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Sem sistema de saúde público, EUA valoriza o dinheiro e não a vida


A ganância dos empresários da saúde americanos serve de exemplo para o brasileiro, que deve valorizar ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil


Cenas como essas do vídeo acima são corriqueiras nos Estados Unidos | Vídeo: Redes sociais

A busca desenfreada do lucro na medicina dos Estados Unidos faz com que seja corriqueiro expulsar pessoas pobres acamadas dos hospitais, para serem colocadas na calçada do outro lado da unidade hospitalar. O sistema desumano de saúde americano faz com que os brasileiros tenham que defender o Sistema Único de Saúde do Brasil. A pressão dos empresários que detém os planos de saúde e os hospitais privados dos Estados Unidos faz com que os raros governantes, que tentaram implantar um sistema público, acabem desistindo.

Ao contrário da maioria das nações, que disponibilizam aos seus cidadãos um sistema de saúde gratuito e custeado com o dinheiro arrecadado em impostos, nos Estados Unidos prevalece o capitalismo selvagem, onde predomina tudo pelo lucro. A Inglaterra adotou um sistema público de saúde exemplar após o fim da Segunda Guerra Mundial, que prevalece até a atualidade.

Sem solução, debate vem desde o Século XIX

O debate político sobre o dever dos Estados Unidos em fornecer ou não cuidados médicos bancados pelo governo existe desde o século XIX. Em 1854, a ativista Dorothea Dix apresentou um projeto de lei que pretendia assegurar saúde pública a todos os cidadãos. No entanto, sua ideia foi vetada pelo então presidente americano Franklin Pierce. Ele argumentou que o bem-estar social não deveria estar nas mãos do Estado.

No início do século 20, o ex-presidente americano Theodore Roosevelt tentou implementar um sistema de saúde assegurado pelo governo para todos os cidadãos. No entanto, foi derrotado por políticos dos dois principais partidos: Republicano e Democrata, que se comportaram como defensores dos empresários que vem lucrando com a saúde privatizada. Desde então, instituições privadas são responsáveis pelos convênios médicos.

Valores cobrados são abusivos

Para manter a lucratividade elevada, os cuidados médicos nos Estados Unidos custam caro. Os valores são abusivos. Para um turista que lá estiver e não possui o seguro de saúde, terá de desembolsar cerca de US$ 30 mil (aproximadamente R$ 146,45 mil para pagar a conta do hospital. O sistema de saúde americano é polêmico e vem sofrendo alterações desde 2010, quando o então presidente Barack Obama instituiu o programa Obamacare. A lei prevê que todos os cidadãos devem ter um convênio particular

Para manter a lucratividade elevada, os cuidados médicos nos Estados Unidos custam caro. Para um turista que lá estiver e não possui o seguro de saúde, terá de desembolsar cerca de US$ 30 mil (aproximadamente R$ 146,45 mil para pagar a conta do hospital. O uso de uma ambulância é, para os padrões de um brasileiro, uma extorsão. O transporte por ambulância custa, em média, US$ 10 mil (R$ 48,6 mil). O turista que se acidentar nos Estados Unidos e quebrar uma perna ou um braço, vai pagar pelo tratamento, em média, US$ 7,5 mil (R$ 36,72 mil).

O sistema de saúde americano é polêmico e vem sofrendo alterações desde 2010, quando o então presidente Barack Obama instituiu o programa Obamacare. A lei prevê que todos os cidadãos devem ter um convênio particular.

No Brasil, os cidadãos podem contratar um plano de saúde privado ou usar o SUS (Sistema Único de Saúde), bancado pelo governo federal. Em países da Europa, como Inglaterra e Espanha, o Estado também se encarrega de prover saúde em troca do pagamento de impostos.

Convênio particular é a única opção para pagar um pouco menos

Nos Estados Unidos, a única forma de receber atendimento é pagando um convênio particular. Pessoas abaixo da linha de pobreza e idosos são os únicos beneficiados por serviços gratuitos como o Medicare e Medicaid, que prestam apenas atendimentos mais simples e de emergência. O governo americano exige que os estados beneficiem alguns grupos restritos de pessoas, como famílias de baixa renda e crianças que recebem renda de segurança suplementar do Estado.

O Medicare é um sistema de seguro social restrito e que foi criado em 1966. Bancado pelo governo federal, oferece atendimento médico para americanos de 65 anos ou mais que tenham contribuído com o pagamento de impostos para a saúde durante seus anos de trabalho. O sistema também oferece proteção para pessoas com deficiências ou condições que as impeçam de trabalhar, assim como certas doenças terminais.

Já o Medicaid é um outro programa de saúde restrito e voltado para pessoas de qualquer idade que têm recursos financeiros extremamente limitados. Diferente do Medicare, que é financiado pela previdência dos Estados Unidos, o Medicaid é bancado pelo governo federal em conjunto com os estados. Eles reembolsam hospitais e médicos que fornecem tratamento a pessoas que não podem arcar com suas próprias despesas médicas.