantil e o papel da Ufes no desenvolvimento econômico e social do Espírito Santo. Veja abaixo os principais pontos ( A íntegra da entrevista está disponível nas plataforma s Spotify e Anchor:
Retomada das atividades presenciais
“No segundo semestre de 2021, avançamos para a Fase 3 admitindo o funcionamento híbrido para as atividades de ensino, principalmente. Mais recentemente retomamos as atividades presenciais de todos os nossos servidores. Então, estamos fazendo avanços significativos. Em 2021 nós buscamos manter as ações focadas na proteção da nossa comunidade universitária e também de toda a sociedade, buscando salvaguardar a todos dos riscos da pandemia e garantir o direito à educação dos nossos estudantes”.
Sisu
“Em 2021 nós mantivemos o Sisu, o ingresso dos estudantes na nossa universidade. A gente tinha que garantir o acesso. E, por esse processo, tivemos o ingresso de mais de 4.500 alunos nesse ano. Por meio de outras formas de ingresso, incluindo a modalidade EAD, tivemos mais 1.900 estudantes ingressantes. Esse é um dado importante, porque a Universidade se manteve viva”.
Ensino
“Acho que é importante frisar que a Universidade priorizou garantir o acesso ao ensino aos nossos estudantes. No primeiro momento com o Earte [Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário Emergencial] e, agora, com o modelo híbrido na oferta de disciplinas. O Earte foi o modelo possível que tivemos para viabilizar a oferta de disciplinas e favorecer que os alunos continuassem suas graduações, senão em um ritmo que estavam antes, mas, pelo menos, minorando os prejuízos causados pela necessidade de mantermos a suspensão das atividades presenciais como forma de controle da pandemia”.
“Tivemos um conjunto de investimentos muito importantes, em plataformas que viabilizassem a adoção desse modelo de ensino por parte dos docentes e dos alunos, com recursos de tecnologia da informação e de comunicação, a oferta de bibliotecas virtuais, assinando bases bibliográficas significativas, e também todo um programa de inclusão digital. Mantivemos esse programa e, por meio dele, mais de 5 mil alunos tiveram acesso a equipamentos de informática para que pudessem realizar as atividades de ensino de modo virtual. Viabilizamos também todo um programa de acesso à internet com a oferta de chips ou auxílio em pecúnia para que estudantes pudessem adquirir pacote de dados”.
Extensão
“Como fizemos no ano passado, neste ano também mantivemos um conjunto significativo de projetos de extensão em atividade, o que possibilitou desenvolver uma série de ações para nossa comunidade, muitas delas voltadas para o combate à própria pandemia e para o auxílio à comunidade no enfrentamento das consequências decorrentes da pandemia”
Pesquisa
“Podemos ressaltar que tivemos mais de 120 projetos de pesquisa com foco específico no combate ao coronavírus. Talvez um dos mais significativos desse portfólio de trabalhos de enfrentamento à covid-19 é projeto Viana Vacinada, onde se verificou a eficácia da meia dose de vacina para a imunização da comunidade. Os resultados foram os melhores possíveis. Todos os dados levantados dessa pesquisa indicam que a adoção da meia dose é uma possibilidade concreta no sentido de viabilizar estratégias de vacinação com um dispêndio menor de vacinas e um custo menor, ampliando a possibilidade de atendimento às populações que necessitam de vacina. É uma conquista importante do ponto de vista científico”.
Orçamento
“O orçamento de 2021 foi um orçamento que teve um corte bastante expressivo. Em média, nós sofremos um corte da ordem de 18% em termos dos valores que eram praticados em 2020 e tivemos que tocar a Universidade com muito menos recursos. Isso exigiu da administração um esforço tremendo no sentido de otimizar os seus gastos e priorizar os investimentos nas ações mais importantes. Para o ano de 2022, está sendo feito um esforço por parte de todas as Universidades, sobretudo a partir da Andifes [Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior], junto ao Congresso [Nacional], no sentido de viabilizar uma recuperação dos valores do orçamento para 2022, pelo menos nos patamares de 2019”.
“Temos uma expectativa de que, em 2022 a gente consiga um orçamento um pouco melhor que em 2021. Isso é muito importante, porque devemos retomar às atividades de forma presencial e os custos se ampliam bastante. É importante que tenhamos um orçamento que viabilize o cumprimento dessas novas demandas”.
Assistência estudantil
“Foi feito um esforço no sentido de ampliar a permanência aos estudantes que, embora não estivessem frequentando a Universidade, estavam em condições de dificuldade financeira. Importante sinalizar que, até o ano passado, havia uma lista de espera daqueles alunos que preenchiam os requisitos para serem contemplados com o auxílio permanência, porém, em face da indisponibilidade de recursos, não podiam ser atendidos.
Com a priorização de investimentos que fizemos e todos os ajustes nos gastos, conseguimos viabilizar editais específicos de ingresso de novos alunos. Nós incluímos no programa de assistência mais de mil novos estudantes e agora temos zero estudantes na lista de espera”.
Compromisso com a sociedade
“A Ufes se coloca de braços abertos para todos aqueles que queiram nela ingressar. É a única universidade federal que oferece ensino público, gratuito, e ensino de qualidade, no nosso estado. E temos feito muitos esforços no sentido de melhorar ainda mais a qualidade dos serviços que ela oferece. Nesse ano de 2021 fizemos várias ações no sentido de melhorar a gestão. Enfim, nós temos buscado, de todas as maneiras e por diversas ações, construir uma universidade cada vez mais eficiente. Penso que ela tem cumprido a sua missão com a oferta de um ensino de qualidade e prestação de serviços importantes para a sociedade. A Ufes tem buscado se colocar adiante nesse processo de desenvolvimento social e econômico do nosso estado”.
O Ciência Ufes é um programa de divulgação da ciência que busca mostrar as pesquisas, os projetos e aas ações da Ufes, destacando seus impactos na vida das pessoas. O programa é apresentado pelo jornalista da Superintendência de Comunicação da Ufes Hélio Marchioni, e vai ao ar todas as sextas-feiras, às 10 horas.