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Setor industrial capixaba teve queda de atividade de 6,7% em um ano

Indústria capixaba | Foto: Divulgação/Bandes

Na contabilização mais recente dos últimos 12 meses do estudo Produção Industrial Regional (PIM-PF), calculado pelo IBGE, o setor industrial do Espírito Santo apresentou queda na atividade de -6,7%. Os dados são do acumulado entre dezembro de 2021 e novembro de 2022. A retração da indústria capixaba foi a segunda do Brasil, ficando o Pará com a maior retração (-8,9%). Na média desse mesmo período, o setor industrial brasileiro apresentou diminuição de atividade de -1,0%, devido a um crescimento verificado em outros Estados, como ocorreu no Mato Grosso, onde o setor teve elevação de 21,6%.

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) divulgou nota onde analisa os resultados do PÌM-PF. A gerente de Estudos Econômicos do Observatório da Indústria da Findes, Silvia Varejão, disse que o ano de 2022 trouxe grandes desafios para a indústria capixaba e nacional e deu a seguinte explicação: “Entre eles estão a desaceleração da economia internacional, o esgotamento do processo de recomposição de estoques globais, o aperto da política monetária, o alto endividamento das famílias e a falta de reação da indústria extrativa são as principais justificativas. Todos esses fatores levaram a uma redução do consumo de bens industriais por todo o mundo.”

Tabela do desempenho da indústria capixaba | Imagem: IBGE/Findes

Apesar da indústria extrativa ao longo do ano passado ter apresentado resultados negativos, segundo a economista, há possibilidade de se ter um desempenho melhor neste ano. “Espera-se que o setor extrativo seja beneficiado, nos próximos meses, pela retomada das atividades das plataformas FPSO Cidade de Anchieta e P-57, que ficaram paralisadas até novembro de 2022”, completou.

De outubro para novembro houve crescimento

Os mesmos dados divulgados pelo IBGE sinalizaram que a produção da indústria no Espírito Santo cresceu 7,6% em novembro de 2022, na comparação com o mês anterior. O bom desempenho possibilitou que o indicador do Estado ficasse muito acima da média nacional (-0,1%). No período, a indústria de transformação capixaba (4,6%) e o setor extrativo (0,3%) cresceram, o que influenciou o bom o resultado estadual.

“Dentro da indústria de transformação temos como destaque o aumento de produtividade de celulose e papel e produtos de papel (19,2%). O segmento foi beneficiado pela demanda externa aquecida e, consequentemente, pelo aumento dos preços da fibra de eucalipto (girou em torno de US$ 650 por tonelada no ano passado)”, disse a gerente de Estudos Econômicos do Observatório da Indústria da Findes.

Por sua vez, ainda de acordo com Silvia, a indústria extrativa, teve resultado positivo puxado pelo aumento da produção de pelotas de minério de ferro. “Além disso, vale lembrar que no mês de novembro o preço da commodity voltou a se recuperar diante da expectativa da melhora na demanda com a reabertura de mercado da China”, complementa.

Indicadores Conjunturais da Indústria  –  Resultados Regionais  –  Novembro de 2022
Locais Variação (%)
Novembro 2022/ Outubro 2022*Novembro 2022/ Novembro 2021Acumulado
Janeiro -Novembro
Acumulado
os Últimos
12 Meses
Amazonas0,11,84,24,1
Pará-5,2-16,5-8,9-8,9
Região Nordeste-1,3-7,4-0,5-1,6
Ceará4,3-8,9-5,0-6,5
Pernambuco-2,0-4,2-2,3-2,6
Bahia3,5-4,33,42,2
Minas Gerais2,24,7-0,9-0,8
Espírito Santo7,6-12,2-7,2-6,7
Rio de Janeiro-0,96,04,44,6
São Paulo3,17,30,1-0,4
Paraná8,5-9,8-3,8-3,3
Santa Catarina0,3-7,9-4,2-4,8
Rio Grande do Sul-1,3-3,01,10,7
Mato Grosso3,8-6,521,321,6
Goiás-0,34,22,22,6
Brasil-0,10,9-0,6-1,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Estatísticas Conjunturais em Empresas. 
* Série com Ajuste Sazonal

Como foi o desempenho nacional do setor

Com a variação negativa de 0,1% da indústria nacional, em novembro de 2022, na série com ajuste sazonal, seis dos 15 locais pesquisados pelo IBGE apresentaram taxas negativas, sendo a mais intensa no Pará (-5,2%). Os demais recuos foram em Pernambuco (-2,0%), Rio Grande do Sul (-1,3%), Região Nordeste (-1,3%), Rio de Janeiro (-0,9%) e Goiás (-0,3%).

Paraná (8,5%) e Espírito Santo (7,6%) tiveram as maiores altas em novembro, com Ceará (4,3%), Mato Grosso (3,8%), Bahia (3,5%), São Paulo (3,1%), Minas Gerais (2,2%), Santa Catarina (0,3%) e Amazonas (0,1%) a seguir. Frente a novembro de 2021, a indústria cresceu 0,9%, com taxas positivas em cinco dos 15 locais pesquisados. A média móvel trimestral (-0,2%) recuou em 12 dos 15 locais.

O acumulado no ano, em relação a 2021, foi negativo em oito dos 15 locais, destacando-se o Pará (-8,9%) e o Espírito Santo (-7,2%). Já o acumulado em 12 meses teve taxas negativas em nove dos 15 locais pesquisados.

Na série livre de influências sazonais, seis dos quinze locais pesquisados mostraram taxas negativas, com destaque para o Pará (-5,2%), que eliminou o avanço de 5,0% registrado no mês anterior. Pernambuco (-2,0%), Rio Grande do Sul (-1,3%), Região Nordeste (-1,3%), Rio de Janeiro (-0,9%) e Goiás (-0,3%) também registraram taxas negativas em novembro.

Por outro lado, Paraná (8,5%) e Espírito Santo (7,6%) apresentaram os índices de crescimento mais expressivos nesse mês, com ambos interrompendo cinco meses consecutivos de recuo na produção, período em que acumularam perdas de 16,3% e de 20,6%, respectivamente. Ceará (4,3%), Mato Grosso (3,8%), Bahia (3,5%), São Paulo (3,1%), Minas Gerais (2,2%), Santa Catarina (0,3%) e Amazonas (0,1%) mostraram os demais resultados positivos do mês.