Mesmo admitindo que o Espírito Santo não é uma “ilha de exceção” em um cenário nacional de caos, o secretário de Estado da Saúde (Sesa) do Espírito Santo, Nèsio Fernandes, descartou a adoção imediata de um lockdown ou de outras medias restritivas para combater a expansão do Covid-19. A declaração foi dada no final da manhã desta sexta-feira (12), durante uma entrevista coletiva à imprensa através do YouTube.
O secretário apenas antecipou que o novo mapa de risco do Covid-19, que vai vigorar a partir da próxima segunda-feira (15) vai ser divulgado no início da noite desta sexta-feira pelo governador Renato Casagrande (12) e que não haverá um único município com risco baixo de contaminação. O secretário disse que haverá medidas mais rígidas, mas sem um lockdown, nos municípios onde o risco de contágio for considerado como alto.
A assessoria de imprensa do Palácio Anchieta está divulgando que “o governador Renato Casagrande fará pronunciamento nesta sexta-feira (12/03), às 18h. Na ocasião, será apresentado o Mapa de Gestão de Risco”. O ato será transmitido pelos canais do governador no YouTube, Facebook e através da TV-E e da Rádio Espírito Santo AM.
Aglomeração no Transcol
É automatizado, disse Nésio Fernandes. Com isso, os municípios onde o risco for considerado como elevado, as aulas presenciais serão substituídas pelo ensino virtual. Mas, ele não se referiu aos meios de maior aglomeração e de risco alto de contaminação, como os ônibus com janelas lacradas e com ar condicionado. Esses veículos do sistema Transcol andam circulando normalmente superlotados e até com passageiros sem máscaras de proteção.
O secretário reconheceu que a contaminação pelo Covid-19 “alcançou um patamar alto” e disse que “o Governo não evitará em tomar medidas”, embora não tenha dado um prazo de quando o Espírito Santo vai adotar medidas rígidas de contenção social semelhante aos demais Estados. Ele disse que a Fiocruz não detectou no Estado novas variantes do novo coronavírus, que não sejam aquelas que já são de conhecimento da Sesa.
Hospitais privados
O secretário disse que junto com o anúncio do novo mapa de risco, o governador vai anunciar uma medida que visa os hospitais privados e filantrópicos, quando será solicitado que interrompam o atendimento de pacientes com doenças seletivas. O objetivo é que a dedicação seja maior para com os pacientes de Covid-19. Ele disse que a rede privada detém apenas dos leitos com pacientes do coronavírus.e que o Estado vai comprar cerca de 150 leitos nos hospitais privados, entre UTIs e enfermarias.
Com relação a lentidão na vacinação, ele acusou o Ministério de Saúde de não estar cumprindo com a promessa de enviar as doses que haviam se comprometido com os Estados. Diante disso, o secretário não soube precisar quando os idosos acima de 60 anos serão vacinados. A previsão de que isso ocorreria neste mês foi descartada e agora ele preferiu acreditar que a vacinação desse grupo possa vir a ocorrer no mês que vem.