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Relatora da ONU critica a falta de exigência da entidade em determinar cessar-fogo em Gaza


A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU),para os territórios palestinos ocupados pelo governo judeu, Francesca Albanese, criticou a fala de reação do mundo e até da própria ONU em não exigir um cessar fogo a área de conflito no Oriente Médio


A OMS está alertando sobre a saturação da rede hospitalar na Faixa de Gaza, como o Hospital Al-Shifa (foto acima) | Foto: OMS

Em entrevista á rede de televisão Al-Jazeera cuja sede é no Catar, a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU),para os territórios palestinos ocupados pelo governo judeu, Francesca Albanese, disse que nem o secretário-geral da ONU, António Guterres, está se empenhando para que seja determinado um cessar-fogo na Faixa de Gaza, Cisjordânia, Jerusalém e no Sul do Líbano.

Ela exigiu o fim das ações militares contra civis e exorta Israel a explicar à ONU como pretende levar a cabo o “desmantelamento do Hamas”. “Preocupa-me porque (…) há autoridades israelitas a quererem eliminar o movimento islamita Hamas, mas o que vemos na realidade é que milhares de pessoas, incluindo crianças, são mortas ou feridas”.

Neste último final de semana ocorreram protestos contra a morte de civis palestinos pelas tropas israelenses, em várias partes do mundo | Vídeos: Redes sociais

Protestos contra genocidio de palestinos em vários paises

Enquanto a ONU e nem as principais potenciais militares do mundo imponham à Israel a interrupção das mortes de civis palestinos, estão ocorrendo protestos contra a a escalada de mortes promovida pelo exercito israelense em vários países. Até mesmo na Europa, onde os governantes se alinharam aos Estados Unidos e aprovam a continuidade do massacre de cidadãos comuns, a população se levantou contra.

É o que ocorreu em Londres neste último sábado (14), com milhares de pessoas na capital inglesam, que promoveram um ato em apoio aos palestinos. Neste domingo, uma outra manifestação de grande porte ocorreu em Madrid, na Espanha. Até mesmo na França, onde o governo determinou a repressão pela Polícia de atos contra o governo de Israel, ocorreram  manifestações de grande porte. O mesmo ocorreu no Egito, no Marrocos, na Malásia, entre outros países.

Os bombardeios israelenses são feitos sobre prédios residenciais, com famílias dentro | Vídeo: Redes sociais

ONG pede ao TPI que investigue crimes que estão ocorrendo na Palestina

Durante a reunião da 54ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que ocorreu neste último final de semana em Genebra, na Suiça, a  ONG Serviço Internacional de Direitos Humanos (ISHR) condenou todos os crimes sob o direito internacional cometidos por grupos armados de Israel e da Palestina, dizendo que ataques direcionados e indiscriminados contra civis nunca podem ser justificados.

A ISHR pediu o Tribunal Penal Internacional (TPI) para acelerar sua investigação sobre crimes graves cometidos por todas as partes na Palestina e Israel. Enquanto isso, de acordo com o ISHR, o Comissão de Inquérito sobre os Territórios Palestinos Ocupados, estabelecido pelo Conselho, também deve abordar a situação no contexto de suas causas profundas, que incluem o colonialismo dos colonos, o apartheid e a negação dos direitos fundamentais do povo palestino à autodeterminação e ao retorno.

Crianças palestinas choram pela morte da mãe, vitima dos bombardeios do governo judeus sobre a Faixa de Gaza | Vídeo: Redes sociais

Palestina pede o fim do massacre promovido pelo exercito judeu

Também presente à essa reunião ordinária do Conselho de Direitos Humanos, o embaixador palestino Ibrahim M. Khraishi apelou ao fim do que chamou de “massacre” em curso na faixa de Gaza, listando as vítimas que incluem “mais de 1.750 mártires, mais de 500 crianças e 7.000 feridos”. Ele também citou a destruição em curso em Gaza, as declarações racistas e criminais, o corte de alimentos, eletricidade, água e combustível, e onde representantes de Israel descreveram o povo palestino como “animais humanos”.

Khraishi observou que alguns Estados disseram que compartilham os valores e princípios de Israel. “Isso não é algo aceitável para você se associar a esses criminosos”, disse ele. Ele também apontou para a destruição de infraestrutura, hospitais e ambulâncias, dizendo que isso nunca mataria a vontade e a determinação do povo palestino de alcançar sua liberdade e o fim da ocupação.

Na tarde deste último domingo, as autoridades palestinas atualizaram os números de civis mortos pelos ataques israelenses.Chega as 2.670 cidadãos palestinos mortos pelos bombardeios judeus na Faixa de Gaza. “Para os líderes mundiais: Foram assassinados mais de 2.670 civis palestinos em menos de uma semana, sendo a maioria mulheres e crianças e isso não é terrorismo? Vergonha e cumplicidade”, diz as autoridades palestinas em comunicado à imprensa. Além disso, acrescenta a nota que há mais de mil desaparecidos entre os escombros dos prédios bombardeados pelos judeus.

De acordo com a ONU, cerca de 22 países e uma organização não governamental (ONG) tomaram a palavra, transformando a reunião em um mini debate urgente sobre a crise desencadeada pelos ataques do Hamas contra Israel e a captura de mais de 100 israelenses que estão sendo mantidos reféns por militantes dentro da Faixa de Gaza. O principal órgão de direitos humanos da ONU é composto por 47 Estados-Membros que atuam por um período de três anos. A associação é baseada na distribuição geográfica equitativa por região.

Brasil retirou pedido de cessar-fogo imediato, diz agência de notícias

Neste último domingo (15), a agência de noticias russa Sputinik deu detalhes da reunião fechada do Conselho de Segurança da ONU, que ocorreu na última sexta-feira (13), onde nada foi resolvido de forma emergencial para interromper a morte de milhares de civis palestinos. Neste mês de outubro esse colegiado vem sendo presidido pelo Brasil.

“O Brasil mudou seu projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação em Israel e Gaza, retirando do texto o ponto sobre o pedido de cessar-fogo imediato, disse à Sputnik uma fonte no conselho. Em vez disso, o projeto contém um apelo a ambas as partes para mostrarem contenção e aponta a importância de o conflito não se espalhar na região”, informou a agência de notícias.

“O projeto brasileiro também conserva o pedido à parte israelense para suspender a ordem de retirada dos moradores de Gaza e representantes da ONU do norte do enclave”, completou. Oficialmente,o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não tem dado detalhes das reuniões do Conselho de Segurança e apenas se refere ao repatriamento de brasileiros que se encontram na área de conflito.