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Setembro ganha a terceira cor do mês. Agora o Amarelo, para prevenção de suicídios


Mês de setembro já conta a cor Safira (para prevenir cuidados ao usar lentes de contato), o Roxo (conscientização sobre Fibrose Cística) e, agora o Amarelo (prevenção ao suicídio)


Setembro ganha a terceira cor do mês. Agora o Amarelo, para prevenção de suicídios | Imagem: Divulgação/Sesa-ES

Setembro ganha a terceira cor. Após o “Setembro Safira” (para cuidados no uso de lentes de contato), o “Setembro Roxo” (conscientização sobre Fibrose Cística) e agora o “Setembro Amarelo.”  Segundo nota da Secretária de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa-ES), “todo o mês de setembro, profissionais de saúde intensificam as ações voltadas para a saúde mental e a conscientização relacionada à importância da preservação da vida, por meio da campanha ‘Setembro Amarelo’. Foi lembrado no último dia 10 foi celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

O tema deste ano, conforme a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), é “Se precisar, peça ajuda”. As entidades reforçam que todas as pessoas podem atuar ativamente para a prevenção do suicídio, tema ainda visto como um tabu. Por isso, é importante a escuta ativa sem julgamentos, a empatia e a disponibilidade para ajudar a quem precisa.

Acolhimento

“O acolhimento com escuta ativa é fundamental para identificar alterações ou mudanças dos comportamentos. Todos os profissionais e familiares podem contribuir para essa escuta, proporcionando um acolhimento humanizado”, destacou a referência técnica em Saúde Mental da Secretaria da Saúde (Sesa), Franciely da Costa Guarnier.  

A profissional lembrou que a pandemia da Covid-19 contribuiu para o agravamento de questões relacionadas à saúde mental. “A pandemia provocou mudanças e rupturas nos modos de viver, o que gerou o surgimento de transtornos mentais, como ansiedade, estresse causado pelo isolamento social e depressão. Isso se comprova pelos dados de 2022, da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam um aumento em 25% da prevalência global de ansiedade no primeiro ano da pandemia”, disse Franciely da Costa Guarnier.

Dados preliminares da Vigilância de Violências e Acidentes da Sesa demonstram que a taxa de suicídio por 100 mil habitantes no Estado chegou a 3,36 até agosto deste ano. O número só vem aumentando e alcançou a marca de 7,75 em 2023.

Sinais de alerta e onde procurar ajuda

Certos comportamentos podem servir como sinais de alerta e merecem atenção para que se busque ajuda no momento adequado. Entre esses sinais estão o isolamento, conversas frequentes sobre preocupações com a própria morte, sentimentos de desesperança e a expressão de pensamentos suicidas.

Além disso, também é importante observar a falta de perspectiva ou planos para o futuro, o abuso de substâncias, como álcool, medicamentos ou outras drogas, e a vivência de eventos traumáticos, como desemprego, violência ou a perda de familiares. Nesse contexto, é fundamental oferecer apoio, dialogar e encorajar a busca por ajuda especializada.

“É fundamental pensar o cuidado em saúde mental de forma a assegurar que as pessoas tenham acesso aos serviços oferecidos pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e outros componentes da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) disponíveis nos territórios. Isso inclui, além da prevenção, a articulação e o acompanhamento junto à rede intersetorial, bem como o envolvimento da família no processo de cuidado,” enfatizou Franciely da Costa Guarnier.

Atendimento psíquico

No Espírito Santo, a Raps, junto com os serviços de urgência, as equipes de referência da Atenção Primária à Saúde (APS) e da Atenção Especializada, como os Caps, são responsáveis por prestar atendimento às pessoas em sofrimento psíquico, além de oferecer suporte e acolhimento aos seus familiares.

Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) devem procurar a UBS mais próxima de sua residência para relatar suas dificuldades e receber o encaminhamento e a assistência dos profissionais de saúde. Nessas unidades, são realizadas também ações de prevenção e acompanhamento por equipes multiprofissionais.

A Sesa mantém três Caps que são referências no tratamento de adultos com transtornos mentais, como psicoses, neuroses graves e outros quadros complexos. São eles: o Caps Cidade, localizado no Centro Regional de Especialidades (CRE) em Cariacica; o Caps Cachoeiro, no município de Cachoeiro de Itapemirim; e o Caps Moxuara, também em Cariacica. Uma das ações dos Caps é o manejo de crises, incluindo crises suicidas.

Os Caps são serviços especializados de saúde mental de caráter aberto e comunitário, que funcionam em regime de porta aberta, sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento. Nesses serviços, os pacientes são acompanhados periodicamente conforme o Projeto Terapêutico Singular (PTS), que inclui atendimentos individuais e em grupo.

Confira os locais preparados para auxiliar: 

  • – Serviços de saúde, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); Unidades Básicas de Saúde (UBS´S); Programa Saúde da Família (PSF); e Postos e Centros de Saúde;
  • – Unidades de Emergência, ligue para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192); 
  • – Unidade de Pronto Atendimento (UPA); Pronto-socorro; e hospitais;
  • – Centro de Valorização da Vida (CVV). Contato: ligação gratuita no número 188 ou pelo endereço:www.cvv.org.br

Formação de profissionais 

Profissionais qualificados e preparados para atender os usuários do SUS em sofrimento psíquico fazem toda a diferença no acolhimento. Essa é uma das iniciativas do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), que inclui a saúde mental em suas formações e promove ações de conscientização nos territórios.

Por meio do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), profissionais do Provimento e Fixação de Profissionais têm abordado, ao longo do mês de setembro, temas como ansiedade, síndrome do pânico, depressão, estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo. Esse trabalho é realizado em equipe para a organização dos processos e manejo de casos complexos em saúde mental.

Também são discutidos como a saúde mental impacta a saúde bucal, a supermedicalização, prevenção e educação em saúde para o combate ao bullying e ao suicídio, além de estratégias de intervenção e abordagem familiar.

Os Programas de Residências em Saúde do ICEPi também integram o Qualifica-APS e desenvolvem ações relacionadas à campanha “Setembro Amarelo”, tanto na APS quanto em hospitais. Confira a a continuidade da agenda iniciada na terça-feira (10) da semana passada:

  • 19 e 20/09: Palestra sobre mitos e verdades relacionados à saúde mental na UBS Ataíde, em Vila Velha, promovida pela Residência Multiprofissional em Saúde da Família; 
  • 20/09: Roda de conversa com adolescentes na UBS João Cimadon, em Nova Venécia, promovida pela Residência Multiprofissional em Atenção Integral à Saúde da Pessoa com Deficiência;  
  • 26/09: Ação com o Programa Saúde na Escola (PSE) na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Neusa Nunes Gonçalves, no bairro Nova Palestina I, em Vitória, promovida pela Residência Multiprofissional em Saúde da Família; 
  • 27/09: Palestra com o PSE em Vila Velha, promovida pela Residência Multiprofissional em Saúde da Família; 
  • 28/09: Oficina de crochê aberta para a população e feira de economia solidária na UBS Grande Vitória, em Vitória, promovida pela Residência Multiprofissional em Saúde da Família.  

Além disso, o instituto conta com Residências Médicas em Psiquiatria nas regiões Metropolitana e Sul e com a Residência Multiprofissional em Saúde Mental.