Pouco é divulgado no Espírito Santo de que o autor de O Pequeno Príncipe, um livro clássico da literatura infantil mundial, Antoine Marie Roger de Saint-Exupéry, fazia viagens regulares a Vitória (ES) e que chegou dormir uma noite numa casa no Parque Moscoso, na região do Centro Histórico de Vitória. Ele era piloto da empresa de transporte de correspondências do governo francês Companie Generale Aeropostale. Vitória era uma das 11 escalas de Aeropostale no Brasil.
A| lembrança de que o piloto dormiu uma noite no casarão, atualmente abandonado, na atual Rua 23 de Maio, em frente ao Parque Moscoso, consta no livro Aeroclube do Espírito Santo – 1939-2015 – 75 anos de história, de Alfredo Cesar da Silva, que foi lançado pela ocasião da comemoração dos 75 anos do clube aéreo.Atualmente, o Aeroclube, fundado em 7 de maio de 1939, tem 84 anos.
O autor ouviu os relatos de um dos fundadores do Aeroclube, Orlando Antenor Guimarães, que narrou as memórias de seu falecido pai, o empresário Antenor Guimarães. Ele disse que era medos da década de 1930 e Saint-Exupéry, chegou à Vitória procedente de Belém (PA), mas ao encontrar dificuldades para se hospedar recebeu o convite de Antenor Guimarães para dormir em sua casa.
Vila Oscarina
A casa, na verdade uma mansão para os padrões da época, foi construída no antigo Campinho, atual Bairro Parque Moscoso, e foi a primeira residência a ter luz elétrica e telefone em Vitória. Foi dado o nome de Vila Oscarina, em homenagem a sua filha Oscarina, falecida precocemente.Quase todo o material de construção e inclusive pintores, vieram da Itália. Foi ali que o hospede, então piloto da Aeropostale, passou uma noite.
Nessa ocasião, Saint-Exupéry já tinha escrito livros para adultos e todos sobre aviação, como O Aviador (1926), Correio Sul (1929) e Voo Noturno (1931). Mas, ainda não havia redigido O Pequeno Príncipe, que lhe deu fama mundial. A idéia de escrever o best-seller infantil surgiu em 1939, depois de ter estado no Bairro Parque Moscoso, em Vitória.
Foi nos primeiros anos da década de 1940, quando se encontrava em Nova York para receber o National Book Award pelo seu livro Terra dos Homens (1939), em um restaurante acompanhado de um dos sócios da Editora Reynal & Hitchcock, que publicava seus livros, que ouviu a seguinte proposta: “Por que você não escreve um conto infantil?”. Ali mesmo aceitou a proposta e partiu para executá-la. Alugou uma mansão em Long Island, nos arredores de Nova Iorque, para dar início ao projeto do que viria a ser a sua obra-prima, O Pequeno Príncipe.
Durante o Verão de 1942, Saint-Exupéry escreveu e ilustrou boa parte do seu livro famoso. A arte do desenho era uma herança de sua mãe, Marie de Fonscolombe, e tornou como hático desenhar cartas, cadernos, envelopes. Uma de suas inspirações para O Pequeno Príncipe foi a queda do avião que pilotava no deserto de Saara, na Líbia, em dia 30 de dezembro de 1935. Exupéry e seu mecânico, André Prévot, participavam de um raide aéreo entre Paris e Saigon, atual Ho Chi Minh, no Vietnã. E ficou 15 dias desaparecido.
Quem foi Saint-Exupéry
Antoine Marie Roger de Saint-Exupéry nasceu em 29 de junho de 1900 em Lyon era filho do conde Jean de Saint Exupéry e de Marie de Fonscolombe, e morou no castelo de Saint-Maurice-de-Remens, de propriedade da família e, atualmente, é um museu em sua homenagem. Perdeu o pai aos 4 anos e, aos 17 anos, enquanto estudava na Suiça durante a I Guerra Mundial, perdeu o irmão. Ficou reprovado em várias tentativas no acesso à Academia Naval, estudou arquitetura por um ano, até conseguir entrar na Força Aérea em 1922.
No final da Primeira Guerra Mundial, o engenheiro e industrial Pierre-Georges Latécoère, idealizou fazer uma ligação por avião entre a Europa à América do Sul. Pensou em criar uma rede de malha aérea ligando 12 mil quilômetros, tendo como base a cidade francesa de Toulouse, passando pela Espanha, costa da Argélia, Marrocos continuando pela costa da África até o Senegal atravessando o Atlântico, fazendo uma ponte entre a África e a América do Sul.
Vitória ficava na rota internacional da Aeropostale
Foi quando foi feita a\ primeira ligação aérea regular, unindo cidades europeias, 11 cidades brasileiras ( Nata-RNl, Recife-PE, Maceió-AL, Salvador-BA, Caravelas-BA, Vitória-ES, Rio de Janeiro-RJ, Santos-SP, Florianópolis-SC, Porto Alegre-RS e Pelotas-RS), depois Buenos Aires e Santiago do Chile. A viagem para a entrega das correspondências passava pelo deserto do Saara, o Atlântico Sul e a Cordilheira dos Andes.
Fazendo viagens como piloto do Correio, no Norte da África, Saint-Exupéry conseguiu uma legião de honra da Força Aérea Francesa, por negociar a libertação de pilotos capturados por mouros. Em 1929 foi transferido para a Argentina, fazendo escalas no Brasil. Em Florianópolis (SC) há várias memórias que registram as suas passagens e onde era chamado de “Zé Perri.”
Em 1931 casou-se com a escritora salvadorenha Consuelo de Saint-Exupéry, ficando casado até a sua morte. Com a invasão nazista na França em 1940, migrou para os Estados Unidos onde escreveu a sua obra-prima, o famoso best seller “O Pequeno Príncipe.”
Saint-Exupéry acabou morrendo em missão aérea secreta em 31 de julho de 1944, na Segunda Guerra Mundial, no mediterrâneo francês. Somente em 2004, 60 anos depois, que os destroços do avião que pilotava foram encontrados, foram encontrados os restos do seu avião e uma pulseira com seu nome e da sua esposa. . Em 2008 um piloto alemão confessou ter sido o responsável por abater o avião que era pilotado pelo escritor., que escreveu um total de sete livro, com o foco em suas viagens e na sua experiência na aviação. Conheça abaixo o famoso livro de Saint-Exupéry:
O-Pequeno-Principe_Resumo do Livro O Pequeno Príncipe
O autor do livro é o personagem principal da história, que assume também o papel de narrador, contando sobre o fatídico dia em que o seu avião teria caído no meio do deserto do Saara. Lá, o personagem principal adormece e, ao acordar, se depara com o Pequeno Príncipe, que pede para que ele desenhe um cordeiro numa folha de papel.
O protagonista é frustrado em relação aos seus desenhos, pois nunca ninguém conseguia interpretar as suas artes da forma correta. Ao longo da história, o Pequeno Príncipe vai narrando as suas aventuras para o protagonista. O jovem estaria a procura de um carneiro para comer as árvores que estariam crescendo em excesso em sua terra, um asteroide conhecido por B 612, que teria apenas uma rosa vermelha e três vulcões, sendo um deles inativo.
Ao ouvir as aventuras do Pequeno Príncipe, o protagonista vai percebendo como as pessoas deixam de dar valor as pequenas coisas da vida conforme vão crescendo. A parábola do “Pequeno Príncipe” debate, entre outras questões filosóficas, a perda da inocência e fantasia ao longo dos anos, conforme as pessoas vão crescendo e abandonando a infância. Uma das frases marcantes do livro: “As pessoas são solitárias porque constroem muros, ao invés de pontes.”