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Sem diálogo com os blocos de rua, Pazolini mantém carnaval pago e cancela festa gratuita

Os desfiles das escolas de samba vão continuar normalmente, mesmo com o crescimento dos contágios pela variante Ômicron do Covid e vão ocorrer entre os dias 17 e 19 de fevereiro. Dinheiro falou mais alto na decisão discriminatória

Os blocos reclamam da falta de diálogo do prefeito e gastaram dinheiro para se preparar | Foto: Bloco Amarra o Burro/Arquivo

Utilizando a sua marca de não ter diálogo com a sociedade, o prefeito bolsonarista de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) decidiu manter o privilégio da classe abastada de Vitória em ir em camarotes no desfile pago do Carnaval e cancelou a festa momesca popular tradicional e gratuita de rua. Mesmo tendo sido contemplado pelo atual governo estadual do PSB como sendo Vitória uma cidade de “risco muito baixo” para Covid, Pazolini decidiu manter a aglomeração de quem pode pagar até R$ 10 mil por um dos 54 camarotes para 25 pessoas, mesmo diante do avanço veloz da contaminação pela variante Ômicron do Covid, que vem sendo disseminada no Espírito Santo e no Brasil.

A medida do prefeito de Vitória foi duramente criticada pelos dirigentes de blocos carnavalescos de Vitória, que alegam, ter procurado o diálogo para saber se haveria carnaval ou não. Sem a resposta do prefeito, os carnavalescos gastaram dinheiro na compra de materiais necessários para a confecção das ornamentações e das roupas, entre outros itens. Agora com dois anos sem desfile de blocos, eles querem saber se o bolsonarista que ocupa o cargo de prefeito de Vitória vai dar algum tipo de ajuda de custo.

Prefeito diz que vai adotar “protocolos de segurança”

No Sambão do Povo, onde o desempregado ou subempregado não pode entrar porque o acesso é pago e controlado por empresas privadas que tiveram concessão do prefeito a capacidade é de aglomerar 15 mil pessoas. Pazolini convocou uma coletiva de imprensa para dizer que serão adotados “protocolos de segurança e proteção contra a Covid-19, que todos os foliões deverão cumprir à risca”. Ficou o questionamento se haverá funcionários suficiente para olhar em pouco tempo os passaportes de vaciniação, em sua maioria ficam em aplicativos no celular e se não haverá uma insuportável fila de espera.

Multidão que não pode pagar fica no entorno

Pazolini também não respondeu quando perguntado sobre o que vai fazer com o prejuízo dos blocos carnavalescos., um a vez que a receita da venda de ingressos e dos buffets que servem comidas e bebidas caras aos usuários dos camarotes terá uma parte destinada para pagar o prejuízo criado por ele aos carnavalescos de rua.

Entre as medidas que serão seguidas está a cobrança do passaporte de vacinação contra a Covid-19, de todos os participantes, que deve indicar a completa imunização, ou seja, aplicação das duas primeiras doses do imunizante ou dose única, além da apresentação do teste RT-PCR negativo, feito nas últimas 72 horas antes do evento. No entorno do Sambão, no Bairro Mário Cypreste, fica mais do que o dobro da capacidade de público do local dos desfiles, formado por pessoas que não podem pagar. Essa aglomeração não terá nenhum tipo de controle e muito menos observação da testagem de positividade ou não para Covid.

No entanto, o prefeito ignora essa aglomeração dos que não podem pagar para entrar e disse na sua entrevista coletiva: “Não temos condição de realizar os blocos de rua. Não tem segurança sanitária, de acordo com o cenário epidemiológico e o controle de pessoas vacinadas. Não temos como dar esse passo agora. Estamos confiantes diante deste cenário.”, afirmou o bolsonarista.