Diante da escassez de leitos de UTI para pacientes com Covid-19, no Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está atualizando um protocolo já existente para definir quem vai continuar vivendo e quem vai morrer. Segundo o secretário de Estado da Saúde (Sesa), Nésio Fernandes, o plano de contingência para internações hospitalares por Covid-19, o nome oficial do protocolo da vida ou da morte, vai ser divulgado ainda nesta semana e também poderá ser adotado pela rede hospitalar particular e filantrópica.
O secretário alega que a abertura de novas UTIs tem um limite estimado em mil leitos, já que não existe tanta oferta de mão de obra e de insumos hospitalares. Atualmente, o Estado conta com 877 leitos de UTI e 850 de enfermaria. Apesar do sigilo que a Sesa vem mantendo para o protocolo da morte ou da vida, o órgão distribuiu algumas cópias para entidades médicas para ouvir opinião.
Vida ou morte
Segundo médicos que tiveram acesso ao documento, são três prioridades para algum paciente com Covid-19 ter um leito de UTI e conquistar a vida ou de ter a recusa e vir a óbito. Na primeira prioridade é a concessão de leito de UTI para pacientes que necessitam de monitoramento. A segunda prioridade é a da vida ou da morte. Nessa prioridade os pacientes com probabilidade de vida reduzida ou com doença em fase aguda e sem chances de sobrevida, serão sentenciados à morte. Não vão ter leito de UTI.
A mesma sentença de morte, já na prioridade três, é para os pacientes de Covid-19 com doença terminal em fase avançada, como um câncer. Também terão o leito recusado e, assim, terão como destino a morte. O objetivo do protocolo, a ser anunciado no decorrer desta semana, de acordo com a Sesa, é dar prioridade aos pacientes com chance de sobreviver.