Sem apoio do governador e candidato a reeleição Renato Casagrande (PSB), que em nenhum momento pediu votos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista perdeu para o atual presidente em todos os municípios capixabas. A falta de interesse de Casagrande em apoiar Lula, contribuiu para que o capixaba mudasse de posicionamento político nesta eleição, votando maciçamente em Bolsonaro. É o que mostra o resultado oficial da votação neste domingo para a Presidência da República no Espírito Santo.
De um total de 2.315889 votos, os eleitores do Estado destinaram 1.160.030 para o atual presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (PL), o que representou 52,23% da votação. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou em segundo lugar na preferência dos eleitores do estado, com 897.348 votos (40,40%). Foram 2.221.130 votos válidos no Espírito Santo neste domingo (2), sendo 55.218 votos nulos e 39.541 em branco.
De acordo com o relatório do Tribunal Superior Eleitoral, não houve no Estado um único voto anulado e apurado em separado. A candidata do MDB, Simone Tebet, ficou em terceiro lugar, com 85.325 votos (3,85%). Ciro Gomes (PDT) ocupou o quarto lugar com 56.221 votos (2,53%). O menos votado no Espírito Santo foi o candidato à Presidência pela Democracia Cristã, José Maria Eymael, que recebeu apenas 377 votos (0,02%).
Governador não pediu votos para Lula
Uma das causas especuladas por políticos capixabas para o presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhar em todos os municípios capixabas está ligada diretamente a falta de interesse do atual governador e candidato à reeleição, no segundo turno, em pedir votos para Lula. Em nenhum momento Renato Casagrande pediu votos para Lula e muito menos teve interesse em trazer o candidato do PT ao Espírito Santo, durante o primeiro turno.
Casagrande é questionado e cobrado por isso, até porque ele, além de secretário nacional do PSB, é governador por um partido que firmou nacionalmente uma federação com o PT. No Estado a Federação Partidária foi uma espécie de casamento forçado na Polícia, diante do delegado, mas sem o devido interesse de ajudar o PT em eleger o presidente da República. As candidatas que Casagrande, e suas duas suplentes são do MPD e afirmaram publicamente lealdade ao seu partido, dizendo que votariam em Simone Tebet e não em Lula.
A imposição da candidata de direita ao Senado dentro da Federação com o PT, PCdoB e PV causou revolta e levou à derrotada da sua preferida. A falta de diálogo de Casagrande com o PT levou a ele próprio sentir um gosto de frustração, ao não ser eleito no primeiro turno, como sonhou. Agora, resta saber se no segundo turno, vai manter o mesmo posicionamento de distância de Lula e do PT ou se vai volar atrás e fazer o que deveria ter feito no primeiro turno: apoiar Lula e oferecer palanque.
Segundo turno entre Lula e Bolsonaro
Até a 0h18 desta segunda-feira (3), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não tinha concluído a totalização dos votos para presidente da República. Com a apuração de 99,93% dos votos, Lula tinha 57.205.867 votos, equivalente a 48,41%. O atual presidente de extrema-direita contava com 51.060.048 votos (43,21%¨). Com esse resultado, vai ser realizado o segundo turno no próximo dia 30. Faltando 0,07% para a conclusão da apuração, o TSE informou que em todo o Brasil houve 3.485.773 votos nulos (2,82%) e 1.964.336 votos em branco (1,59%).