O dirigente do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários-ES), Jonas Freire, está alertando que “a ameaça (de privatização do Banestes) continua rondando o banco sempre que há mudanças políticas”

Em recente pronunciamento no espaço da tribuna livre da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), a convite da deputada estadual Camila Valadão (PSOL), o dirigente do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários-ES), Jonas Freire, fez o alerta de que a ameaça de privatização do Banestes ainda não morreu. Na sua fala, ele fez uma retrospectiva desde a década de 1980, quando foi criado o Comitê em Defesa do Banestes “para blindar o banco da onda privatista que avançava sobre as empresas públicas do país.”
“Os bancos estaduais foram os alvos preferenciais dos privatistas de plantão. Praticamente todos os estados da federação tinham um banco estadual. A onda privatista, que se intensificou a partir dos anos 1990, deixou de pé apenas cinco bancos: BRB, Banrisul, Banco de Sergipe, Banpará e o nosso Banestes”, assinalou o dirigente sindical.
Ameaça de privatização do banco continua, diz sindicalista
Jonas lembrou que ao longo dessas três décadas, o Comitê tem se articulado sempre que há uma ameaça iminente de privatização do banco capixaba. Ele rememorou as duas principais investidas para liquidar o banco, uma em 2002 (governo José Ignácio Ferreira) e outra em 2009 (governo Paulo Hartung).. “Vencemos essas batalhas, mas não podemos abandonar essa trincheira em defesa do Banestes. A ameaça continua rondando o banco sempre que há mudanças políticas”.
Jonas explicou que foi justamente para evitar que as mudanças no Palácio Anchieta pusessem o Banestes em risco, que o Comitê passou a reivindicar que os candidatos e as candidatas ao governo assinassem um termo com o Comitê se comprometendo a manter o Banestes público e estadual. Ele destacou que o governador Renato Casagrande (PSB) foi signatário deste termo nas duas últimas eleições, em 2018 e 2022.
O governador prometeu, entre outros compromissos, enviar à Assembleia um Projeto de Lei que torna obrigatório a consulta popular ante uma eventual possibilidade de venda do Banestes. Jonas disse que o plebiscito é uma reivindicação antiga do Comitê, justamente para não deixar o banco vulnerável ao governante de turno. “A deputada Camila deve apresentar em breve nesta Casa um Projeto de Lei propondo o plebiscito”, assinalou.
Jonas explicou que foi justamente para evitar que as mudanças no Palácio Anchieta pusessem o Banestes em risco, que o Comitê passou a reivindicar que os candidatos e as candidatas ao governo assinassem um termo com o Comitê se comprometendo a manter o Banestes público e estadual. Ele destacou que o governador Renato Casagrande (PSB) foi signatário deste termo nas duas últimas eleições, em 2018 e 2022. O governador prometeu, entre outros compromissos, enviar à Assembleia um Projeto de Lei que torna obrigatório a consulta popular ante uma eventual possibilidade de venda do Banestes. Jonas disse que o plebiscito é uma reivindicação antiga do Comitê, justamente para não deixar o banco vulnerável ao governante de turno. “A deputada Camila deve apresentar em breve nesta Casa um Projeto de Lei propondo o plebiscito”.
Plebiscito
Sobre o plebiscito, a deputada Camila Valadão afirmou que está em diálogo com o Comitê para apresentar o PL na Assembleia. A deputada lembrou que foi compromisso do atual governador Renato Casagrande que o Banestes não seja vendido. “É isso que nós queremos. Qualquer discussão sobre privatização que a população opine participe e decida a respeito dos rumos do banco. Esse foi o compromisso firmado pelo governador e nós vamos apresentar o Projeto de Lei a esta Casa”, garantiu.
A deputada destacou ainda que o secretário estadual Ciência e Tecnologia, Bruno Lamas (PSB), que tomou posse como deputado este ano na Assembleia, mas permaneceu no cargo por um curtíssimo período para retomar a gestão à frente da Secretaria, chegou a apresentar um PL propondo o plebiscito. Mas o PL, explicou a deputada, acabou não tramitando em virtude dessa condição transitória de Lamas entre a Assembleia e a Secretaria.
Camila disse que, junto com os dirigentes do Sindicato, fez uma conversa com o secretário para apresentar um PL nos mesmos termos. “Contamos inclusive com autorização de Bruno Lamas para que pudéssemos apresentar o PL aqui nesta Casa. Faremos isso em diálogo com Comitê para mantermos essa luta em defesa do Banestes público estadual”.
Banestes em números
Na sua fala na tribuna livre, Jonas apresentou alguns números que mostram a importância do Banestes para a economia capixaba. “Quando a gente diz que o Banestes é valioso, não é mera retórica. O Banestes é uma das marcas mais valorizadas e admiradas pelo povo capixaba. De 2019 para cá, o banco vem numa escalada ascendente de lucro. Por exemplo, em 2019 o banco registrou lucro de R$ 214 milhões”
E continuou: “Em 2024, foram R$ 392 milhões. Estamos falando de um salto de mais de 80% em cinco anos. No acumulado de 2019 para cá, o lucro do Banestes chegou a R$ 1.8 bilhão”. O dirigente afirmou que, neste período (2019 a 2024), mais de R$ 800 milhões retornaram aos cofres públicos e foram revertidos em investimentos para a população capixaba. “Estamos falando de mais dinheiro para saúde, educação, saneamento e infraestrutura”. Considerando só o resultado de 2024, o Banestes por meio de impostos, contribuições, remuneração dos empregados e distribuição de lucro, injetou mais de R$ 1.3 bilhão na sociedade capixaba.