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Secretaria da Agricultura esclarece sobre a detecção de gripe aviária no Espírito Santo


Aumentou para três aves migratórias com casos confirmados de gripe aviária no Estado. Além dos dois trinta-réis de bando que foram anunciados pelo Ministério da Agricultura, a Secretaria de Estado da Agricultura acrescentou mais um. Agora há também um atobá-pardo


Trinta-réis de bando (acima) e atobá-pardo (abaixo) são as três aves com gripe aviária confirmada no Espírito Santo | Fotos: Reprodução

Diante da detecção dos primeiros casos do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em duas aves silvestres no litoral do Espírito Santo, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), informa que, diante da gravidade, trata o assunto com toda atenção que requer. O Espírito Santo é o primeiro Estado do Brasil que apresenta a doença, que pode dizimar granjas de galinhas.

A Seag lembra que essa foi a primeira detecção no Brasil, que ocorreu em três aves migratórias costeiras, sendo as duas aves da espécie Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando) que haviam sido anunciadas pelo Ministério da Agricultura, além de uma terceira. Essa outra, segundo a Seag, e uma ave da espécie Sula leucogaster (atobá-pardo).

Em Vitória e Marataizes

Os dois trinta-réis de bando foram encontrados debilitados nos municípios de Marataízes (ES) e de Vitória (ES) nos dias 7 e 8 de maio, respectivamente, e encaminhados ao Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM), na zona urbana do município de Cariacica (ES).

Os dois trinta-réis de bando recém-introduzidos e um atobá-pardo que já se encontrava no IPRAM apresentaram sinais clínicos neurológicos entre os dias 8 e 10 de maio. Em 10 de maio, o médico veterinário do IPRAM notificou a suspeita ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf-ES), que imediatamente realizou a investigação e colheita de amostras, conforme ações previstas no plano de vigilância de influenza aviária.

Confirmação em laboratório de SP

As amostras foram processadas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA/SP), reconhecido pela OMSA, desde 2016, como referência internacional em diagnóstico de influenza aviária. Essa atuação rápida e efetiva do Idaf permitiu que houvesse a detecção e confirmação dos resultados em curto espaço de tempo, acelerando a resposta e a intensificando as medidas de prevenção, já rotineiramente desenvolvidas no Estado, segundo a Seag.

O órgão destaca que a confirmação de casos de influenza aviária em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre da doença e que não há risco ao consumo de carne e ovos, porque a doença não é transmitida pelo consumo. O sistema comercial de produção cumpre também rígidos protocolos de biosseguridade.

Em função disso, não há qualquer mudança em relação ao abastecimento interno de produtos e não são esperadas mudanças no fluxo de comércio internacional, conforme previsão da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), acrescentou.

A cúpula da Seag fez o detalhamento do cso de gripe aviária no ES conjuntamente | Foto: Divulgação

Contato direto pode trazer infecções a humanos

Apesar de raras, infecções humanas pelo vírus da influenza aviária podem ocorrer por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas) ou ambientes contaminados (secreções respiratórias, sangue, fezes e outros fluidos).

Diante do registro da doença no Espírito Santo, o Idaf anunciou a ampliação, desde a última terça-feira (16), de ações de vigilância, fiscalização e de educação sanitária, reafirmando o compromisso com a defesa agropecuária do Estado, priorizando principalmente o bem-estar e a saúde da população, associados ao desenvolvimento da agricultura capixaba.

A Secretaria ainda ressalta que todas as ações estão sendo desenvolvidas em estreito alinhamento com os demais órgãos do Governo do Estado, como a Secretaria de Meio Ambiente (Seama) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e com as representações do setor produtivo da avicultura comercial.

Por fim, destacou que haverá intensificação das ações previstas no Plano Nacional de Vigilância de Influenza Aviária e a importância de que a população em geral e os avicultores sigam as recomendações abaixo:

Recomendações à população:

Não tocar ou recolher aves suspeitas, doentes ou mortas

Os sintomas mais comuns são:

  • – Tremor
  • – Andar cambaleante
  • – Dificuldades respiratórias
  • – Aves caídas, debilitadas

Na dúvida, notifique

A Seag pede que em caso de serem encontradas aves com sintomas, notificar ao Idaf, por meio de acesso ao site www.idaf.es.gov.br;

Recomendação aos produtores:

  • Intensificar as medidas de biosseguridade
  • Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção
  • Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
  • Manter o portão de acesso da propriedade fechado
  • Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
  • Desinfecção de materiais que acessem a granja
  • Uso de roupas e calçados exclusivos no acesso à granja
  • Pedilúvio no acesso aos núcleos e aos galpões
  • Realização de vazio sanitário
  • Cuidados com a ração
  • Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
  • Controle de pragas
  • Treinamento de equipe
  • Restringir criação de aves pelos funcionários
  • Evitar visitas em locais com aves silvestres
  • Ausência de outras aves na propriedade
  • Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
  • Se participou de outro tipo de evento, trocar de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
  • Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme a Instrução Normativa do Mapa nº 56/2007.

Comunicado oficial da Secretaria de Saúde

A Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa) informa que, desde o dia 16 de maio, equipes da Vigilância em Saúde da Sesa, juntamente com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), realizaram investigação de campo em Vitória, Cariacica e Marataízes para identificar pessoas que tiveram contato com aves contaminadas.

Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Vitória, foram identificados 33 possíveis expostos no Parque Fazendinha, sendo que um deles apresenta sintomas gripais leves e está em isolamento, sendo monitorado pelo município.

Na manhã desta quarta-feira (17), o município de Vitória realizou a coleta das 33 amostras de contatos e enviou ao Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES). Após conferência do material, o Lacen enviará para análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (18).

A Fiocruz é o laboratório de referência para área de abrangência nacional que engloba o Lacen-ES, uma vez que as amostras deverão ser manipuladas em áreas de biossegurança NB-3. Ainda não há informação sobre o prazo para divulgação dos resultados dessas análises.

A Sesa esclarece que as pessoas que tiveram contato com as aves diagnosticadas com a gripe aviária (vírus H5N1) devem ser monitoradas se apresentarem sintomas gripais pelo período de dez dias a partir do contato com a ave contaminada ou com suspeita de contaminação.

A população deve evitar estritamente contato com aves doentes ou mortas, incluindo aves silvestres. Outras orientações gerais incluem:

  • – ao avistar aves doentes acionar o serviço veterinário local ou realizar a notificação por meio do Sisbravet
  • – evitar o contato próximo e desprotegido com pessoas que apresentem sintomas gripais;
  • – manter os ambientes bem ventilados com porta e janelas abertas;
  • – evitar aglomerações em ambientes fechados;
  • – praticar higiene das mãos e ter etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar;
  • – caso precise manipular a ave, usar máscara de proteção e luvas, acondicionar em uma caixa e comunicar ao IDAF – www.idaf.es.gov.br.

NotaTécnica do Ministério da Saúde:

NT_Influenza-Aviaria_MS_17_05_2023