Ignorando a quarta onda do Covid-19, devido a explosão de casos de infecção pela variante Ômicron no Espírito Santo, com recordes diários de mais de 12 mil infectados por dia, o governo do Estado ainda não adotou nenhuma medida para evitar aglomeração. Tanto o Estado quanto os prefeitos das cidades do litoral capixaba continuam permitindo aglomerações de milhares de pessoas sem máscaras, assim como o Estado nada fez até agora para que seja exigido comprovante de vacinação para entrar nos superlotados ônibus sem janelas do Transcol, nas igrejas, em shoppings centers, em casas de shows, entre outros.
O próprio governador Renato Casagrande não reduziu as suas viagens diárias aos municípios do interior, onde promove aglomerações para assinaturas de ordens de serviço, inauguração de placas de obras a serem realizadas e até de calçamento de ruas. Este último caso ocorrer nesta segunda-feira (24) na comunidade de Paraju, em Domingos Martins, onde o governador foi inaugurar o calçamento rural dessa comunidade. Antes, promoveu aglomeração em Itaguaçu, onde foi assinar a ordem de serviço para a construção de quadra poliesportiva no Bairro Otto Luiz Hoffmann e depois na Escola Municipal Ivoni Comper Zimmer, onde assinou o documento que permite a reforma e ampliação do colégio da Prefeitura de Itaguaçu.
Eleições 2022 e a quarta onda do Covid
O ano eleitoral explica o fato de o novo avanço da pandemia, na sua quarta onda, seja ignorado e o que motiva a falta de adoção de medidas de combate à aglomeração e de exigência do comprovante de vacinação. Nesta última sexta-feira, Casagrande, que é pré-candidato à reeleição, apresentou um surpreende mapa de risco para Covid onde a explosão de casos de infecções não aparece, mas que afirma existir 73 dos 78 municípios capixabas em “risco baixo” para o Covid e outros cinco com “risco moderado”. Nessa oportunidade ele reconheceu que existe um incremento avassalador da pandemia: “O índice de transmissão está perto de quatro. Uma pessoa está infectando praticamente outras quatro. Você deve conhecer alguém da família, do seu ciclo de relação que está infectado, ou você mesmo pode estar”, disse o governador.
O problema da falta de iniciativa para que seja tomada uma providência e conter a expansão de novos casos não vai afetar os políticos em campanha eleitoral antecipada, mas a própria rede hospitalar, incluindo aí os prontos atendimentos ou UPA’s municipais. Nesta segunda-feira, segundo os dados do Painel Covid do próprio governo estadual, os 12 hospitais que recebem pacientes em estado grave de Covid estão com 1.124 pessoas internadas, com taxa de ocupação média dos leitos de UTI em 83,75%. São 619 em enfermaria e outros 505 em UTI. Desse total, 11 são crianças.
A situação é crítica em hospitais dos municípios que integram a região Centro/Norte do Espírito Santo, onde o nível de ocupação dos leitos é de 87,59%, seguido da região Sul capixaba onde a ocupação está em 85,47% e na região metropolitana se encontra em 81,66%. Mas, diante do descaso que as autoridades estaduais e municipais vêm fazendo diante da rápida contaminação pela variante Ômicron, a taxa de ocupação logo estará em 100%.