A programação divulgada pela Prefeitura de Santa Leopoldina ainda prevê animação carnavalesca promovida com shows de Gustavo Venturini e Alma D’Vanera. A cidade oferece, em um ambiente familiar e seguro, o glamour do carnaval antigo, embalado ao som de marchinhas tradicionais
Para quem gosta do tradicional Carnaval de rua, com marchinhas antigas e com os bonecos gigantes, o município de Santa Leopoldina (ES), que fica localizado na região serrana do Espírito Santo, distante 50 quilômetros do Centro Histórico de Vitória (ES). A cidade oferece a melhor festa carnavalesca do Espírito Santo, em um ambiente alegre, familiar e com segurança, diferente da violência que ocorre nos grandes centros urbanos capixabas.
A tradição dos bonecos gigantes foi idealizada pelo artesão leopoldinense, Carlos Alberto Pereira, o Bebeto, que se inspirou nas alegorias de Olinda, em Pernambuco. No entanto, os bonecos de Santa Leopoldina têm uma peculiaridade própria, uma vez que o idealizador procurou colocar nos bonecos características dos povos da região, como pomeranos e italianos. Mesmo assim, sempre há na cidade uma expectativa de saber qual é o boneco novo a ser apresentado a cada Carnaval. Mas há os tradicionais, como o boi preto e a mulinha.
“Um dia observando os bonecos de Olinda, eu falei: vou fazer esses bonecos gigantes também. Em 85 (1985) foi o primeiro que eu fiz. O Helmar Potratz era o prefeito ainda. Não deu muito certo. Ficou muito quente, muito pesado. Mas, continuei tentando. Até que cheguei a um ponto de o boneco pesar na faixa de 12 a 15 quilos. Hoje nós estamos aí com 16 bonecos. Além dos gigantes, eu faço os bonecos exóticos também, como a jaula, o banheiro químico.
Programação
A programação oficial do Carnaval de Santa Leopoldina foi iniciada na noite desta última sexta-feira (17), em dois locais distintos. O Carnaval de rua de Santa Leopoldina 2023 foi iniciado às 20 horas, com a Banda Show Leopoldinense, que se estendeu até as 23 horas. Em seguida, as ruas centrais da cidade ganharam a presença da Banda de Marchinhas Leopoldinense, que se estendeu até às duas horas da madrugada deste sábado (18). Na Praça da Independência o Grupo Outro Nome promoveu a folia entre as 22 horas e meia –noite desta sexta-feira.
Para este sábado (18) de Carnaval, a programação conta com o carnaval de rua puxado pela Banda de Marchinhas Leopoldinense, entre as 20h e 23h, com a participação dos bonecos gigantes. Nas ruas do centro, entre 23h às 2 horas do domingo (19) a folia fica por conta da Banda Show Leopoldinense. Já no Parque da Independência, a animação fica por conta da Banda Alma D’Vanera, entre as 22h e a meia-noite.
Domingo de Carnaval em Santa Leopoldina
No domingo (19) de Carnaval a folia começa mais cedo em Santa Leopoldina. Entre 18h e 19h, no Parque da Independência, será realizada a matiné, com a Banda Show Leopoldinense e con a participação Bonecos Gigantes) Nesse mesmo local, entre as 22 horas e meia-noite vai ocorrer o – Show Pocket (banda reduzida) Gustavo Venturini. Já o carnaval de rua do domingo vai ser feito pela Banda Show Leopoldinense, com a participação dos Bonecos Gigantes, entre 20h e 23h. E das 23 h às 2 horas da madrugada da segunda-feira (20) o carnaval de rua fica por conta da Banda de Marchinhas Leopoldinense.
Na segunda-feira (20) de Carnaval, no Parque da Independência, a folia se inicia às 19h30, com apresentação do Grupo Cultural Brasil Tambores, que se apresentará até as 20 horas. Nesse mesmo parque vai se apresentar, entre 22 horas e meia-noite, a Banda Quentura do Forró. O carnaval de rua da segunda-feira será feito inicialmente pela Banda de Marchinhas Leopoldinense, de 20h às 23h, e em seguida pela Banda Show Leopoldinense, entre 23 horas e 2 horas da terça-feira (21).
O encerramento das festividades de Momo, na Terça-feira (21) de Carnaval vai ocorrer nas ruas do centro da cidade, com a Banda Show Leopoldinense se apresentando entre 20h e 23h. Em seguida, entre 23 horas e uma hora da madrugada da Quarta-feira de Cinzas (22), é a vez da Banda de Marchinhas Leopoldinense promover o encerramento do Carnaval 2023 naquela cidade da região serrana capixaba.
“Melhor carnaval do Espírito Santo”, garante a Prefeitura
Segundo a Prefeitura de Santa Leopoldina, o município, em respeito a cultura e a tradição da cidade, mantém o carnaval com as bandas de marchinha pelas ruas “como forma também de aumentar o fluxo de turistas e visitantes e aquecer o comércio local, além de criar novas oportunidades de trabalho e renda para as pessoas do mercado informal.” “O Carnaval de Rua de Santa Leopoldina, é tradicionalmente consagrado como o melhor do Estado do Espírito Santo, com a banda circulando pelas ruas da cidade animando os foliões com marchinhas antigas e músicas populares”, atesta a Prefeitura.
A tradição da animação do Carnaval ao som das marchinhas com músicas antigas, segundo a Prefeitura, surgiu em teve em meados do século XX, quando a cidade tinha quatro clubes, que eram comandados por associações e frequentados pela sociedade leopoldinense. Quando os clubes fechavam, o carnaval de rua tomava conta da do centro da cidade, tornando-se a grande atração com os blocos “sujos” e bloco das “almas”, sendo este último formado por mulheres que envolviam o corpo em lençóis brancos e fronhas na cabeça. As foliãs não eram reconhecidas pelos maridos e pelas pessoas em geral, despertando assim a curiosidade de todos. “Venha curtir com a gente”, convida a Prefeitura.
História e cultura
Santa Leopoldina é um município que possui uma das mais significativas diversidades étnicas do Espírito Santo, abrigando, em função de sua ocupação histórica, etnias tais como: prussianos, holandeses, suíços, tiroleses, luxemburgueses, austríacos, alemães, pomeranos, dentre outros. Essa diversidade de etnias refletiu na construção da identidade local. Durante quase meio século seu comércio foi significativamente dinâmico e a colônia foi a terceira mais populosa do Brasil, só perdendo para Blumenau e Dona Francisca, em Santa Catarina. Os tropeiros desciam a serra íngreme vindo de outros municípios.
O município tem na agropecuária a base de sua economia. A topografia extremamente acidentada coberta por Mata Atlântica e formada por diversos afloramentos rochosos compõe, em conjunto com o Rio Santa Maria da Vitória, seus afluentes e matas ciliares, além das 42 cachoeiras e corredeiras, o patrimônio natural do município. Por esse motivo, Santa Leopoldina é intitulada como a Filha do Sol e das Águas. A região central da cidade, tombada pelo Conselho Estadual de Cultura, concentra um inestimável acervo arquitetônico e urbanístico que retrata as condições vividas pelos imigrantes no início da colonização, garantindo um grande valor cultural, principalmente por apresentarem claras características das diversas etnias que as edificaram. Sua emancipação ocorreu em 17 de abril de 1887.